terça-feira, 19 de abril de 2022

ENTRANDO NO BAR PALÁCIO O Bar Palácio fundado em 1930 por Adolfo Bianchi, argentino, de origem italiana, surgiu, primeiramente, com o nome de Café Palácio.

 ENTRANDO NO BAR PALÁCIO
O Bar Palácio fundado em 1930 por Adolfo Bianchi, argentino, de origem italiana, surgiu, primeiramente, com o nome de Café Palácio.


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O segundo endereço do Bar Palácio, à Rua Barão do Rio Branco nº 388.
Foto: Jornal O Estado do Paraná

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A histórica placa "Ao Churrasco Palácio", mostrava que não era apenas um bar. Ela foi levada para o novo endereço à Rua André de Barros como um ícone de parte da história do estabelecimento.

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A fumaça emanada dessa grelha já foi motivo de muitas crônicas de jornalistas. Um deles, Adherbal Fortes de Sá Jr., escreveu com bom humor numa de suas crônicas: "A fumaça da churrasqueira do Palácio deveria ser vendida engarrafada para limpar a cara dos infiéis do leito conjugal. [...] Muitos maridos usaram a fumaça do Palácio como álibi para noitadas de infidelidade: após o motel, uma passada pelo Palácio, para ao chegar em casa ter a desculpa de 'fiquei com a turma jantando no Palácio [...] (MILLARCH, 1991.

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Fachada do Bar Palácio, em 1981, na barão do Rio Branco.
Foto: Jornal O Estado do Paraná

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Antônio Humia Duran, o segundo proprietário.

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Funcionários do Bar Palácio em 1991.
Foto: Jornal O Estado do Paraná
ENTRANDO NO BAR PALÁCIO
O Bar Palácio fundado em 1930 por Adolfo Bianchi, argentino, de origem italiana, surgiu, primeiramente, com o nome de Café Palácio.
Situava-se na rua Barão do Rio Branco, onde hoje é o centro de Convenções de Curitiba (antigo Cine Vitória), ao lado do Hotel Johnscher e bem em frente ao Palácio do Governo, acredita-se que veio daí a Idéia do nome "Palácio" que, desde o início, especializou-se em carnes, apesar de ter recebido os nomes Café Palácio, Bar e Restaurante Palácio. Churrasco Palácio.
Na realidade, jamais foi um Café e nunca atendeu clientes que desejassem somente bebida alcoólica. Uma placa colocada na entrada do estabelecimento pelo sr. Adolfo Bianchi, caracterizava bem a sua especialidade: criadiUas (testículos de boi na grelha) e chin-chilin (tripa grossa de boi recheada). Pode-se dizer que a proposta do sr. Bianchi deu certo. O Palácio se tornou conhecido, passou a constar do roteiro noturno da cidade, pois funcionava das 18 horas às 7 horas da manhã.
Em 1945, o sr. Antonio Humia Durán, funcionário da Companhia Inglesa São Paulo Railway, veio com alguns colegas de trabalho para Curitiba, em férias coletiva. Já eram proprietários de um hotel em São Paulo e de uma transportadora. Aqui em Curitiba, resolveram comprar o Palácio, um outro restaurante na praça Osório e um Bar na rua Mal. Floriano. Terminaram pedindo demissão da São Paulo Railway e ficaram por aqui, administrando seus negócios.
Desfez-se a sociedade, em 1950, e o sr. Durán ficou com o Palácio. Manteve o cardápio e a qualidade de tudo o que era oferecido, manteve o horário de funcionamento e uma norma: "mulher desacompanhada não entra". Mulher sozinha dava enguiço porque sempre havia um engraçadinho entusiasmado ...
Em 1955, o sr. José Fráguas López, o espanhol PEPE, genro de Durán, assumiu o Palácio, dando continuidade aos negócios. Em 1956, passou a funcionar no número 383 da rua Barão, onde permaneceu até 1991, quando mudou para a sua sede própria, na rua André de Barros, 500.
Em seus sessenta e cinco anos de existência, o Restaurante Palácio, conhecido como "Bar Palácio", mudou de local e de dono apenas três vezes. Daí, sem dúvida, uma das razões do êxito do restaurante. Nesse tempo todo não ocorreram mudanças na cozinha; o cardápio é o mesmo, os pratos do dia são de excelente qualidade. Apenas o horário de funcionamento foi alterado: a partir de 1963, passou a abrir das 19 horas às 4 horas da manhã.
O cardápio do Palácio teve no churrasco paranaense o seu "carro-chefe". É um contra-filé grelhado, temperado com sal, vinagre, água e muito alho. Outras iguarias famosas: o filé grisé, acompanhado de batatinhas redondas e miúdas, o frango grelhado, a dobradinha à moda da casa, o frango ao molho pardo, prato esse que atualmente não consta mais do cardápio, em função das dificuldades de aquisição do produto, e algumas sugestões de clientes, como é o filé Fischer.
Consta que o sr. Fischer, assíduo freqüentador do Palácio, tinha algumas exigências para que o seu filé estivesse do agrado. Após algum tempo, e como desse certo, esse filé passou a ser incluído no cardápio com o nome do cliente.
A sobremesa que se tornou mais conhecida e solicitada é o mineiro de botas: uma panqueca recheada com banana, queijo, goiabada, açúcar e flambada com rum.
O Palácio foi e continua sendo um ponto de referência para artistas, intelectuais, boêmios, homens e mulheres comuns que gostam de terminar a noite num lugar simples, sem qualquer sofisticação: as mesas não têm toalhas, e a imensa grelha fica à vista do freguês. A fumaça emanada dessa grelha já foi motivo de muitas crônicas de jornalistas. Um deles, Adherbal Fortes de Sá Jr., escreveu com bom humor numa de suas crônicas:
A fumaça da churrasqueira do Palácio deveria ser vendida engarrafada para limpar a cara dos infiéis do leito conjugal. [...] Muitos maridos usaram a fumaça do Palácio como álibi para noitadas de infidelidade: após o motel, uma passada pelo Palácio, para ao chegar em casa ter a desculpa de 'fiquei com a turma jantando no Palácio ...' (MILLARCH, 1991, p.3)
O Palácio está na memória de todas as pessoas entrevistadas que, sem exceção, referem-se ao Palácio com carinho, como um lugar carismático que virou "ponto", que virou história.
(Compilado de: teses.ufpr.gov.br / Maria do Carmo Marcondes Brandão Rolim Bares e Restaurantes de Curitiba)
Paulo Grani

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