ABERTURA DO CAMINHO DO MAR
Em 06/10/1729, a Câmara da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba decidia mandar abrir uma estrada denominada "Caminho do Mar", desde a Vila até o pico da serra.
ABERTURA DO CAMINHO DO MAR
Em 06/10/1729, a Câmara da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba decidia mandar abrir uma estrada denominada "Caminho do Mar", desde a Vila até o pico da serra. O caminho deveria passar por Borda do Campo e Piraquara. Deveriam executar a obra os cabos de quartéis, nomeados por escrito pelos vereadores, e a obra deveria ser iniciada em 20 de outubro, daquele ano. Os cabos que faltassem com o compromisso deveriam pagar ao Conselho seis mil réis, mais 30 dias de prisão.
Em 06/03/1805, a Câmara determinava o "refazimento do Caminho da Serra", devido aos pântanos que se formavam ao longo dele, atrasando ou impedindo os viajantes de prosseguirem o trajeto.
A ordem era que os capitães das esquadras e quartéis da região comandassem a obra, observando três requisitos: "esgotar por valas os pântanos que se achavam ao longo do caminho, modificar para diferente direção os trechos estreitos, descortinar o caminho cortando as árvores e colocando fogo nos locais onde elas poderiam fazer sombra, permitindo assim que o sol pudesse secar a água empoçada".
Além disso, qualquer tropa com bestas e cavalos com mais de dois animais de carga deveria ir munida de machados para cortar as árvores no caminho, fazendo assim a manutenção e evitando a formação de pântanos.
Foi apenas em 1830 que o Caminho, agora mais conhecido como "Caminho do Itupava", ganhou o calçamento como conhecemos hoje. O projeto empregou em sua construção cerca de 208 homens, a maioria deles escravos e não chegou a ser finalizado devido à queda do Império com a proclamação da República.
O Caminho do Itupava também teve grande importância econômica para o Paraná, principalmente no século 19, quando a erva mate foi o grande propulsor do progresso nas proximidades de Morretes e Porto de Cima, que chegou a ter mais de 35 engenhos de beneficiamento ao seu redor. Foi nesse período que se verificou o maior tráfego de animais carregando grandes fardos de erva-mate in natura, para alimentar os engenhos da região.
Durante sua história, houve várias tentativas de taxação pelo uso da trilha, com o estabelecimento de praças de pedágio para financiar sua manutenção permanente. Entretanto, nunca houve uma manutenção adequada e os recursos arrecadados pelo pedágio eram frequentemente desviados de sua finalidade real.
Em 1873 o Caminho cai em desuso, com a abertura da estrada da Graciosa e a efetivação da Estrada de Ferro Paranaguá Curitiba (12 anos depois).
Essas ordenanças da Câmara de Curitiba visavam aprimorar o caminho precário existente desde os idos de 1654, aberto por índios e mineradores. Naqueles momentos, foram chamados de Caminho do Mar e Caminho da Serra, mas ele também já foi chamado Caminho de Morretes, Caminho de Coritiba, Caminho dos Jesuítas e Caminho do Itupava, que em língua tupi-guarani significa rio encachoeirado. Assim, o caminho mais antigo do Paraná , foi o primeiro elo de ligação da planície litorânea com o planalto paranaense e, portanto, preserva uma parte da história da colonização do Paraná.
(Compilado de: cmc.pr.gov.br / Iap.pr.gov.br)
Paulo Grani
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