Igreja do Senhor Bom Jesus do Cabral
Havia neste mesmo lugar uma capela, que em 1912 foi concedida aos Passionistas, padres da Congregação da Paixão de Jesus Cristo.
A igreja atual teve a construção iniciada em 1914, conforme projeto do imigrante italiano Pedro José Maria Bianco e em 1918 passou a ser utilizada pelos fieis.
Em 1955 foi iniciada a construção das naves laterais e em seguida foi construída a segunda torre.
O altar principal, todo em madeira entalhada é muito bonito, foi construído por uma empresa italiana.
A imagem original do Senhor Bom Jesus (no altar) foi roubada. A atual é de gesso.
A igreja é uma Unidade de Interesse de Preservação.
O avô de minha esposa, Pedro Pessine (1896-1979), era pedreiro e trabalhou na construção da torre dessa igreja. Ele parece que não tinha problemas com alturas, pois trabalhou na construção de diversas torres de igrejas. Na torre dessa igreja ela tem certeza que ele trabalhou, pois lembra ter visto fotos quando era pequena.
Tentei encontrar alguma coisa sobre Pedro José Maria Bianco, o responsável pelo projeto da igreja. A única referência do nome que encontrei, que parece ter alguma relação, foi na Lei Municipal 223/1907 que “Orça a Receita e fixa a Despeza da Municipalidade de Curytiba para o exercício de 1908”. Na “tabella n. 6”, que trata das despesas com aposentados, foi autorizada a verba de 859$960 com Pedro José Maria Bianco, Ajudante de Engenheiro.
Gosto quando consigo informações adicionais, principalmente sobre as pessoas ligadas as obras que fotografo.
Em outubro de 2018 Josilene Barão Kummer entrou em contato. Ela é trineta de Pedro José Maria Bianco e escreveu o texto abaixo:
“Pedro José Maria Bianco, imigrante italiano, era engenheiro formado na Itália e falava seis línguas. Chegou ao Brasil em 1885. Casou-se em 1890 com a também imigrante italiana Adriana Marianna Dal Lin (*1871 +1952), filha de Domingos Dal Lin e Helena Dal Lin, professora, que sempre trabalhou muito pela Igreja.
Moraram muitos anos no Cabral, onde está o Country Club. Tiveram seis filhos:
Duzolina Bianco Kummer, (1891-1966), minha bisavó, que casou-se com Júlio Kummer, Adélia Bianco Daros (1893) casada com Augusto Daros, Maria Luiza Bianco Smolka (1895-1938), casada com Bernardo Smolka, José Felix Maria Bianco (1899-1971), casada com Emília Bertolini Bianco, Elvira Bianco Pereira Jorge e Vitória Bianco (1902).
Antes, no local só havia uma pequena capelinha, pertencente a Anna Cabral, que doou o terreno.
Foi em um dia de chuva que meu trisavô decidiu, após a missa, construir uma nova igreja. Ele queria uma igreja moderna e que coubesse mais pessoas. Então foi Pedro José Maria Bianco quem fez o projeto da nova matriz e o desenho da planta ficou por conta de José Felix, seu filho.
A construção iniciou após uma semana, mas para angariar recursos para a construção da nova matriz, todos os meses eram realizadas as famosas festas do Cabral.
No dia 24 de maio de 1914, o padre Modesto de Santo Estanislau benzeu a pedra fundamental da nova igreja na presença dos padres Candido das Cinco Chagas e Eduardo Maria de Jesus, passionistas, além do superior da congregação, Dâmaso do Santíssimo Rosário.”
Em fevereiro de 2016 o Sr. Amadeu Luiz De Mio Geara publicou em seu perfil em uma rede social, onde divulgou informações sobre seu avô João de Mio, o seguinte texto sobre a igreja:
“IGREJA DO CABRAL.
“Esqueci de contar que em Curitiba existe a Paróquia de Bom Jesus do Cabral. A matriz é de 1914. Tinha só uma nave, eu a transformei em três. A grande remodelação inaugurou-se em Maio de 1958”
João De Mio escreveu esse adendo em carta a um amigo em novembro de 1962, depois de contar sobre suas principais obras. De fato o templo original tinha apenas a nave central e uma torre. Por solicitação do Arcebispado de Curitiba o arquiteto preparou projetos que modificavam totalmente aquela igreja, que era considerada simples, singela mesmo, como lembrou anos mais tarde. Aprovada a remodelação, João De Mio foi encarregado também da construção.”
Temos assim um pouco mais de informação dos dois responsáveis pela construção da igreja como a conhecemos hoje.
Pedro José Maria Bianco. Foto: acervo da família |
João De Mio. Foto: acervo da família |
Texto alterado em 27 out. 2018
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