domingo, 9 de maio de 2021

Calcamento da Alameda Augusto Stellfeld - 1936 - Jorge Meissner - Prefeito

 


Chegada do Hidro Aviao em Paranagua em Dezembro de 1936, da condor, vindo do Rio de janeiro. Desembarque da menina Gerda Eleonora Meyer

 



1934 Sala de aparelhos telegraficos, no primeiro andar do Correio Velho

 


Foto de 1934, antiga igreja Ucraniana Ortodoxa de Sao Demetrio, rua Candido Hartmann

 


Pavimentaçao do prolongamento da Avenida Marechal Floriano em 1934. Foto de Arthur Wischral / Acervo: Casa da Memoria

 


1934 Vista da praca Santos Andrade, aparecendo a esquerda o predio da Universidade Federal do Parana, e a direita o predio do Correio Velho. Com um trecho da Rua XV de Novembro

 


revista A Bomba nº02 jun/1913. Ilustrador: Felix (Euclides Chichorro)

 












História de Guaraqueçaba

 

Até a primeira metade do século XVI, os únicos habitantes da região eram os grupos indígenas, que se distribuíam pelos estuários e baías do litoral paranaense, principalmente às margens da baía de Paranaguá.

Inicialmente, a região era habitada por tupiniquins, tendo, mais ao sul do litoral paranaense e norte catarinense, a frequente presença de índios carijós, hábeis em descer do planalto à planície litorânea pelo caminho de Peabiru e seus ramais.

Esse antigo caminho indígena ligava o Império Inca localizado nas cordilheiras dos Andes ao litoral paulista, com ramificações para o litoral paranaense e catarinense. Por meio dessas ramificações, as nações indígenas nômades iam do litoral para o planalto e vice-versa.

No começo do século XVI, os carijós pertencentes ao tronco Tupi-Guarani, ocupavam toda a costa sul do Brasil, desde a barra de Cananéia até o Rio Grande do Sul. Registros históricos estimam que havia de 6 a 8 mil Carijós no litoral paranaense desenvolvendo atividades de lavoura e pesca. No litoral, as atividades cotidianas incluíam a caça, a pesca, coleta de ostras, mexilhões, bacucus, caranguejos, etc. Prova da presença desses povos antigos, são os vestígios deixados, chamados de sambaquis (Depósito natural de cascas de ostras e outras conchas) encontrados ora na costa, ora em lagoas ou rios. Em Guaraqueçaba, ainda se encontram vários sambaquis em bom estado de conservação.

Com o achamento do Brasil, pelos portugueses, em 22 de Abril de 1500, e a fundação da colônia de São Vicente, em 1532, no litoral paulista, partiram as primeiras expedições de exploração ao complexo estuarino de Cananéia, Iguape e Paranaguá. A história refere-se à presença, em 1545, de colonos lusos estabelecidos em Superagui e, entre 1550 a 1560, na Ilha da Cotinga.

No dia 18 de Novembro de 1547, ao tentar esconder-se de uma tempestade, o navegador alemão, Hans Staden, se abriga no canal do Superagui, onde encontrou ali índios tupiniquins e dois portugueses náufragos. Esse navegador descreveu o que viu: índios usando peles de animais ferozes para se proteger do frio. Seu relato de viagem, do ano de 1556, apresenta a primeira carta da baía de Paranaguá.

Posteriormente, na intenção de capturar índios para escravizá-los, portugueses, vindos do litoral paulista, chegaram à BAÍA DE GUARAQUEÇABA e ali descobriram ouro nos rios Ribeira, Açungui e Serra Negra; fixaram-se na região, iniciando assim, as atividades de mineração no Brasil.

Em 1614, Diogo de Unhatte, tabelião da ouvidoria de São Vicente, obteve, de Pero Cubas, a sesmaria, denominada Paranaguá, localizada entre os rios Ararapira e Superagui – atual município de Guaraqueçaba. Povoamento mais efetivo, pelos europeus, se deu no século XVII, através da atuação do capitão-mor, Gabriel de Lara.

Outro grupo de portugueses, os chamados bandeirantes, vindo de São Paulo, instalou-se às margens dos rios da baía de Guaraqueçaba. Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, nesse mesmo século, encerra-se o ciclo de mineração nessa região e as comunidades se mantiveram por meio da agricultura de subsistência. A população foi crescendo e o cultivo e comércio de arroz, cana-de-açúcar, aipim, banana, café, milho e feijão se intensificaram.

No século XVIII, fazendas de comercialização de produtos agrícolas e madeira cresceram com o trabalho escravo, inclusive, os produtos eram exportados para a Argentina e o Paraguai, sendo transportados, pelo rio, em canoas e pequenas embarcações, até o porto de Guaraqueçaba ou Paranaguá, onde eram comercializados. Nesse período, a região sofreu a influência cultural de europeus e africanos.

Em 1838, Cypriano Custódio de Araujo e Jorge Fernandes Corrêa, antigos proprietários de terras, construíram a Capela do Bom Jesus dos Perdões, na encosta do Morro Quitumbê. Em torno da capela surgiram habitações e, em pouco tempo, a povoação nascente ganha direito e privilégios. Elevado à freguesia em 1854, mas somente gozando do predicamento de Vila, no ano de 1880. Em 1938, a Vila foi extinta e anexada como Distrito ao Município de Paranaguá. Voltou a figurar como município autônomo, em 1947.

