Sendo considerada a principal artéria de Curitiba, pelos aspectos turísticos e históricos, esta rua foi palco de manifestações sócio-políticas no decorrer do crescimento da capital,e o próprio ato de sua denominação foi o mais autêntico manifesto paranaense pelo início da república no Brasil. A Rua das Flores já foi nomeadacomo Rua da Imperatriz, porém, em 1889, poucos dias após a Proclamação da República, em 15 de novembro, os camaristas de Curitiba homenagearam o feito do marechal Deodoro da Fonseca, rebatizando a via para o nome atual.
Seu calçamento foi discutido entre 1965 e 1972. Os comerciantes da região temiam que a intervenção na rua mais importante do centro, condenasse a região ao abandono, enquanto os donos de automóveis achavam inadmissível a prefeitura fechar o tráfego de automóveis e construir uma praça linear. Barricadas durante o dia eram montadas pela administração municipal para impedir o tráfego, contudo a noite os motoristas e comerciantes da região as retiravam. [5]
Com isso a prefeitura iniciou as obras de calçamento em um final de semana, impedindo que mandados de segurança fossem requeridos pelos comerciantes. Foi numa noite de sexta-feira que caminhões descarregaram as pedras para calçar a rua, e a obra foi executada naquele fim de semana. Terminado o calçamento, os operários plantaram as árvores adultas e fixaram as floreiras.[5]
A imprensa começou a atacar a prefeitura, alegando que que o calçamento ofendia a "moralidade da Revolução de 1964. Além disso, havia um medo na prefeitura que o comandante da 5.ª Região Militar considerasse o calçadão como uma obra inútil.[5]
Uma semana depois, um clube de automobilismo organizou um protesto na Rua das Flores. A intenção era que no sábado seguinte à realização da obra, automóveis antigos invadissem o calçadão, e que motoristas que passavam pelo centro fossem convidados a acompanhá-los. Porém a prefeitura agiu rápido e criou uma atividade infantil no local. Antes da hora prevista do protesto, os funcionários da prefeitura esticaram um rolo de papel no calçadão e distribuíram tintas para as crianças que iam passando. O líder do movimento subiu com o carro na calçada e parou quando percebeu que havia dezenas de crianças agachadas desenhando. Foi o fim do protesto, porém os comerciantes, donos dos automóveis e parte da imprensa queriam a substituição do prefeito, o que não ocorreu.[5]
Contudo, os dias passaram e a população que andava pelo centro começou a desviar seu trajeto simplesmente para olhar as flores e caminhar pela praça linear. Com mais gente andando pela Rua XV de Novembro, o comércio aumentou e oscomerciantes que antes reclamavam, perceberam o impacto positivo do calçamento para seus negócios.[5]
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