quinta-feira, 7 de junho de 2018

Omar Sabbag


Omar Sabbag em evento no Paço da Liberdade, antiga sede da Prefeitura no Centro de Curitiba
Fotos: Erony Santos/Prefeitura de Curitiba
O engenheiro Omar Sabbag foi prefeito de Curitiba de março de 1967 a março de 1971. Eram tempos do governo militar, após o golpe que derrubou o presidente João Goulart, em 31/3/1964. As eleições diretas nas Capitais e cidades consideradas de segurança nacional haviam sido suspensas e seus prefeitos passaram a ser nomeados.
Sabbag substituiu Ivo Arzua Pereira, eleito em 1962 para um mandato até dezembro de 1966, mas que continuou no cargo por mais alguns meses, nomeado pelo governador Paulo Pimentel dentro dos novos critérios.
Sabbag e Nicolau Klüppel, dois engenheiros dedicado às obras de saneamento
A escolha de Sabbag, um curitibano nascido em 4/9/1923, engenheiro civil da turma de 1947 da Escola de Engenharia da UFPR, com pós-graduação na Universidade de Harvard e mestrado em Engenharia Sanitária, teria sido, e é quase certeza, por indicação do ministro Juarez Távora, de Viação e Obras Públicas ao tempo do general-presidente Humberto de Alencar Castello Branco.
Ministro Juarez Távora em visita a obras do DNOS em Curitiba
Foto: Osvaldo Jansen/O Estado do Paraná
O ministério de Távora tinha em seu organograma, entre muitos órgãos, o DNOS (Departamento Nacional de Obras de Saneamento, hoje extinto). Omar Sabbag exercia, em Curitiba, a chefia do 13º distrito do DNOS, cuja sede era no bairro Tarumã, atrás do Jockey Clube de Curitiba, vizinho do estádio do antigo Palestra Itália, tradicional clube de futebol da capital paranaense.
No começo de março de 1966, o ministro Távora fez uma visita de inspeção a todas as obras do DNOS em Curitiba e em algumas cidades do Paraná, acompanhado do diretor geral do órgão, coronel José Luiz Ottoni de Carvalho. Ficou impressionado com o bom trabalho de Sabbag.
Naquele mesmo dia, em visita ao governador Paulo Pimentel, que estava em vias de indicar o novo prefeito de Curitiba – Arzua havia sido convidado para o Ministério da Agricultura pelo futuro presidente, o também general Arthur da Costa e Silva –, Távora sugeriu o nome de Sabbag.
Pimentel, político experiente – que fez um bom governo -, acatou a sugestão e encaminhou o nome de Omar Sabbag à Assembleia Legislativa, que o referendou. E Curitiba só ganhou com isso. O chefe do distrito do DNOS, que havia garantido à cidade gordas verbas para o combate a enchentes, com a canalização e/ou retificação de rios como Ivo, Belém, Juvevê, Barigui e Atuba, cumpriu, à frente do Executivo Municipal, um quatriênio de muitas realizações, entre as quais viadutos, um amplo programa de educação, de pavimentação asfáltica e de integração de bairros distantes e o início e quase conclusão da estação rodoferroviária. Além, naturalmente, de ter realizado muito em sua especialidade – o saneamento.
Com o vereador Erondi Silvério, nos anos 1970, em visita aos bairros
Lembro bem daqueles tempos: acompanhei o trabalho de Omar Sabbag no DNOS, como repórter do jornal O Estado do Paraná, e na Prefeitura como assessor de imprensa.
No DNOS, sempre solícito, nunca deixou de fornecer boas notícias. Quando não tinha uma informação pronta, saia de seu gabinete, atravessava um corredor e sentava-se à mesa do rádio (eram assim as comunicações no passado, junto com o telex, aquele trombolhão que parecia uma máquina de escrever gigante e que expelia fitas perfuradas com as mensagens) e se conectava com a direção do DNOS. E eu saia de lá abastecido com alguns “furos” (notícias exclusivas em primeira mão).
Ao deixar a Prefeitura, depois de um período de licença para tratamento de saúde, e com as contas municipais em dia e organizadas, Sabbag voltou ao seu órgão de origem – o Departamento de Água e Esgoto, hoje Sanepar, e à sua cadeira de professor da UFPR. Faleceu em Curitiba em 17/3/1987.

Nenhum comentário:

Postar um comentário