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sábado, 18 de outubro de 2025

Curitiba na Década de 1950: Uma Vista Aérea do Bairro Portão — Quando Trilhos Cruzavam Quartéis e Fábricas Dominavam o Horizonte

 Curitiba na Década de 1950: Uma Vista Aérea do Bairro Portão — Quando Trilhos Cruzavam Quartéis e Fábricas Dominavam o Horizonte

Curitiba na Década de 1950: Uma Vista Aérea do Bairro Portão — Quando Trilhos Cruzavam Quartéis e Fábricas Dominavam o Horizonte


Esta imagem aérea, capturada na década de 1950, oferece uma janela para um Curitiba em transformação — um momento em que a cidade ainda guardava traços rurais, mas já dava os primeiros passos rumo à modernidade urbana. O foco é o bairro do Portão, região estratégica por abrigar a Estação Ferroviária do Portão, o Quartel da 5ª Companhia de Comunicações e uma paisagem industrial que hoje é inimaginável.

Vamos desvendar cada detalhe desta fotografia histórica, mergulhando no passado de um dos bairros mais emblemáticos da capital paranaense.


A Avenida República Argentina: Eixo Urbano em Formação

No centro da imagem, estende-se a Avenida República Argentina, ainda com traçado amplo, mas sem o tráfego intenso e os arranha-céus que a caracterizam hoje. Na década de 1950, ela era um dos principais corredores de acesso ao centro e aos bairros sulinos, e sua calçada era frequentada por pedestres, bondes e carros antigos — muitos deles modelos americanos da época.

Ao longo da avenida, observa-se uma mistura de residências de dois andares, pequenos comércios e galpões industriais, refletindo a vocação mista da região: residencial, comercial e logística.


A Estação Ferroviária do Portão: Coração do Transporte

Na parte central da imagem, destacam-se os trilhos da ferrovia — que não apenas passavam pelo bairro, mas adentravam diretamente no quartel da 5ª Companhia de Comunicações. Isso revela a importância estratégica da via férrea para o abastecimento militar e para o transporte de cargas e passageiros.

A estação, embora modesta, era um ponto vital de conexão entre Curitiba e o interior do estado. Ela funcionou até meados dos anos 1970, quando foi substituída pelo Terminal do Portão, que hoje ocupa o mesmo local — mas com uma função totalmente diferente.


O Quartel do Portão: Símbolo de Ordem e Presença Militar

À esquerda da imagem, o Quartel do Portão se destaca pela sua organização geométrica e pelos grandes pátios. Era sede da 5ª Companhia de Comunicações do Exército Brasileiro, unidade responsável por manter as linhas de comunicação militar na região Sul.

A presença militar era marcante — e os trilhos que entravam no quartel eram usados para transportar equipamentos, suprimentos e tropas. Hoje, o quartel ainda existe, mas com funções reduzidas, e o entorno se transformou em um polo comercial e de serviços.


O Que Hoje é Shopping Total: Uma Indústria Madeireira

Na parte direita da imagem, onde hoje está o Shopping Total, havia uma vasta área ocupada por uma indústria madeireira — provavelmente a Fábrica de Compensados Côdega, mencionada na legenda da foto. Essa indústria era um dos pilares da economia local, processando madeira extraída das florestas do Paraná e produzindo compensados, vigas e outros produtos para construção civil.

O tamanho do complexo industrial — com galpões, pátios de estocagem e vias de acesso — mostra como a região era centro produtivo, e não apenas residencial ou comercial.


A Rua Itatiaia e o Bar do Ari: Um Ponto de Encontro

Na parte inferior direita, próximo ao cruzamento da Av. República Argentina com a linha férrea, está assinalado o Bar do Ari — um dos pontos de encontro populares da época. Localizado na Rua Itatiaia, que começa nesse cruzamento, o bar era um dos poucos espaços de lazer e socialização na região.

A Rua Itatiaia, hoje uma via movimentada com lojas e escritórios, era então uma rua residencial, com casas de família e pequenos negócios. O Bar do Ari, com seu nome simples e familiar, era um símbolo da vida cotidiana — lugar onde operários, soldados e comerciantes se encontravam após o trabalho.


Comparação com o Presente: De Fábricas a Shoppings

Hoje, o cenário é completamente diferente:

  • O Shopping Total e o Shopping Palladium (visível na parte inferior da imagem) ocupam áreas que eram, na década de 1950, zonas industriais e residenciais.
  • A linha férrea foi removida, e os trilhos deram lugar a vias urbanas e áreas de estacionamento.
  • O Terminal do Portão substituiu a estação ferroviária, tornando-se um hub de transporte coletivo.
  • O Quartel do Portão permanece, mas com menos presença militar e mais integração com o tecido urbano.
  • O Bar do Ari desapareceu, assim como muitas das pequenas construções que davam caráter ao bairro.

Conclusão: Uma Cidade em Transição

Esta vista aérea da década de 1950 é mais do que uma fotografia — é um documento histórico que nos mostra como Curitiba cresceu, se transformou e redefiniu seu espaço urbano. Do ritmo lento das fábricas e dos trilhos, passamos à agitação dos shoppings e do trânsito intenso. Mas, em meio a essa transformação, o bairro do Portão manteve sua identidade — e continua sendo um dos mais importantes da cidade.

Olhar para esta imagem é lembrar que toda cidade é feita de camadas — e que, por trás de cada prédio, há uma história, um trilho, uma fábrica, um bar e uma geração que viveu ali.


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