História[editar | editar código-fonte]
A velha e pacata estrada para São José dos Pinhais era a principal ligação entre a capital da província e a então Villa que outrora fora chamada de Arraial Grande. Este caminho era também a ligação com a província vizinha de Santa Catarina e que em meados do século XIX recebia poucos e destemidos viajantes e tropeiros que para vencerem a distância entre as duas cidades levava-se, dependendo das condições do tempo, dois dias.
Mas a tranquilidade desta estrada mudou em 1899. Neste ano a prefeitura de Curitiba inaugurou, mais precisamente em 2 de setembro, o primeiro Matadouro Municipal e assim a rotina foi alterada quando os fazendeiros traziam, em grandes boiadas, seu gado a fim de serem abatidos. O matadouro funcionou até o ano de 1964, quando foi fechado em virtude de um acidente que comoveu os curitibanos. Um vizinho do matadouro morreu quando foi perseguido e pisoteado por um boi. Neste mesmo endereço, anos mais tarde, funcionou a ASSOMA (Associação dos Meninos de Curitiba), desativado no ano de 2008 e em 2010 o antigo e primeiro Matadouro Municipal é uma unidade do Instituto Federal do Paraná (IFPR).
Nas primeiras décadas do século XX o comércio começou a despontar a beira desta estrada e assim a região começou a crescer, ganhando novos moradores. As olarias da família Mehl transportavam, em carroças de oito cavalos, seus produtos para o centro da capital, enquanto os tropeiros rumavam em direção a “São José” e o estado vizinho juntamente com as carroças de cereais dos colonos que habitavam a região.
Foi neste ambiente que em 1937 o descendente de ucraniano, Paulo Spak, transferiu seu comércio inaugurado no Umbará em 1934 e deu início a mais um estabelecimento de secos e molhados a beira da estrada. Nesta época, além de atender aos viajantes, Paulo também tinha como clientela os novos moradores do bairro Boqueirão, pois antes da abertura e pavimentação da Avenida Marechal Floriano Peixoto, o melhor caminho deste bairro para o centro da cidade era pela estrada de “São José”. O Armazém de Secos & Molhados Santa Ana, de Paulo Spak e Julia Zielonka atravessou o tempo e resistiu à concorrência do comércio modermo e continua lá, atendendo não mais tropeiros e viajantes, mas agora curitibanos e turistas que “visitam” o antigo comércio a procura de produtos a granel e para conhecerem como era este tipo de estabelecimento em meados do século passado.
Em julho de 1950 um fato ocorrido a quilômetros de Curitiba mudaria a história da antiga estrada. Em 30 de julho deste ano morreu o senador gaúcho Salgado Filho, que pereceu em uma acidente aéreo em seu estado natal. Menos de um ano da morte do senador, em 23 de fevereiro de 1951 a cidade de Curitiba batizou a velha estrada de Avenida Senador Salgado Filho como forma de homenagem ao político que ocupou a pasta ministerial do Trabalho e Aeronáutica, alem de ter ajudado na criação da Força Aérea Brasileira.
Em 1957 a recente Avenida Senador Salgado Filho recebeu pavimentação asfáltico e assim deixou para trás aquele aspecto de velha estrada de chão que contribuiu para o crescimento e o progresso de dois importantes bairros curitibanos: o Guabirotuba e o Uberaba e agora, nos primeiros anos do século XXI, é uma das principais vias de Curitiba e a principal referência da região sudeste da capital.
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