A XV de Novembro é conhecida também como "Rua das Flores"
No ano de 1857, Curitiba tinha 12 vias importantes, pelas quais a população passava diariamente. Eram elas a Rua do Fogo, Rua Direita, Rua da Entrada, Rua da Carioca, Estrada da Marinha, Rua Fechada, Rua do Rosário, Rua do Nogueira, Rua das Flores, Rua do Comércio, Rua do Saldanha e Rua da Assembleia.
A Rua das Flores é sem dúvida a mais famosa da cidade e reúne moradores e turistas de todos os lugares em uma só via. O termo “das Flores” deu lugar ao “XV de Novembro”, que homenageia a data da Proclamação da República do Brasil. Durante sua história, o local teve sua ocupação datada na metade do século XIX em função do enriquecimento da cidade oriundo do ciclo da erva-mate. Na então Rua das Flores, o cenário era formado por casas térreas mal alinhadas que abrigavam roseiras e trepadeiras, justificando assim o nome. Após a visita do Imperador D. Pedro II, em 1880, a via foi batizada como Rua da Imperatriz, fato que perdurou por pouco tempo, até a Proclamação da República.
Até a década de 1930, a Rua XV de Novembro teve o panorama alterado com a construção de edificações ecléticas que tornariam a região baseada em três pilares: comércio, habitação e lazer. Além da conotação comercial, o local passou a ganhar ares de centro cultural da cidade ao abrigar a tradicional e histórica Cinelândia de Curitiba com o Cine Avenida, Palácio e o Ópera.
No dia 20 de maio de 1972, a Rua XV de Novembro, que fica bem no centro de Curitiba, se tornou a primeira grande via pública exclusiva para pedestres do país. A ação, na década que marcou o planejamento urbano da cidade, desagradou parte da população, que usava a via diariamente. Com isso, o centro ganhou um grande corredor de passagem, em uma época com vários cinemas de rua, bares e lojas na XV. O calçadão, como é conhecido, começa na Praça General Osório e se estende até a Praça Santos Andrade.
No seu trajeto, destaque para a Boca Maldita, o Bondinho, a Galeria Tijucas, o Palácio Avenida, o cruzamento com a Marechal Floriano Peixoto, as casas antigas, as lojas de departamento, a Associação Comercial do Paraná, o Correio Velho e o prédio histórico da UFPR. Diariamente, vários personagens da cidade são vistos na via, como o Oil Man, a “Mulher da Cobra”, o Leão Brasil e outros.
Dois anos depois do calçamento, em 1974, a paisagem da Rua XV foi tombada como Paisagem, por lei estadual.
Após o fim do calçadão, na esquina com a Rua Presidente Faria, a Rua XV de Novembro mantém seu espaço para os carros. A via se estende até o bairro que ajudou a nomear, o Alto da XV.
Referências:HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.PATRIMÔNIO CULTURAL. Paisagem Urbana da Rua XV de Novembro. Disponível em <http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br/>.URBAN, Raul Guilherme. Os 40 anos do calçadão da XV. Disponível em <http://multimidia.curitiba.pr.gov.br/2012/00118814.pdf>.
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