sábado, 29 de janeiro de 2022

NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS - III As Diligências Para o Interior

 NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS - III
As Diligências Para o Interior



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Foto: Acervo Amadeu de Mio Geara, Neto. Fonte: metropolitanoagora.com.br

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Foto: Acervo Amadeu de Mio Geara, Neto. Fonte: metropolitanoagora.com.br

Pode ser uma imagem de texto que diz "228 JOÃODE JO JOÃO DE memórias MIO REMINISCÊNCIA DO PASSADO 1.963 70. parte"Testemunho de João de Mio, nascido no vilarejo de Marmolada na região dos Alpes Italianos, Província de Beluno, chegou com os pais em Curitiba, em 1888, ainda menino, depois de viver 81 anos na Cidade Sorriso, escreveu o livro "Reminiscências" relatando suas obras e lembranças do tempo que viveu em Curitiba, de cujo texto, separei a rica descrição dele, como testemunha ocular, em sua infância, ao ver a partida da "diligência com seus briosos cavalos ... que seguiam para o interior...":
(7ª. parte – Reminiscências, 1963).
" Desde 1893 até 1915 Curitiba se orgulhava dos seguintes edifícios públicos: o Palácio do Governo na Rua Barão do Rio Branco, o Palácio do Congresso e a Catedral. [...]
Do século passado e começo deste conheci os costumes carnavalescos, esplêndidos, ricos em carros alegóricos e críticas. Na Semana Santa e nos enterros as pessoas se vestiam de preto, os mais importantes com cartola e sobrecasaca.
Na abertura da Assembléia Legislativa todos iam de casaca, ou sobrecasaca e cartola, chegavam de carro, subiam a escada de braços com a esposa. Os deputados eram trinta, vinte do governo e dez da oposição e ganhavam trinta mil réis por dia. A Assembléia funcionava de 1º. de fevereiro a 31 de março.
Curitiba estava rodeada de um cinturão verde, com riqueza agrícola estupenda. Bigorrilho, Mercês, Ahú, Colônia Argelina, Pilarzinho, Água Verde, Santa Felicidade, Campo Comprido, Órleans, Cajurú, Santo Inácio, enfim os arredores de Curitiba enchiam de maravilhas os olhos de quantos a visitavam. Era a Cidade Sorriso!
No dia 21 de novembro de 1942 para comemorar meus 50 anos de formação na escola primária, fui a Praça Zacarias, sentei num banco e na imaginação recapitulei o passado. Lembrei a escola onde estudei e que já não existia. Revi os frondosos e velhos eucaliptos, já desaparecidos, sob cuja sombra me abriguei. Revi o Museu que lá estava, onde eu me entretinha em olhar e ver a História do Brasil.
Revi os pipeiros que com suas pipas serviam água à cidade. Revi o homem que com uma escada e uma lata em forma de regador, ir alimentar de querosene os lampiões da noite.
Revi a diligência com seus briosos cavalos e munidos de abundantes guiseiras, cujo tinir se confundia com o escolpitar das patas sobre a ponte de madeira do Rio Ivo, em demanda para o interior. Por não ter ferrovias, aquele era o único meio de viajar em direção ao nosso planalto, com suas infindas e incomparáveis campinas.
Revi, por último, os arredores da nossa então pequena Capital, rodeada de chácaras, de campos e capões de virgens pinheirais, aonde, com a minha cestinha, eu ia à procura de pinhões, guabirobas, cerejas, pitangas, araçás e amoras.
No meio daquela festiva natureza, à sombra de seculares pinheiros, dando vazão ao entusiasmo da minha meninice, da minha infância, com o coração transbordando de alegria, eu cantava:
Tem tantas belezas, tantas,
A minha terra natal, (referindo-se a Curitiba)
Que nem as sonha um poeta,
E nem as canta um mortal.
E eu nem era brasileiro! "
João de Mio
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[ João De Mio escreveu três artigos com “reminiscências”, o primeiro em 1938. Em todos repete alguns acontecimentos e pessoas, mas sempre acrescenta detalhes e novos fatos. Este foi terminado no início de 1963 e eu (Amadeu Luiz de Mio Geara, neto) o datilografei em março.]
(Compilado de: periodicos.pucpr.br)
Paulo Grani

