Nesta foto do inicio da década de 1920, vemos os barracões da fábrica de refrigerantes "Hugo Cini", na Av. Visconde de Guarapuava, onde hoje está construído o Colégio Dom Bosco, sede Batel.
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Nesta foto do inicio da década de 1920, vemos os barracões da fábrica de refrigerantes "Hugo Cini", na Av. Visconde de Guarapuava, onde hoje está construído o Colégio Dom Bosco, sede Batel.
Egízio Cini veio da Itália, da região de Veneto, para o Brasil, no século XIX, com o objetivo de se instalar em terras doadas pelo imperador Dom Pedro II e se estabeleceu na Colônia Cecília, no município de Palmeira, no Paraná. Na colônia, Ezígio casou-se com Aldina Benedetti, de uma família pioneira. Lá, Ezígio e Aldina construíram um moinho de fubá e em 01/10/1891 nasceu seu primogênito, Hugo Cini.
Ezígio era considerado um intelectual que defendia seus ideais, através de um jornal que foi fundado em 1899, em Curitiba e era dirigido por ele, o II Diritto Libertário, inclinado para a divulgação anarquista. O jornal estampava um subtítulo: “Periódico comunista – anarchico”.[3] Com a Proclamação da República, ocorreu a decadência da Colônia Cecília, devido à dívida colonial.
Em 1904, Ezígio Cini associou-se a Carlos Chelli, também ex-integrante da Colônia Cecília para iniciar um pequeno negócio dedicado à produção de bebidas alcoólicas. Em São José dos Pinhais, fundou a Cervejaria Esperança. A empresa produzia uma água carbonatada e algumas bebidas alcoólicas, como Fernet, e duas cervejas, uma clara e outra escura, chamada Águia. A cerveja Águia era artesanal, e o processo de fabricação incluía a fermentação na própria garrafa.
Com a morte de Ezígio Cini, Aldina assumiu a posição na sociedade com Chelli, ao lado do filho mais velho, Hugo. Chelli vendeu sua parte na sociedade para Hugo, que assumiu a indústria. Os meios de produção na época eram: uma máquina manual movida a pedal, um tanque para a lavagem das garrafas e tonéis de carvalho para a cerveja. A fermentação levava de 25 a 30 dias e a matéria-prima provinha da Tchecoslováquia, em caixas lacradas com zinco.
Enquanto a fábrica era em São José dos Pinhais, foi construído um depósito em Curitiba, no final da avenida Visconde de Guarapuava, no Batel e, posteriormente, em 04/03/1928, o depósito foi transformado em fábrica, ocasião em que foi registrada como "Hugo Cini e Cia"., tendo suas instalações ampliadas significativamente.
Em 1945, a empresa foi transformada em Hugo Cini e Filhos Ltda., tendo a participação da esposa de Hugo Cini, Amélia Gobbo Cini, e de seus filhos Carlos Ezígio, Carolina Isolina, Aldina, Orlando, Espérdie, Nilo e Ginete.
Inicialmente, as vendas eram realizadas em carroças que saíam carregadas com cerca de 60 dúzias de garrafas no começo da semana, levando capilé, aguardente, gasosa e cerveja. Na década de 40, a Cini já fabricava a “colinha”, refrigerante de 190 ml, com gosto puxado para malte.
Parte do maquinário, da marca Dickes, foi trazido da Alemanha para a produção da gasosa, e o químico encarregado da fórmula também foi trazido da Europa. A gasosa era elaborada manualmente, e as essências procediam da Alemanha, nos sabores framboesa, limão, abacaxi, gengibre e o procaroli especial, caramelo que vinha em uma barrica de 200 litros e que dava cor à cerveja.
Em maio de 1963, a Cini foi transformada em Sociedade Anônima sob a designação de Hugo Cini S.A. – Indústria de Bebidas e Conexos.
Na década de 60, mesmo com uma promoção com o refrigerante “colinha”, que oferecia prêmios dentro da tampinha de cortiça, a fábrica parou de produzir o produto devido à grande concorrência da coca-cola. As gasosas, porém, já haviam conquistado o mercado do Paraná e Santa Catarina, em especial a “Gengibirra”. Durante muitos anos a Cini foi conquistando o mercado; comprou a marca Wimi, tradicional refrigerante de laranja e foi modernizando o maquinário.
No início dos anos 70 o empresário Hugo faleceu e o comando da empresa ficou a cargo dos filhos Orlando e Nilo. Como acontece com muitas empresas familiares, na década de 80 a Hugo Cini passou por um processo de transição.
Em 1996, a sede da indústria em Curitiba foi transferida para Pinhais, região metropolitana de Curitiba, onde a indústria passou a dispor de uma área de 10.000m², sendo 6.000m² de área construída.
No dia 17/03/2003, aos 84 anos de idade, faleceu o industrial Orlando Cini.
Em março de 2004, a indústria fez 100 anos, passando a ser uma empresa de bebidas não alcoólicas, oferecendo além das gasosas o chá mate e as bebidas prontas de sucos de frutas.
Em 2006, Cini Bebidas retornou às suas raízes, a cidade de São José dos Pinhais. Atualmente a Cini é comandada por dois grupos de acionistas, herdeiros de Orlando e Nilo Cini.
(Extraído da Wikipédia)
Paulo Grani
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