Em meados do século XIX, quando o Paraná elevou-se a categoria de Estado, muitos imigrantes europeus, principalmente suíços, italianos e franceses, instalaram-se em Superagui, onde desenvolveram agricultura com uso de canais de irrigação. Produziram arroz, uva para fabricação de vinho, café e mandioca.

História de Pontal do Paraná

 

PERÍODO 1500 – 1820

As únicas informações concisas sobre o início da colonização do litoral paranaense devem-se a Vieira dos Santos (1850), segundo o qual os primeiros povoadores da Baía de Paranaguá vieram de Cananéia (transformada em vila em 1587) através de pequenas embarcações pelo Varadouro Velho, chegando até Superagui.

A expedição de Gonçalo Coelho, de 1501, havia deixado portugueses e castelhanos na região de Cananéia, que logo começaram a conviver com os índios ali existentes, os Carijós, e a explorar as áreas vizinhas (provavelmente bem conhecida pelos índios). Supõe-se que estes europeus se miscigenaram com os índios, pois até a chegada de Martim Afonso de Souza, o primeiro colonizador oficial em 1531, “bem poderia haver para mais de 100 pessoas mestiças, entre filhos e netos que aqueles colonos ali propagaram” (Vieira dos Santos1850).

A ocupação inicial do litoral paranaense ocorreu na Ilha da Cotinga na Baía de Paranaguá, no lado voltado para a Ilha Rasa da Cotinga (chefiados por Domingos Gonçalves Peneda). Índios também vindos de Cananéia serviram de intérpretes entre os europeus e os povos que viviam nessa região.

PERÍODO 1820 – 1950

A ligação entre Paranaguá e demais localidades ao sul provavelmente era efetuada através de barcos até Pontal do Sul, seguindo-se de carro de boi pela praia até Matinhos, como descrito pelo naturalista francês August de Saint-Hilaire (1978) em 1820:
“Partimos de Paranaguá no dia 3 de abril, em duas canoas, uma com dois remadores e a outra com três. Depois de deixarmos o Rio de Paranaguá (Itiberê, N.A.), entramos num canal que segue mais ou menos na direção do sul da baía e é limitado de um lado pela terra firme e do outro por uma série de ilhas. Em breve perdemos de vista a cidade.

Ao longe avistávamos a Serra coroada de nuvens, que passam céleres, ora deixando à mostra os picos, ora ocultando-os.Nossas canoas avançavam velozmente, deixamos para trás a parte montanhosa da Ilha da Cotinga e fomos costeando a sua extremidade que dá para o mar, onde as terras são baixas e cobertas por mangues. Após essa ilha vem a Ilha Rasa, plana, como o seu nome indica.

A Ilha do Mel, que vem em seguida, avança até a entrada da baía. É na ponta dessa ilha que foi construído o fortim que defende a barra. À medida que avançamos, o canal de navegação se alarga. Assim como a Ilha Rasa e a Ilha do Mel, a terra firme é orlada por mangues, mas se vêem nelas, de vez em quando, quase à beira da água, pequenos sítios cobertos de telhas, diante dos quais se acham várias canoas.A ponta de terra sobre a qual já disse algumas palavras, que é chamada de Pontal, foi o lugar onde desembarcamos.

Fui recebido por um cabo de milícia que comandava um destacamento acantonado nas imediações. Esse homem recebera ordem de cuidar para que chegassem a tempo as carroças que iriam levar a mim e ao meu pessoal a Caiobá. Todos foram pontuais. As carroças pertenciam a alguns fazendeiros das vizinhanças, eram grandes e puxadas por duas juntas de bois, sendo cobertas por um trançado feito de varas de bambu sobre o qual havim sido colocadas algumas folhas de bananeira amarradas em cipó.

Não havia em Pontal nem casas, nem vegetação; nada mais existia ali a não ser areia pura. Logo que desembarcamos acendemos um fogo para cozinhar o feijão e o arroz, que juntamente com água e farinha iriam constituir o nosso jantar. A bagagem foi colocada nos carros-de-boi, e quando partimos o sol já havia se posto fazia muito tempo.

Os moradores do lugar têm o hábito de viajar à noite, beirando o mar, porque os bois andam muito mais depressa no escuro do que à claridade do dia.Instalei-me com Laruotte em um dos carros-de-boi, José e Firmiano subiram num outro e Manuel acomodou-se no terceiro. Laruotte pusera uma esteira no chão e estendera sobre ela um cobertor e o meu poncho. Deitei-me, e em breve o marulho das ondas me fez adormecer, mas acordava de vez em quando e percebia, à luz do luar, que seguíamos por uma praia de areia pura, com as ondas vindo lamber de vez em quando as rodas dos carros.”

Loureiro Fernandes (1946/1947) deixou um importante relato quando acompanhou o desenvolver da construção da Estrada da Praia, descrevendo a geografia da planície de Praia de Leste.

Descreveu os traços geológicos fundamentais, os sambaquis e os povos que contribuíram para a formação do homem caboclo litorâneo, no caso os brancos, os índios e os negros, sendo que para este autor a contribuição negra foi insignificante. Em seu trabalho, Loureiro Fernandes fotografou a praia, onde podiam ser constatadas a presença do gado, introduzido pelos europeus, e habitações na praia visando a pesca, cujo aspecto revela que a contribuição indígena perdurou por muitos séculos

Rua Bruno Filgueira entre a Avenida Visconde de Guarapuava e Avenida Sete de Setembro - 1933