segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Annibal Requião

No limiar da década de 1910, Annibal Requião, fotógrafo e pioneiro da cinegrafia no Paraná, instala o Cine Smart, na Rua XV de Novembro. Requião filmava os acontecimentos importantes ocorridos na cidade e os projetava em seu cinema durante a década de 1910[

Francisco Zanicotti

Francisco Zanicotti abriria, no final da década de 1910, associado com Domingos Foggiatto, o Cine Central, antes Cine Éden, no início da Rua XV de Novembro, o Cine América, instalado num barracão que fora caserna do "Tiro Rio Branco", onde hoje está o Banco do Brasil no lado da Rua Dr. Murici, e o primeiro cine retirado do centro, o Cine Floriano que ficava na Rua Marechal Floriano entre as ruas Iguaçu e Silva Jardim

Antonio Mattos Azeredo

O português Antonio Mattos Azeredo, por volta de 1924, arrendara o Palácio Theatre e o Mignon Theatre e, mais tarde, o Cine Popular[2]. A Cia. Cine Theatral Paraná era uma empresa dos sócios Annibal Requião, Joaquim Sampaio, Francisco Fido Fontana, Ângelo Casagrande e Antonio Mattos Azeredo, este com 55% das ações[3].
O Palácio Theatre era um barracão de madeira que pertencera a João Moreira Garcez, de quem Mattos Azeredo arrendou, fazendo nele melhorias. Quando foi construído o Edifício Garcez, no início de 1930, o cinema já era todo de alvenaria, e o público chegava até ele através do corredor no andar térreo do edifício, com entrada pela Avenida Luiz Xavier.
Cine Mignon ficava na Rua XV de Novembro após a esquina da Rua Marechal Floriano, e pertencia a Joaquim Taborda Ribas; Mattos Azeredo sublocava parte do imóvel.
Além desses dois, havia ainda o Cine Popular. O Cine Theatral Paraná mantinha, além disso, exibições em três salões da sociedade alemã de Curitiba, no Teuto Brasileiro, no Andewerger e no Theatro Hauer.
Antonio Mattos Azeredo chegou ainda a explorar o primeiro Cine Glória, depois Cine Odeon, na Avenida Luiz Xavier, e na Rua XV de Novembro o Cine Imperial, que depois da Segunda Guerra Mundial passaria a se chamar Cine Vitória, e depois teria o nome novamente mudado para Cine Ritz. Azeredo ainda dirigiu o Cine Avenida, propriedade de Feres Merhy, com a saída do primeiro arrendatário, José Muzillo.

Francisco Serrador


Após a 1ª projeção de cinema em Curitiba, no Theatro Hauer, o cinema só surgiria como entretenimento em 1904, com o empenho do imigrante espanhol Francisco Serrador, que viera para o Brasil em 1887. Serrador montou, em 1904, um cinema dentro do Parque Coliseu Curitibano, que oferecia diversões desde 1902. O Parque Coliseu fora fundado por Serrador, Manuel Laffite e Antonio Gadotti. Serrador, prevendo o sucesso que o cinema se tornaria, fundou a empresa Richembourg, especializada em exibições cinematográficas, ampliando seus interesses para o interior do Paraná e São Paulo[1].
Após 1907, Serrador parte para São Paulo, onde fundou o Cine Bijou e outros 4 cinemas. Abriu também cinemas em Campinas e Santos. Em 1910, monta no Rio de Janeiro o Cine Chantecler, e participa do início da Cinelândia Carioca. Dono da Empresa Brasil de Filmes, ou como era conhecida, “Circuito Serrador”, Francisco morre no Rio de Janeiro em março de 1941.

