Lily May Futrelle - Sobrevivente do Titanic

ESCRITOR - LILY MAY FUTRELLE

A Sra. Lily May Futrelle era esposa de Jacques Futrelle, um famoso autor de romances antigos de ficção científica e também um conhecido repórter de jornal. A própria Lily tinha acabado de encontrar sucesso com sua carreira de escritora, publicando alguns artigos de revista e romances próprios. Antes de voltar para casa no Titanic, o casal viajou pela Europa por várias semanas enquanto Jacques escrevia uma série de artigos de revista.

Na noite anterior à viagem, amigos se reuniram em Londres para comemorar o aniversário do Sr. Futrelle. A festa não terminou até as 3:00 da manhã. e os Futrelle não foram dormir naquela noite, mas fizeram as malas e seguiram direto para Southampton para embarcar no Titanic mais tarde naquele dia.

Esta foi a última mensagem escrita que Jacques Futrelle enviou da Europa para um amigo em Atlanta que recebeu a mensagem alguns dias antes de Futrelle embarcar no Titanic:

"Estive por toda a Itália, Áustria, Alemanha e França. Embarque para casa em breve. Recuse uma taça para mim. Futrelle."

A Sra. Futrelle mais tarde lamentaria que "se meu marido TIVESSE ficado bêbado em seu aniversário, ele poderia não ter navegado, e poderia estar vivo hoje. Mas ele nunca bebeu muito."

JACK FUTRELLE - AUTOR

Jaques Futrelle teve uma premonição de tragédia duas semanas antes de ele e sua esposa embarcarem. Eles tomaram a precaução de enviar de Londres para o irmão da Sra. Futrelle, John Peele, de Atlanta, procurações para a administração de suas propriedades caso algo acontecesse com eles. Instruções também foram dadas quanto ao futuro cuidado de seus filhos. O romancista enviou uma lista das casas bancárias onde ele tinha seu dinheiro e títulos.

Jack Futrelle começou sua carreira aos 18 anos quando conseguiu um emprego no Atlanta Journal. No ano seguinte, ele foi trabalhar para o Boston Post, mas logo depois retornaria ao Journal. Aqui, ele montou o primeiro departamento de esportes da revista.

Ele se casou com a colega escritora Lily May Peel em 17 de julho de 1895 na casa dos pais dela e eles tiveram dois filhos, John e Virginia.

Jacques então se mudou para o New York Herald. Logo depois disso, ele começou a escrever histórias de detetive.

Em 1902, Jacques aceitou o cargo de gerente de um pequeno teatro de repertório em Richmond, Virgínia, onde escreveu e atuou em várias peças.

Depois de dois anos no teatro, ele então assumiu um emprego na equipe editorial do Boston American .

Por volta desse período, ele teve várias de suas histórias impressas no "American" e começou uma série de histórias em torno de "The Thinking Machine" - um personagem detetive que ele criou e que eventualmente apareceria em mais de quarenta histórias. Foi sugerido que seu detetive foi uma inspiração para Agatha Christie.

Jacques se tornou um romancista conhecido e respeitado no início do século XX - suas obras mais conhecidas foram: "The Thinking Machine" , "The Thinking Machine On The Case", "The Diamond Master" e "The High Hand" .

Por volta dessa época, ele comprou uma casa em Scituate, a demoliu e construiu uma casa no estilo "Cape Cod" para sua esposa e família.

Jack Futrelle no convés do Titanic - abril de 1912

Enquanto estavam no mar em sua viagem de primeira classe para casa na América, Jacques e Lily aproveitaram toda a facilidade e luxo que o Titanic tinha a oferecer. Na última noite do navio, eles compartilharam uma refeição gourmet com o famoso produtor da Broadway Henry Harris e sua esposa Renee. Depois do jantar, Lily se retirou para a cama cedo para ler um livro.

Então o Titanic colidiu com o iceberg fatal.

Pouco depois, Jacques correu para o camarote deles e disse para Lily se apressar e se vestir para que pudessem ir até o convés do barco, onde encontraram um grupo de homens com "rostos escurecidos pela fumaça" parados em silêncio em um grupo olhando para ela. Mais tarde, ela comentou: "eles não disseram nada, mas seus olhos pareciam dizer: 'pelo menos você tem uma chance, nós não temos nenhuma.'"

Enquanto os botes salva-vidas eram carregados, Lily se recusou a deixar o marido. Mas quando o último dos botes salva-vidas começou a encher, ele disse a ela: “Pelo amor de Deus, vá. É sua última chance, vá!”

