terça-feira, 26 de abril de 2022

RELEMBRANDO O GRANDE HOTEL MODERNO DE CURITIBA O Grande Hotel Moderno de Curitiba ficava na Rua XV de Novembro nº 583 e teve início no começo da década de 1910. Seu primeiro proprietário foi o italiano Ernesto Zanchetta.

 RELEMBRANDO O GRANDE HOTEL MODERNO DE CURITIBA
O Grande Hotel Moderno de Curitiba ficava na Rua XV de Novembro nº 583 e teve início no começo da década de 1910. Seu primeiro proprietário foi o italiano Ernesto Zanchetta.


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Complexo arquitetônico do edifício do Grande Hotel Moderno, na rua XV de Novembro.
(Foto: Casa da Memória)

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Logomarca do Grande Hotel Moderno, usada à época em folders e mídia.

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Autoridades ocupam o salão principal do Grande Hotel de Curitiba por ocasião de uma comemoração.
Foto: Acervo Paulo José Costa.

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Almoço de confraternização do pessoal do Rotary Clube de Curitiba no salão principal do GHM, década de 1940.
Foto: Acervo Paulo José Costa

Pode ser uma ilustração de área internaEscrit. Folder de propaganda do GHM, década de 1910, mostra parte de uma das salas reservadas.
Foto: Osvaldo Born.

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Folder de propaganda do GHM, década de 1910, mostra o salão do café matinal.
Foto: Osvaldo Born.
RELEMBRANDO O GRANDE HOTEL MODERNO DE CURITIBA
O Grande Hotel Moderno de Curitiba ficava na Rua XV de Novembro nº 583 e teve início no começo da década de 1910. Seu primeiro proprietário foi o italiano Ernesto Zanchetta. Depois passou para Francisco Johnscher e posteriormente para seu filho, Fredi Johnscher, que ficou com o hotel até 1975.
O GHM sempre inovou. Foi um dos primeiros estabelecimentos a ter rede de telefonia interna, água quente e fria encanada, quartos privativos, lavanderia própria à vapor, com estufa, câmera frigorífica, onde se entrava para colocar e retirar alimentos, tipografia, tapetes persas, roupa de cama de linho, cobertores de lã, travesseiros de pena de pato, jardineiras para o transporte de seus hóspedes.
Na ocasião, a média de permanência de um hóspede no Hotel era de quinze dias. Ele vinha à Curitiba normalmente a negócios e com a sua reserva já feita por telegrama. Em sua maioria eram comerciantes, que deixavam suas mercadorias expostas em salões, ao lado do Grande Hotel, na rua XV de Novembro, onde hoje funciona o Café Alvorada, e realizavam ali mesmo as compras e vendas de produtos.
A administração do hotel incluía na diária as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar. E para esse sistema, o menu também era diário. Para o almoço e o jantar havia sempre: uma entrada fria, sopa, dois pratos variados e um terceiro à base de carne, mais a sobremesa e o cafezinho.
Seu cardápio à la carte: Filé de peixe à romana; Filé de peixe à milanesa; Filé de peixe com molho de camarão Camarão à grega; Camarão à baiana Camarão à doré; Risoto de camarão; Lasanha; Talharim com molho (al sugo); Espaguete com molho (al sugo); Frango assado; Risoto de frango; Supreme de frango; Costeleta de porco grelhada ou à milanesa; Rosbife; Escalope de vitela vienense; Escalope de vitela ao madeira com champignon; Omeletes diversas; Fígado grelhado ou à milanesa;
A sra. Johnscher registrava todos esses menus em livro próprio, para não acontecer a repetência freqüente dos pratos. O cliente recebia o menu impresso com os tipos em relevo. A proprietária é quem dirigia a cozinha e tinha o controle do consumo e da programação de todos os cardápios.
Segundo o sr. Fredi Johnscher, "essa sistemática era interessante para o hotel, que conseguia planejar receitas e despesas pois sempre tinha o número certo de comensais, e para o hóspede, que por falta de opções em termos de restaurante na cidade, encontrava um cardápio variado no Grande Hotel."
Quando entrou em funcionamento a telefonia automática, lá por volta de 1959, o Grande Hotel resolveu inovar no gerenciamento das diárias. O sr. Fredi conta, "acreditamos que era hora de mudar. O restaurante não poderia trabalhar mais com menu diário, teria que ser à la carte, e a diária deveria ser só com café da manhã; o restaurante ficaria separado. Tudo isso, porque o cidadão não vai mais ficar no Hotel, ele vai resolver os seus problemas por telefone. Chegamos ao ponto dos quinze dias de permanência cair para uma média de dois dias."
Todos os pratos eram feitos no fogão à lenha, utilizando-se panelas de ferro e de níquel. Os grelhados, na chapa desse fogão. Os doces, as tortas e os sorvetes também eram feitos no próprio hotel, que tinha, inclusive, uma tipografia para imprimir os menus.
O requinte do restaurante do Grande Hotel estava não só na qualidade da comida, mas também na louçaria utilizada: porcelana, cristais e prata. A louçaria inicial veio da Europa, e as reposições foram feitas com produtos brasileiros. Para completar o refinamento do ambiente, havia diariamente um conjunto musical: piano, violoncelo e violino, que abrilhantavam os jantares. Os garçons usavam calça preta de listra, paletó branco e avental. O maítre trajava smoking. Todos impecáveis!
Em termos da clientela do restaurante do Grande Hotel pode-se dizer que, durante a semana, era composta basicamente dos hóspedes do próprio hotel, de homens de negócios, de políticos. E aos domingos, no almoço, de famílias curitibanas tradicionais.
O Grande Hotel Moderno funcionou até 1975, sempre com muita qualidade, com muito luxo, com muito requinte!
Valêncio Xavier, um antigo cliente, relatou: "Quando vim para Curitiba, em 1952-53, o Grande Hotel Moderno me chamou a atenção pela comida que era servida, pelo tratamento do maître, pelo ambiente refinado, pelo conjunto musical, pelas mesas bem postas. Era uma espécie de programa sofisticado comer no Grande Hotel.
Os mesmos proprietários tinham também o Hotel Johnscher, na Barão do Rio Branco, que mantinha o mesmo requinte da comida do Grande Hotel Moderno.
(Compilado de: teses.ufpr.gov.br / Maria do Carmo Marcondes Brandão Rolim)
Paulo Grani

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