Rua das Flores

Sendo considerada a principal artéria de Curitiba, pelos aspectos turísticos e históricos, esta rua foi palco de manifestações sócio-políticas no decorrer do crescimento da capital,e o próprio ato de sua denominação foi o mais autêntico manifesto paranaense pelo início da república no Brasil. A Rua das Flores já foi nomeadacomo Rua da Imperatriz, porém, em 1889, poucos dias após a Proclamação da República, em 15 de novembro, os camaristas de Curitiba homenagearam o feito do marechal Deodoro da Fonseca, rebatizando a via para o nome atual.
Seu calçamento foi discutido entre 1965 e 1972. Os comerciantes da região temiam que a intervenção na rua mais importante do centro, condenasse a região ao abandono, enquanto os donos de automóveis achavam inadmissível a prefeitura fechar o tráfego de automóveis e construir uma praça linear. Barricadas durante o dia eram montadas pela administração municipal para impedir o tráfego, contudo a noite os motoristas e comerciantes da região as retiravam. [5]
Com isso a prefeitura iniciou as obras de calçamento em um final de semana, impedindo que mandados de segurança fossem requeridos pelos comerciantes. Foi numa noite de sexta-feira que caminhões descarregaram as pedras para calçar a rua, e a obra foi executada naquele fim de semana. Terminado o calçamento, os operários plantaram as árvores adultas e fixaram as floreiras.[5]
A imprensa começou a atacar a prefeitura, alegando que que o calçamento ofendia a "moralidade da Revolução de 1964. Além disso, havia um medo na prefeitura que o comandante da 5.ª Região Militar considerasse o calçadão como uma obra inútil.[5]
Uma semana depois, um clube de automobilismo organizou um protesto na Rua das Flores. A intenção era que no sábado seguinte à realização da obra, automóveis antigos invadissem o calçadão, e que motoristas que passavam pelo centro fossem convidados a acompanhá-los. Porém a prefeitura agiu rápido e criou uma atividade infantil no local. Antes da hora prevista do protesto, os funcionários da prefeitura esticaram um rolo de papel no calçadão e distribuíram tintas para as crianças que iam passando. O líder do movimento subiu com o carro na calçada e parou quando percebeu que havia dezenas de crianças agachadas desenhando. Foi o fim do protesto, porém os comerciantes, donos dos automóveis e parte da imprensa queriam a substituição do prefeito, o que não ocorreu.[5]
Contudo, os dias passaram e a população que andava pelo centro começou a desviar seu trajeto simplesmente para olhar as flores e caminhar pela praça linear. Com mais gente andando pela Rua XV de Novembro, o comércio aumentou e oscomerciantes que antes reclamavam, perceberam o impacto positivo do calçamento para seus negócios.[5]

Imagens da Rua XV de Novembro[editar | editar código-fonte]

Rua XV de Novembro na primeira década do século XXI.Aspecto da Rua XV de Novembro em 1896. Nesta data a antiga Rua da Imperatriz sustentava sua nova denominação por somente 7 anos.Um dos mais antigos instantâneos da atual Rua XV de Novembro. Foto de 1870 do trecho (na atualidade) entre a rua Monsenhor Celso e a rua Barão do Rio Branco.A antiga rua da Imperatriz em 1877 na região da atual esquina com a Rua Barão do Rio Branco.
Rua-XV.jpgRua XV de Novembro em 1896 Curitiba.jpgRua xv de novembro em 1870.jpgRua xv de novembro em 1877.jpg

domingo, 29 de setembro de 2019

Palacete dos Leões

O início das obras do palacete ocorreu no final do século XIX e foi concluído em 1902 para servir de moradia da família de Agostinho Ermelino de Leão Junior e sua esposa, Maria Clara de Abreu Leão. Leão Junior escolheu o endereço, a antiga "Boulevard 2 de Julho" (depois Avenida João Gualberto)[4], por ser uma região nobre da cidade. O projeto do palacete foi executado pelo engenheiro Cândido Ferreira de Abreu (que seria prefeito de Curitiba anos depois), cunhado de Leão Júnior.[5]
Agostinho era empresário do erva-mate, mantendo engenhos do produto em Curitiba. Neste contexto, o palacete está intimamente ligado ao ciclo da produto, que foi a principal atividade econômica do Paraná entre a primeira metade do século XIX e 1929.
Em 1906, a casa foi usada para receber o então presidente da República Afonso Pena a Curitiba.[6]
Após a morte de Leão Júnior, em 1907, o palacete passou a ser de sua esposa, Maria Clara, que ali viveu até 1935. Com a morte dela, o local passou para a responsabilidade de Maria Clara Leão de Macedo, filha do casal, que casou com Tobias de Macedo.
Em 1984, o palacete foi adquirido pelo IBM Brasil, que usou uma parte do terreno para construir a sede da empresa, e neste período ocorreu uma grande restauração no edifício.
Em 2004, o BRDE comprou o local, instalado sua sede regional no prédio construído pela IBM e transformando o palacete num espaço cultural, quando promoveu uma nova restauração na década de 2010, recuperando as suas cores originais.[7]

Estilo arquitetônico[editar | editar código-fonte]

Fachada do Palacete dos Leões
O projeto arquitetônico do Palacete dos Leões chama atenção pelo estilo eclético, muito em voga na época de sua construção. Há a presença de elementos renascentistas e neoclássicos, como a simetria dos vãos das portas e as janelas em arco pleno. O rebuscamento da fachada e seu excesso de ornamentação, por sua vez, flertam com o barroco.[8].
A imponência da edificação é garantida pelo tamanho do imóvel e também pelo pavimento inferior, espécie de porão que serve de suporte para o piso nobre. Seu principal atrativo, contudo, está na riqueza de detalhes. Há diversas pinturas feitas à mão ou estêncil, retratando flores, frutas, anjos.
Em algumas das salas, há papel de parede decorado, deixando evidente o luxo do ambiente. Lustres de cristal, vidros decorados e cortinas originais da época da construção complementam o espaço.
No exterior, os visitantes podem observar na fachada do edifício elementos como conchas, colunas e taças, bem como diversos leões, marca registrada do local.

Edifício ASA

A Construtora "Aranha S.A." (a sigla da construtora denomina o Edifício ASA)[1], iniciou a construção do prédio em 1950 para ser o primeiro do Paraná que contaria com apartamentos residencias e salas comercias entre seus andares.
A obra só foi finalizada por completo em 1957, porém, desde 1954 já estava parcialmente construído e ocupado com moradores.

