domingo, 1 de janeiro de 2023

Quem foi: Max Wolff Filho

 

Quem foi: Max Wolff Filho

Foi condecorado com medalhas como a Campanha de Sangue e Cruz de Combate

Max Wolff Filho (1911-1945), natural de Rio Negro e filho de pai austríaco, iniciou sua vida militar aos 18 anos após ingressar no extinto 15º Batalhão de Caçadores, atual 20º Batalhão de Infantaria Blindado Sargento Max Wolff Filho (20º BIB), localizado em Curitiba. Anos depois, o paranaense muda-se com sua família para o Rio de Janeiro e na então capital do país dá início a sua carreira na Polícia Militar. Após cerca de 10 anos no exercício, Max Wolff Filho alista-se de forma voluntária a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Na oportunidade, integrou a 1ª Companhia do 11º Regimento de Infantaria (11º RI), em São João del-Rei (MG).

Quem foi: Max Wolff Filho - Curitiba Space

No contexto da Segunda Guerra Mundial, a companhia em questão foi designada para reconhecer as regiões de Monte Forte, em São Tomé e Príncipe, e Biscaia, na Espanha.  Max Wolff Filho, o comandante do total de 19 militares que se destacaram pela bravura em combates anteriores, acabou sendo fatalmente atingido na altura do peito. O paranaense foi condecorado com medalhas como a Campanha de Sangue e Cruz de Combate, do Brasil. Outra importante homenagem foi a criação da Medalha Sargento Max Wolff Filho pelo Decreto nº 7118, que é destinada subtenentes e sargentos do Exército Brasileiro com atitudes de dedicação.

Quem foi: Max Wolff Filho - Curitiba Space

Em Curitiba, Max Wolff Filho é lembrado através de um busto, localizado dentro do Museu do Expedicionário. A homenagem traz um relato que demonstra a bravura do combatente paranaense. Segue:

Após a conquista de Monte Castelo em 21 de fevereiro de 1945, a tropa brasileira avança, sempre combatendo até chegar nas alturas do Vale do Rio Panaro, onde o Alto Comando determinou uma parada para reajustar o dispositivo, tendo em vista a ofensiva da Primavera que deveria resultar na completa destruição das forças inimigas na Itália.

No início de abril, o I Batalhão do 11º Regimento de Infantaria sob o comando do Major Manoel Rodrigues Lisboa, ultimava preparativos para conquistar Montese, localidade situada em uma elevação de terreno.

Exercia, eu, como Capitão de Artilharia do efetivo do 1º Grupo de Artilharia, as funções de oficial de ligação com a missão  de preparar os planos de fogos de Artilharia em apoio ao Batalhão.

Preparávamos o plano de ataque quando chegou uma mensagem do Alto Comando informando que havia indícios de grande movimentação das forças inimigas. Para verificar se esses movimentos eram de retraimento ou de articulação de dispositivos  de tropas, deveriam os brasileiros lançarem, com urgência, agressivas patrulhas de reconhecimento.

O Major Lisboa determinou incontinente que o Pelotão do Sargento Max Wolff Filho se apresentasse ao Posto de Comando do Batalhão.

O Sargento Max Wolff Filho durante a campanha revela grande coragem e capacidade de comando. Primeiro no mapa e depois no terreno foi determinado itinerário e objetivo, este um grupo de casas no ponto 747. Como artilheiro elaborei o plano de fogos da Artilharia no sentido de proteger o pelotão. Dando cumprimento a missão o pelotão iniciou seu avanço tendo o Sargento Max Wolff Filho a frente, o qual era perfeitamente identificável, apesar da distância, por usar um equipamento novo e diferente dos seus soldados. Os demais seguiam em fila indiana.

Quando se encontrava, calculamos, a cerca de 100 metros do objetivo, o comandante fez um sinal e seus soldados se dividiram em duas partes, uma para cada lado e se abrigaram.

O Sargento Comandante avança sozinho em direção ao objetivo. Momentos depois ouvimos uma rajada de metralhadora alemã. Max Wolff Filho arqueou-se e deitou, indicava que se abrigara. Em seguida observamos um soldado rastejando se aproximando do Sargento. Nova rajada também o atingiu, pois rolou e de braços abertos ficou imóvel. Identificado estava que o inimigo ainda ocupava as posições e que o líder tombara.

Desencadeamos forte barragem de Artilharia para a tropa retroceder. A missão fora cumprida.

No Posto de Comando, os remanescentes chorando, informaram o ocorrido. Por instantes ficamos em silêncio revelador do nosso profundo pesar.

O mais valente, o herói consagrado fatalmente atingido, entregara: “Sua alma a Deus; Seu sangue à Itália; e seu coração ao Brasil.”

Relato do General Ítalo Conti.

Museu do Expedicionário - Curitiba Space

Ainda no Museu, mas em frente ao prédio, uma placa presta outra homenagem a Max Wolff Filho, apresentando o nome de todos os veteranos mortos em combate na Itália. A placa, assim como o Museu, fica na Praça do Expedicionário.

Referências:
IPPUC. Nome de Rua. Disponível em <http://ippucweb.ippuc.org.br>.
Muzzillo, Camila. 1001 ruas de Curitiba. Organizado por Camila Muzzillo. Curitiba. Artes & Textos. 2011. 240p.

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