Um oficial do navio a forçou a entrar em um bote salva-vidas. “Eu não queria deixar Jacques”, Lily lembrou mais tarde , “mas ele me garantiu que havia barcos suficientes para todos e que ele seria resgatado mais tarde”.

Tragicamente, isso não foi verdade, e Jacques morreu no desastre — seu corpo nunca foi recuperado.

Mais tarde, May se perguntou por que havia cinquenta e um lugares vagos no bote salva-vidas para sessenta e cinco homens. Mais tarde, ela descreveu sua experiência:

Não houve pânico nem confusão entre os passageiros.

Assim que o leve choque veio, fomos para o convés com roupas quentes e coletes salva-vidas, e fomos ordenados a descer para o convés A, abaixo do convés dos barcos, para esperar nossa vez de desembarcar... Subi para o convés enquanto a fila prosseguia e vi o No. 4 sendo lançado com a Sra. Astor, Sra. Widener, Sra. Thayer, Sra. Ryerson, suas filhas e filho pequeno e outros que eu conhecia... Corri de volta para ver meu marido... Deixei-o. É por isso que vim embora e o deixei lá.

Chegou a minha vez de entrar em um barco, era o último, ou o penúltimo bote salva-vidas lançado. Nele estavam quatro passageiras da primeira cabine, outras oito, da segunda cabine ou da terceira classe, totalizando doze mulheres, enquanto havia dezoito homens, um passageiro da primeira cabine, que deve ter entrado furtivamente, pois não eram permitidos homens lá, e dezessete da tripulação, nenhum deles remador ou marinheiro, mas comissários de bordo e cozinheiros.

Depois que deixei o navio, dois botes salva-vidas dobráveis foram lançados. No último estava a Sra. Henry B. Harris, esposa do gerente teatral; Sra. Thorn e Sra. Hoyt, que eu me lembre... o navio naquela época havia afundado a 15 pés do primeiro convés... Um minuto depois, o Sr. Hoyt pulou na água e foi encontrado pelo barco após oito minutos, quase congelado até a morte... então o Carpathia nos pegou por volta das 6h30...

Lily May Futrelle continuou a dar suas declarações no tribunal:

Foto para passaporte

Sra. Futrelle em stand

Viúva de escritora descreve separação do marido antes do naufrágio do navio

Mais depoimentos diretos de testemunhas sobre o naufrágio do Titanic em abril de 1912 foram ouvidos ontem perante o juiz Julious M. Mayer no Tribunal Distrital dos Estados Unidos sobre o processo movido pela White Star Line para limitar sua responsabilidade.

A Sra. Jacques Futrelle, cujo marido, o famoso escritor, morreu, foi a próxima testemunha. No momento da colisão, ela disse, ela estava lendo na cama, e que seu marido estava no convés e foi investigar. Quando ele retornou, a Sra. Futrelle disse, seu marido lhe disse que um oficial havia lhe dito que não havia absolutamente nenhum perigo. Alguns minutos depois, ela disse, os comissários de bordo apareceram e os ordenaram que subissem ao convés. Ao chegar ao convés, ela disse que os homens foram enviados para outro lugar, e esta foi a primeira indicação de que havia perigo, e que ela deveria ser separada de seu marido. Enquanto algumas mulheres estavam entrando nos botes salva-vidas, a Sra. Futrelle disse que ela foi para o convés A, onde encontrou seu marido com vários homens que estavam fumando, andando e conversando como se estivessem inconscientes do perigo. Quando o navio começou a afundar, seu marido disse a ela para subir e entrar em um barco, pois isso lhe daria uma chance melhor de se salvar.

Quando Lily May Futrelle foi resgatada, alguns da família Futrelle foram erroneamente informados de que tanto Jacques quanto Lily sobreviveram ao desastre. Quando Lily Futrelle retornou a Nova York, os jornais publicaram a história de como ela deu a notícia trágica a eles e descreveu como Jacques havia morrido como um herói:

Nova York, 19 de abril de 1912:

A Sra. May Futrelle, cujo marido, Jacques Futrelle, o contista e romancista, afundou com o navio, foi recebida aqui por sua filha, a Srta. Virginia Futrelle, que foi trazida para Nova York, do convento de Notre Dame em Baltimore. A Srta. Futrelle foi informada de que seu pai havia sido pego por outro navio a vapor. A Sra. Charles Copeland de Boston, uma irmã do escritor, que também conheceu a Sra. Futrelle, teve a mesma impressão. A Srta. Futrelle e a Sra. Copeland com um grupo de amigos aguardavam em um hotel a chegada da Sra. Futrelle do cais.