ENTRANDO NA ANTIGA ESCOLA AMERICANA DE CURITIBA

 ENTRANDO NA ANTIGA ESCOLA AMERICANA DE CURITIBA

A Escola Americana de Curitiba, na primeira década de 1900.
Foto: Acervo Ministério Público
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Atividades no pátio interno da escola, em 1913.
Foto: Acervo Joao Carlos Amodio.
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1. Helen A. Wad... (professora de alemão, 2. Miss Kuhl, 3. Miss Dascomb, 4. ? , 5. Bertha Barddal, 6. Georgina Mongruel, 7. Dinorah Doria, 8. Isabel Bichelo, 9. Orace Kock,n 10. Gertrud Lukena, 11. Carlota Pacheco, 12. Mathilde Rickeo, 13. Alberto Barddal, 14. Ilda E. Kolb.
Foto: Acervo Igreja Presbiteriana de Curitiba

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Fachada da Escola Americana, década de 1920.
Foto: Acervo Paulo José Costa.
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Fundada em 16 de janeiro de 1892, a Escola Americana de Curitiba ficava na rua Comendador Araújo nº 28, iniciada pelas missionárias educadoras protestantes norte-americanas Mary Parker Dascomb e Elmira Kuhl. Notáveis educadoras, projetaram o seu nome e influência na formação moral e intelectual de notáveis líderes da cultura e política paranaense.
Inicialmente, sua matrícula foi de 150 alunos, sendo 50 do sexo masculino e 100 do feminino. Em 1906, já contava com 180 alunos e, em 1914, aproximadamente 430 alunos.
Julio Andrade Ferreira, em seu Livro História da Igreja Presbiteriana do Brasil, transcreve um boletim intitulado "The Brazilian Bulletin,1898", escrito pelas missionárias, que fazia propaganda da Escola Americana, descrevendo sua estrutura e até aspectos do cotidiano escolar:
"Não quer você visitar a Escola Americana de Curitiba? Venha amanhã às nove horas de manhã e eu a mostrarei antes que ela se abra às nove e meia. Nossa casa, agora tão agradável, tem experimentado a vida, como aqui se diz.
Um alemão construiu esse prédio para escola. É bem construído; tem, diferentemente de outras casas brasileiras, uma parte básica em que se vêem arcos bem fortes, que suportam o edifício. Serviu, tal construção, para sala de dança; foi, depois, usado para fábrica de sabão, de cuja situação suja e cheia de graxa a veio salvar miss Kuhl. Essa tarefa não foi nada fácil. Limpar, pintar, caiar as paredes foi simples em comparação com a drenagem de sujeira no quintal, e a reestruturação do mesmo e seu embelezamento, bem como a feitura do jardim.
Os vizinhos, europeus, olhavam com suspeita a drenagem de canos. Podiam eles ter esgotos, por que não nós? Lógico que miss Kuhl logo ficou com calo de sangue na mão; mas com paciência imperturbável, amabilidade e firmeza foi ganhando a parada.
Construiu uma varanda de incalculável valor para as garotas nos dias de chuva. A escada íngreme foi substituída por outra com patamar, de modo que as alunas tenham menos probabilidade de quebrar o pescoço.
Nosso senhorio, alemão, está tão convencido de nossa conveniência como arrendatários que, embora a criançada se espalhe às centenas pela propriedade, ele é quase que o único senhorio na cidade que não tem aumentado o aluguel. O ano passado forrou três grandes salas com tábuas para evitar que alguém fosse morto por causa dos grandes pedaços de estuque que caíam inesperadamente.
Olhemos estas filas silenciosas de pequeninos simpáticos esperando no corredor para marcharem através da rua para o primário. O belo comportamento deles é devido a miss Effie Lenington que, com voz suave e maneiras mansas, realiza inexoravelmente tudo o que quer. Aqui vem uma pequena professora primária para conduzí-las, dona Maria Augusta. Ela é uma jóia. Perfeita como aluna, ela é a mesma como professora; uma firmeza otimista leva estes pequenos malandros a uma atividade em perfeita ordem.
Entremos na sala de visita. Não parece casa de morar? Os móveis são muito velhos; das nossas próprias casas. As paredes cheias de livros fazem-na muito atraente – as enciclopédias e outros livros velhos de nossos pais; alguns, porém, são novos, comprados aqui e outros mandados por amigos generosos de nossa pátria...
Esta estante de revistas ilustradas e encadernadas serve muito para as aulas de geografia e para a sociedade missionária, como também para divertir e instruir as famílias que se reúnem aos sábados à noite para ensaiar os hinos.
Veja a grande bandeira como 'portiere' no grande corredor. As estrelas e as listras (a bandeira americana) são a primeira coisa que se vê quando se entra em nossa casa.
Percorramos as grandes salas de aula, altas, arejadas, bem iluminadas, enfeitadas com quadros interessantes, colhidos de muitos lugares. Da varanda podemos apreciar as brincadeiras no quintal. Olhemos o jardim além, com centenas de rosas, cravos, lírios de toda espécie, dálias, e outras maravilhas.
Quantas crianças vem cedo para a aula. Orgulho-me de seu zelo. Algumas vêm as sete horas, pois o estudo, em muitas casas é quase sempre impossível. Em nossa mesa de estudo, os grandes dicionários e livros de referência com espaço, tranqüilidade, e flores, fazem do estudo um prazer.
As classes intermediárias dirigidas por nossa admirável dona Bertha, formam-se em fila no salão nobre para tomar parte nos hinos, cânticos. Há uma marcha rápida...
Vocês tem interesse de estudar as aulas? Alemão, com a graciosa e competente fraulein Mathilde; francês e português com o senhor Raposo. e inglês, matemática, histório, geografia...
Não estudam eles bem e não parecem bem espertos? Nosso estudo bíblico está a acabar agora. É o único ensino religioso que muitos deles recebem e não pode deixar de impressioná-los.
Depois do jantar, às 4 horas, as moças fazem rápido passeio; ou, se chover, um jogo de bola ou de sacos de feijão. Voltam às pressas para ouvir a leitura de algum livro dos clássicos. Depois, na grande sala de estudo, passasse a hora agradável, silenciosa, ocupada, em estudo das obrigações escolares, seguida de um chá e de uma noite grande de descanso.
No inverno e no verão, levantamo-nos às seis horas: tomamos café, fazemos ginástica, temos vintes minutos para devoções pessoais, uma lufa-lufa para arrumarmos a casa toda muito bem."
A Escola Americana funcionou até 1937, depois o prédio abrigou a Escola Prof. Belmiro Cesar. Na década de 1960 abrigou o Colégio Militar da PMPR e a partir de 1970, funcionou o Colégio Dom Bosco.
Paulo Grani

