Papai Noel fotografado pela fotógrafa americana Emilie Clarkson na cidade de Nova York em 1893.
Crédito: retrograde_colour no Instagram
A origem histórica do Papai Noel está diretamente relacionada com São Nicolau de Mira, também chamado de Nicolau Taumaturgo, um bispo cristão que viveu entre os séculos III d.C. e IV d.C. São Nicolau viveu na Ásia Menor (região que corresponde, atualmente, à Turquia) e ficou conhecido por sua generosidade.
Esse religioso era filho de uma família abastada e, após a morte prematura de seus pais, herdou a riqueza de sua família. Passou, então, a utilizar a herança para distribuir presentes entre os pobres, sobretudo para as crianças órfãs.
Entre os atos de caridade e de generosidade de São Nicolau, um episódio em particular ficou muito famoso. Certa vez, São Nicolau conheceu um homem muito pobre que possuía três filhas. As filhas desse homem não tinham dote para poderem casar-se e, por isso, corriam o risco de tornarem-se prostitutas para conseguirem sobreviver. São Nicolau, então, doou dotes para cada uma delas para evitar que elas entrassem no caminho da prostituição.
A figura do Papai Noel, no entanto, não remete somente à figura cristã de São Nicolau. Existem aproximações entre esse personagem e Odin, o deus mais poderoso da crença religiosa dos nórdicos. Na tradição nórdica, Odin é representado da mesma maneira que o Papai Noel: um idoso barbudo e grisalho.
Segundo a crença dos nórdicos e dos germânicos, Odin (chamado de Wotan pelos germânicos) era responsável por entregar presentes para as pessoas durante o Yule (ou Jól), festival que acontecia durante o solstício de inverno entre os nórdicos. Segundo a lenda, para realizar essa tarefa, Odin ia montado em seu cavalo de oito patas, Sleipnir. Aqui temos uma referência clara às oito renas do Papai Noel. Além disso, Sleipnir, assim como as renas, sobrevoava os céus para entregar os presentes.
Os nórdicos acreditavam que Odin passava de casa em casa entregando brinquedos e doces para as crianças. Para que isso acontecesse, as crianças nórdicas deixavam suas botas perto das chaminés e enchiam-nas com feno ou cenouras para que Sleipnir pudesse alimentar-se. Em troca, Odin enchia as botas com os mimos. E, claro, Odin entrava em cada casa pela chaminé!
No Hemisfério Norte, houve uma modernização do mito envolvendo esse deus nórdico: as crianças de hoje, em vez de deixarem botas perto da chaminé, deixam meias para que o Papai Noel deposite presentes nelas.
Essa associação entre Odin e São Nicolau à figura do Papai Noel foi resultado da cristianização sofrida pelo Norte da Europa a partir do século X. O Yule, festival que acontecia por volta de 21 de dezembro, por exemplo, foi substituído pelo Natal, comemorado em 25 de dezembro. Já a imagem de Odin, aquele que entregava presentes para as crianças, foi associada a São Nicolau, figura da tradição cristã.
A crença no Papai Noel (Santa Claus, em inglês) chegou à América do Norte por meio dos imigrantes holandeses, que acreditavam em Sinterklaas (perceba a semelhança do nome com Santa Claus), uma figura associada a São Nicolau. Esses imigrantes fizeram parte do grupo que se estabeleceu em Nova Amsterdã, conhecida atualmente como Nova Iorque. A figura do Papai Noel nos Estados Unidos foi, então, uma herança deixada pelos holandeses.