"Estou tão feliz que o pai também esteja seguro", declarou a Srta. Futrelle, enquanto sua mãe a apertava em seus braços. A menina e a Sra. Copeland sozinhas do grupo não sabiam que o Sr. Futrelle estava morto. Demorou algum tempo até que a Sra. Futrelle pudesse se recompor.

"Onde está Jack?", perguntou a Sra. Copeland.

A Sra. Futrelle estava com medo de deixar sua filha saber a verdade.

"Oh, ele está em outro navio", respondeu a Sra. Futrelle.

A Sra. Copeland então adivinhou a verdade e ficou histérica, a Srta. Futrelle também desabou.

"Jack morreu como um herói." Disse a Sra. Futrelle, quando o grupo se recompôs. "Ele estava na sala de fumantes quando o acidente aconteceu - o barulho do estrondo foi terrível - e eu estava indo para a cama. Fui arremessada para longe pelo impacto. Mal me vi quando Jack entrou correndo no camarote. O barco está afundando, vista-se imediatamente, ele gritou. Quando chegamos ao convés, tudo estava na mais selvagem confusão."

"Jacques está morto, mas morreu como um herói. Isso eu sei. Três ou quatro vezes depois do acidente, corri até ele, o abracei e implorei para que entrasse em um dos barcos."

"Pelo amor de Deus, vá", ele gritou para mim enquanto tentava me empurrar para longe e eu pude ver como ele sofreu. " É sua última chance, vá . Então um dos oficiais do navio me forçou a entrar em um bote salva-vidas e eu perdi toda a esperança de que ele pudesse ser salvo."

"Os gritos das mulheres e as ordens estridentes dos oficiais foram abafados intermitentemente pelas tremendas vibrações da buzina de neblina grave e profunda do Titanic. O comportamento dos homens foi magnífico. Eles recuaram sem murmurar e incitaram as mulheres e crianças a entrarem nos botes salva-vidas. Alguns covardes tentaram entrar nos botes, mas foram rapidamente jogados para trás pelos outros. Deixe-me dizer agora que os únicos homens que foram salvos foram aqueles que se esgueiraram para dentro dos botes salva-vidas ou foram resgatados depois que o Titanic afundou."

"Eu não queria deixar Jack, mas ele me garantiu que havia barcos suficientes para todos e que ele seria resgatado mais tarde."

"Depressa, May, você está deixando os outros esperando foram suas últimas palavras enquanto ele me colocava em um bote salva-vidas e me dava um beijo de despedida. Eu estava em um dos últimos botes salva-vidas a deixar o navio. Não tínhamos navegado muitos minutos quando o Titanic desapareceu. Eu quase vi, quando o vi afundar, que podia ver Jack parado onde eu o havia deixado e acenando para mim."

Jack e Lily May Furtrelle e seu carro

A Sra. Futrelle disse que viu a separação do Coronel John Jacob Astor e sua jovem noiva, a Sra. Astor ficou frenética. Seu marido teve que pular no bote salva-vidas quatro vezes e dizer a ela que seria resgatado mais tarde. Depois da quarta vez, a Sra. Futrelle disse, "ele pulou de volta no convés do navio que estava afundando e o bote salva-vidas que levava sua noiva partiu".

May escreveu: "A última vez que vi meu marido, ele estava de pé ao lado do Coronel John Jacob Astor. Ele tinha um cigarro na boca. Enquanto eu o observava, ele acendeu um fósforo e o segurou em suas mãos em concha diante do rosto. Pela luz, pude ver seus olhos vagando ansiosamente sobre a água. Então ele abaixou a cabeça em direção à mão e acendeu o cigarro. Sei que aquelas mãos nunca tremeram."

May sobreviveu ao horror daquela noite, mas os pensamentos de Jacques parado no convés nunca desapareceram de sua mente.

O último trabalho de Jacque, "My Lady's Garter", foi publicado postumamente em 1912. Sua esposa escreveu no livro: "Aos heróis do Titanic, dedico este livro do meu marido", sob uma foto de seu falecido marido.

Dois meses depois, a mãe de Jaques Futrelle faleceu — alguns disseram que devido a uma dor inconsolável.

Jaques Futrelle é usado como protagonista no romance da série Desastre de Max Allan Collins, The Titanic Murders (1999), sobre dois assassinatos a bordo do RMS Titanic .

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CURITIBA E PARANA EM FOTOS ANTIGAS

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024