Hugo Gutierrez Simas nasceu em Paranaguá, PR, dia 23 de outubro de 1883

 Hugo Gutierrez Simas nasceu em Paranaguá, PR, dia 23 de outubro de 1883


Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e barba*23.10.1883, Paranaguá, Paraná
+27.10.1941, Rio de Janeiro
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“ Hugo Gutierrez Simas nasceu em Paranaguá, PR, dia 23 de outubro de 1883 , e faleceu com 58 anos, no Rio de Janeiro, RJ, no dia 27 de outubro de 1941).
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Foi um jurista brasileiro, destacado especialista em Direito Marítimo. Além da advocacia, exerceu as funções de promotor do Ministério Público do Paraná e desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná.
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Filho do farmacêutico Fernando Simas, deputado na Assembleia Constituinte que culminou na Constituição Federal de 1891, e de Helena Gutierrez, Hugo Simas passou sua infância em Paranaguá, onde se formou no primário. Em seguida, se mudou para o Rio de Janeiro, onde, como seu pai antes, se formou em Farmácia pela Academia de Medicina do Rio de Janeiro, aos 22 anos. Exerceu brevemente a profissão, vindo logo a formar-se em 1908 em Direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, uma das precurssoras da atual Faculdade Nacional de Direito, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Uma vez formado, retornou ao Paraná, assumindo como promotor do Ministério Público do Paraná sucessivamente nos municípios de Antonina, Palmeira e Rio Negro.
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Em 1912, auxiliou na fundação do Centro de Letras do Paraná e da Universidade do Paraná, uma das razões pelas quais mais tarde viria a ser homenageado pelos estudantes de Direito da instituição com a adoção de seu nome para o centro acadêmico. Atuou na universidade como professor de Direito Constitucional e Economia Política.[9]
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No ano de 1921 mudou-se novamente para o Rio de Janeiro, onde permaneceu alguns anos, exercendo o cargo de consultor jurídico do Lloyd Brasileiro, ao mesmo tempo em que mantinha escritório de advocacia próprio. Ali permaneceu até 1932, quando o interventor do Paraná, Manuel Ribas, lhe ofereceu o posto de Procurador-Geral do Ministério Público do Paraná, função que aceitou.
Pouco tempo ficou no cargo, visto que apenas dez meses mais tarde foi nomeado desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, atribuição que exerceu até pouco antes de seu falecimento, quando se afastou para tratar da saúde no Rio de Janeiro. Sua passagem pelo Judiciário paranaense também não passou despercebida, carregando a biblioteca do tribunal seu nome em sua memória.
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Nessa sua segunda volta ao Paraná, exerceu também novamente a docência na universidade que ajudara a fundar anos antes, estando encarregado das cadeiras de Direito Internacional e Direito Comercial da universidade que ajudara a fundar anos antes, além da de Direito Constitucional, que já ocupara anteriormente.
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Faleceu no Rio de Janeiro, deixando a esposa Branca Guimarães Simas, com quem teve duas filhas.
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A Avenida Desembargador Hugo Simas - Bom Retiro/Pilarzinho - inicia na Praça Honorina Valente (foto 3 – Acervo da “Família Petroski”), terminando na Rua Raposo Tavares.
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Fonte (texto): Wikipédia, a enciclopédia livre.
Foto 1: Hugo Gutierrez Simas – Google:”memorial.mppr.mp.br”
Foto 2: Avenida Desembargador Hugo Simas; Google “Curitiba.pr.gov.br/...” – PMC – foto de “Daniel Castelano”
Foto 3: Praça Honorina Valente (início da Avenida).
Acervo da Família Petroski (Google)