Estrutura e clientes históricos[editar | editar código-fonte]

Com 22 andares e 413 unidades residências e comerciais, em seu andar térreo esta localizada uma galeria com três saídas e várias salas, mas foi nos unidades comerciais que se instalaram importantes clientes, na década de 1960, como o Canal 12, que em 1960 alugou dois apartamentos do ASA para realizar uma das primeiras transmissões televisiva do estado, quando Nagib Chede inaugurou a TV Paranaense (canal 12)[2]. Também foi a primeira sede (19° andar) de um cursinho vestibular que mais tarde transformou-se uma das maiores redes de ensino do Paraná:o Grupo Dom Bosco[3].
O edifício já foi tema de peça de teatro, quando "ASA" (2014), conta a história de um morador em crise existencial

Casa João Luiz Bettega

O médico João Luiz Bettega (1916-1996) contratou o arquiteto Vilanova Artigas para projetar e construir sua residência pessoal em 1949 (este é o ano em que a prefeitura de Curitiba concedeu o alvará de construção, mediante apresentação do projeto). A residência foi finalizada em 1953 e manteve-se com a família por décadas. Após o falecimento do dr. João Luiz, em 1996, houve uma agilidade do município em tornar o imóvel um patrimônio cultural, muito em virtude das demolições de quase todos as construções projetadas por Artigas em Curitiba (seis, das nove construções, foram demolidos anteriormente[3] a década de 1990). No final dos anos de 1990, o imóvel foi tombado e desta maneira os familiares de João Bettega abandonaram a residência, já que a mesma perdeu seu valor comercial.
Somente em 2002 a casa foi comprada e restaurada e criou-se um centro cultural e um espaço voltado os estudos da arquitetura. A partir desta data, passou a ser conhecida como "Casa Vilanova Artigas".

Linhas arquitetônicas[editar | editar código-fonte]

Inaugurada em 1953, gerou críticas e polêmicas ainda na fase de elaboração do projeto, por apresentar linhas retangulares em toda a extensão dos seus dois pavimentos, com retas bem definidas em todos os principais espaços, integrados por pés-direitos duplos e interligados por rampas (marca pessoal do arquiteto)[1]. Neste período, Artigas ainda tinha influência arquitetônica de Frank Lloyd Wright[4].
Com o passar do tempo e a notoriedade profissional que elevou o seu idealizador a condição de um dos pais do modernismo brasileiro, a Casa João Luiz Bettega tornou-se de valor arquitetônico inestimável, levando o município e o governo estadual a tombarem o edifício

Reservatório do Carvalho


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Reservatório do Carvalho é um ponto histórico e turístico localizado no município paranaense de Piraquara[1], no início da Serra do Mar, em pleno Parque Estadual Pico do Marumbi, e ali se encontra a principal nascente do Rio Iguaçu[2].
Construído no século XIX e inaugurado em 1908, o reservatório constitui o primeiro sistema de abastecimento de água[3] da capital paranaense. Por não possuir motores elétricos, que para a época de sua inauguração era um artigo raro, utilizava o efeito "gravidade" para levar água ao centro de Curitiba.
O Reservatório funcionou até a década de 1940 e atualmente é administrado pelo Prefeitura de Piraquara, o Instituto Ambiental do Paraná e a Companhia de Saneamento do Paraná e é aberto a visitação pública para a divulgação das suas construções históricas (a barragens e seus encanamentos e sistemas), do Santuário de São Francisco e das trilhas existentes no local (trilhas do Salto, da Estrada do Carvalho e da Chaminé).

Colégio Estadual Dezenove de Dezembro

Histórica e importante instituição de ensino do Paraná, foi fundado em 1911 com a denominação de "Grupo Escolar Dezenove de Dezembro", durante a quarta e última gestão do então governador Francisco Xavier da Silva.[1] Sua denominação é uma homenagem à data da Emancipação Política do Paraná da Província de São Paulo.[2]
O surgimento do colégio foi o término de um ciclo de inovação da educação paranaense, iniciada pelo próprio governador Xavier da Silva quando inaugurou o Grupo Escolar Dr. Xavier da Silva, em 1904, para ser um modelo de referência nas inovações estruturais do ensino do estado no início do século XX. Como já mencionado, este ciclo fechou-se com a inauguração de alguns colégios entre 1911 e 1912, entre eles, o Dezenove de Dezembro que teve como modelo, instituições de ensino de países europeus e dos Estados Unidos, por reunir, em um mesmo ambiente (ou prédio), várias turmas de alunos, bem como, o ensino seriado.[3]
Em 1971, o colégio teve alterada sua denominação para Escola Estadual Dezenove de Dezembro Ensino de 1º Grau Regular e Supletivo e por fim, em 1999 passou a denominar-se Colégio Estadual Dezenove de Dezembro Ensino Fundamental e Médio.