terça-feira, 26 de abril de 2022

" A SORTE E A FALTA DE SORTE " "Era ali por 1959 ou 1960. Lembro que a televisão estava engatinhando em Curitiba. Da Alameda Dona Julia da Costa (assim chamada em homenagem à pioneira da educação do Paraná), a criançada, a maioria alunos do Grupo Escolar professor Cleto, avistava os arranha-céus do centro da cidade:

 " A SORTE E A FALTA DE SORTE "
"Era ali por 1959 ou 1960. Lembro que a televisão estava engatinhando em Curitiba. Da Alameda Dona Julia da Costa (assim chamada em homenagem à pioneira da educação do Paraná), a criançada, a maioria alunos do Grupo Escolar professor Cleto, avistava os arranha-céus do centro da cidade:


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" A SORTE E A FALTA DE SORTE "
"Era ali por 1959 ou 1960. Lembro que a televisão estava engatinhando em Curitiba. Da Alameda Dona Julia da Costa (assim chamada em homenagem à pioneira da educação do Paraná), a criançada, a maioria alunos do Grupo Escolar professor Cleto, avistava os arranha-céus do centro da cidade: o Asa, em construção; o Garcez; o Comendador Vasconcelos; o Kwasinski; o Santa Júlia; e o Tijucas, que se destacava dos demais por ostentar, no alto dos seus vinte andares, a antena do canal 12, em forma de borboleta.
Da mesma alameda, pudemos assistir, em tempos sucessivos, lá no centro, o clarão de três incêndios, que levaram o Cine Luz, os últimos andares do Edifício João Alfredo e o Supermercado Abagge.
Era uma época em que as emissoras de TV ainda faziam programas de auditório com produção local.
Televizinho de carteirinha da Professora Irene Caruzo, cunhada do famoso apresentador Alcides Vasconcellos, animei-me à aventura de assistir ao vivo um desses programas, o do vovô Moraes, nas salas do Edifício Tijucas que faziam às vezes de auditório para o "Canal Doze".
Na entrada, a gurizada ganhava um ingresso numerado, valendo como bilhete para sorteios. Ganhei daquela vez o número 18.
Acontece que levávamos de casa, para soltar das alturas do Tijucas, folhas de papel picado, aviões de papel e, naquele domingo, meu ingresso virou avião também.
No meio do programa, saiu sorteado, para o prêmio principal - um carro de bombeiros de pedal, com sino no capô e tudo mais - exatamente para o número 18!
Calado, senti a perda, - a sorte e a falta de sorte... "
(Texto do economista Napoleão Côrtes Neto, publicado em Histórias de Curitiba)
Paulo Grani

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