CRUZ VERMELHA

 CRUZ VERMELHA


Pode ser uma imagem de ao ar livre“ A Cruz Vermelha do Paraná tem uma bonita história desde sua fundação em 22 de abril de 1917, por destacadas figuras da sociedade curitibana, que pertenciam ao famoso Grêmio das Violetas. Hoje, tem à sua frente há 37 anos, o médico e escritor Lauro Grein Filho que, com liderança, vem desenvolvendo campanhas e serviços de voluntariado, primeiros socorros e o envolvimento de povos de todas as nações em busca da paz, do humanismo e da valorização dos direitos humanos.
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A criação do Hospital da Cruz Vermelha do Paraná tem uma história que foi testemunhada e, até certo ponto, protagonizada pela médica Nana de Carvalho Sondahl.
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“A criação do hospital foi minha sugestão”, comenta ela. “Aramis Athayde era presidente da entidade – seção do Paraná quando eu estava tentando montar meu escritório particular, recém-formada em Medicina. Era o final da década de 30 e início dos anos 40, e o Brasil acabava de entrar na guerra, (Segunda Guerra Mundial). ”
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“Então o Dr. Aramis me convidou para trabalhar como secretária-executiva da Cruz Vermelha – seção Paraná. Fiquei na função durante três meses e acabei encontrando em uma sala envidraçada, sem janelas, cheia de papéis, uma escritura da Cruz Vermelha anexa ao Hospital Cesar Pernetta, na Rua Silva Jardim. O Dr. Aramis sabia que o Hospital Cesar Pernetta tinha um terreno na Avenida Vicente Machado, e tivemos a idéia de pedir a dona Anita Ribas, esposa do então interventor Manoel Ribas, a permuta entre os terrenos.”
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A dra. Nana desistiu da idéia que tivera, junto com outros colegas, (Antônio Jorge Ribeiro de Camargo e outros) de criar um pronto-socorro na Praça Tiradentes e passaram a se dedicar à criação do mesmo serviço na Cruz Vermelha. Nana passou a recolher os donativos e, sentindo necessidade de praticar o que tinha aprendido na faculdade de Medicina, ficou como “residente” do hospital, morando em um pequeno apartamento dentro da entidade, que depois viria a ser ocupado por outras pessoas.
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Com a notícia da guerra, em 1939, Nana foi encarregada de convocar as enfermeiras samaritanas, e o anúncio foi feito na rádio PRB2. “Concordei com a convocação, contanto que as mulheres não fossem para a frente de combate”, salientou ela. O então major Henrique Moss de Almeida garantiu essa prerrogativa, acompanhando os anúncios na rádio.
“Eu usava de critério para selecionar as moças”, afirma Nana. “Havia aquelas que queriam ir para a guerra em busca de aventuras ou para morrer, mesmo, então essas eu dava um jeito de dispensar. ”
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“Fui professora delas em Fisiologia, Puericultura e Anatomia. ” “Convidei depois o dr. Hamilton Luiz Antônio de Azevedo para as aulas de Anatomia. ”
“Quando foi a formatura, com baile e tudo, não aceitei ser paraninfa, porque esta tinha que ser a mulher do governador ou a do general. As alunas me ofereciam vestidos de festa emprestados, julgando ser esta a causa da minha recusa. ” (A dra. Nana está no quadro de fotos das samaritanas, ao centro, ao lado do dr. Hamilton, como homenageada).
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(Umas das jovens que foram para a Itália, ela não recorda os nomes, mas eram das famílias Chaves e Santana.)
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Nana é reservista de guerra aspirante, porque, segundo ela, no Exército não havia carreira para médica, somente para enfermeira.
Uma senhora que foi muito importante na história do hospital foi Sarita Leme de Siqueira, esposa de um advogado, que comprou todo o material médico para a Cruz Vermelha nos Estados Unidos.
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“O Estatuto da Cruz Vermelha é tão bem feito que você pode governar um país com ele”, encerra Nana de Carvalho Sondahl.
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Na paz e na guerra, o humanismo acima de tudo
Ultimamente temos meditado muito sobre a paz e a guerra, principalmente diante da eminência de deflagração do conflito entre Estados Unidos e Iraque.
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Imediatamente vêem-nos à memória cenas de filmes como “O Resgate do Soldado Ryan” e passamos a lembrar de nossos pracinhas na Itália e/ou de pessoas conhecidas que viveram de perto todas as brutalidades dos campos de combate. Este combate parava, repentinamente, e entravam padioleiros anunciados por bandeiras brancas com uma cruz vermelha ao centro. Quem seriam? Certamente os representantes do último resquício de humanismo existente em uma guerra: a Cruz Vermelha.
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Foi no campo da batalha de Solferino, norte da Itália que a visão de tantos feridos aos quais os serviços de saúde não podiam ajudar, sensibilizou Henri Dunant (1828 – 1910) a escrever um livro. Intitulado ” Recordações de Solferino” e publicado em novembro de 1862, comoveu a consciência mundial da época. Relatando suas lembranças dramáticas, nas últimas páginas Dunant sugeriu a criação de uma sociedade de socorro de caráter nacional regida por regras humanitárias. “Não haveria um meio de, em tempos de paz, organizarmos sociedades cujo fim proporcionaria cuidados aos feridos em tempos de guerra? “Não seria de desejar que um congresso formulasse princípios internacionais sagrados que servissem de base às sociedades? ”, indagava ele.
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Uma comissão especial se formou e no ano de 1863 fundou-se a Sociedade Genebresa de Utilidade Pública, composta pelos doutores Maunoir, Appia, Gustave Moynier, General Dufour e o próprio Henri Dunant. Seu objetivo era executar soluções práticas ao apelo lançado no livro “Recordações de Solferino”. De 26 a 29 de outubro do mesmo ano reuniu-se em Genebra uma conferência internacional congregando representantes de 16 nações.
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Foram criadas então dez resoluções e três moções que deram origem à Cruz Vermelha. Elas previam, entre outras medidas, a criação, em cada país, de um comitê de socorro que ajudaria, em tempos de guerra, os serviços de saúde dos exércitos; a formação de enfermeiras voluntárias em tempos de paz; a neutralização das ambulâncias, hospitais militares e pessoal de saúde e a adoção de um símbolo distintivo uniforme, uma braçadeira branca com uma cruz vermelha. Em 22 de agosto de 1864 a “Primeira Convenção de Genebra para a Melhoria da Condição dos Feridos nos Exércitos em Campanha” foi assinada nessa cidade e ratificada por 55 países.
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No ano de 1901 Jean Henri Dunant recebeu o primeiro Prêmio Nobel da Paz.
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Zélia Maria Nascimento Sell
é do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.”
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Texto de 04.03.2003 e 19.0l.2013 - reportagem de Zélia Maria Nascimento Sell, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, publicada na Tribuna.
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Foto: Cruz Vermelha do Paraná, vista da rua Capitão Souza Franco, esquina com Vicente Machado
Fonte: “Galeria de Imagens – Agência Estadual de Notícias.

COMPLEXO DO COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ E ADJACÊNCIAS, POR VOLTA DE 1960 ***Fonte - Salvabrani ***

 

COMPLEXO DO COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ E ADJACÊNCIAS, POR VOLTA DE 1960
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Praça Oswaldo Cruz - 1959. ***Fonte - Salvabrani ***

 Praça Oswaldo Cruz - 1959.
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***Vista aérea do Shopping Center Pinhais, sendo finalizado em 1980 *** ***Fonte - Salvabrani ***

 ***Vista aérea do Shopping Center Pinhais, sendo finalizado em 1980 ***
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1. Helen A. Wad... (professora de alemão, 2. Miss Kuhl, 3. Miss Dascomb, 4. ? , 5. Bertha Barddal, 6. Georgina Mongruel, 7. Dinorah Doria, 8. Isabel Bichelo, 9. Orace Kock,n 10. Gertrud Lukena, 11. Carlota Pacheco, 12. Mathilde Rickeo, 13. Alberto Barddal, 14. Ilda E. Kolb. Foto: Acervo Igreja Presbiteriana de Curitiba

 1. Helen A. Wad... (professora de alemão, 2. Miss Kuhl, 3. Miss Dascomb, 4. ? , 5. Bertha Barddal, 6. Georgina Mongruel, 7. Dinorah Doria, 8. Isabel Bichelo, 9. Orace Kock,n 10. Gertrud Lukena, 11. Carlota Pacheco, 12. Mathilde Rickeo, 13. Alberto Barddal, 14. Ilda E. Kolb.
Foto: Acervo Igreja Presbiteriana de Curitiba


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Revendedora Chevrolet de Freitas & Filhos, em 1926, na Av. Vicente Machado esquina Cel. Pedro Ferreira, no município de Palmeiras, Paraná. (Foto: Acervo I.H.G. de Palmeira) Paulo Grani

 Revendedora Chevrolet de Freitas & Filhos, em 1926, na Av. Vicente Machado esquina Cel. Pedro Ferreira, no município de Palmeiras, Paraná.
(Foto: Acervo I.H.G. de Palmeira)
Paulo Grani


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A EPIDEMIA PÔS FORA DE SERVIÇO MAIS DE 100 TRABALHADORES

 A EPIDEMIA PÔS FORA DE SERVIÇO MAIS DE 100 TRABALHADORES


Nenhuma descrição de foto disponível." Essa foto de José Juliani nos obriga a pensar no destino desses trabalhadores, homens e crianças, que rasgaram a estrada de ferro em meio a selva paranaense - escura, úmida e densa.
Eles abriram o caminho no "inferno verde" no início dos anos 30; caíram de cabeça nesse "caldeirão da malária" que fervia por aqui.
É estranho que hoje saibamos tão pouco sobre esses homens e sobre a aventura que viveram. Aqui, de fato, uma história épica que não conhecemos.
Gastamos tempo, dinheiro e pesquisa para restaurar uma locomotiva que nem passou por aqui. Mas sobre a vida dos operários que assentaram os trilhos e dormentes pouco se sabe. É assim mesmo: a produção de conhecimento também está a serviço da mitificação de realidades que não existiram.
Adiante, transcrevo um pequeno episódio desse épico narrado pelo engenheiro Arthur Rangel Christoffer, responsável pela administração da construção da estrada de ferro Paraná-São Paulo:
' Desde o dia 1º do corrente ano [1935] que está correndo o trem de passageiros até Londrina e, si dentro dos precisos termos do contracto não foi concluída a obra, foi porque houve o imperioso motivo de força maior ― a epidemia da maleita ― que assolou Jatahy, mas, dentro dos precisos termos contractuaes ella esteve terminada, tanto que a sua digna directoria prorrogou o prazo e, sua expectativa foi mesmo excedida, pois quando julgava que só em agosto estaria terminada, já nos últimos dias de junho trafegavam sobre a ponte os trens de carga e por isso porque, cedida a epidemia, pudemos obter o rendimento de mão de obra em condições normais. Essa verdadeira calamidade pública, que este anno se manifestou com singular violência em Jatahy, a ponto de o governo do Paraná enviar para ahi uma missão médica, causou também a nós não pequenos prejuízos, pondo fora de serviço mais de uma centena de operários e obrigando-nos a manter serviços médicos e hospitalares aqui em Londrina e em São Paulo, além de soccorros às famílias dos operários doentes, que por dever de humanidade lhes prestamos '. "
Trecho do discurso do engenheiro construtor da estrada de ferro São Paulo-Paraná, Arthur Rangel Christoffer. Publicado no Correio Paulistano, 1º de agosto de 1935.
(Texto e foto etraídos de doclondrina.blogspot.com).
Paulo Grani