AUTORIDADES BRASILEIRAS PARTICIPAVAM DAS FESTAS NAZISTAS NO PARANÁ
Antes de o Partido Nazista ser legalmente fechado, por meio de decreto do governo Vargas em 1938, as autoridades do governo participavam das festas promovidas pelos representantes do Círculo do Partido Nazista. Nessa época, o governo ainda fazia jogo duplo: mantinha relações com Alemanha e também Estados Unidos. A regra, até então, era não desagradar ninguém. A situação não foi diferente no território paranaense.
Segundo a obra de Rafael Athaides, autor do livro O Partido Nazista no Paraná, diversos eventos contavam com os líderes do governo prestigiando os membros do Partido Nazista. Um exemplo eram as passeatas promovidas pelos adeptos nazistas no estado. Inclusive, cediam a banda militar oficial para tocar hinos de guerra alemães – inclusive em festejos maiores, como a Semana Alemã que era promovida em Curitiba.
Uma carta de Guilherme Willy Roettger, que era chefe nazista em Irati (na região centro-sul do Paraná), endereçada aos membros do Partido Nazista na Alemanha revela um desses episódios. Ele narra como “excepcional sucesso” a recepção em Ponta Grossa. “Os ‘camaradas’ vivem em tão bom acordo com os militares que o Comandante do Regimento em todas as oportunidades põe à disposição do grupo a banda militar”.
Roettger escreve de forma irônica ainda que a banda militar brasileira, “de negros, mulatos e brancos, tudo misturado, marcham em frente de uma bandeira com a cruz suástica”. Mesmo que não concordassem os ideais nazistas, o jogo duplo do governo Vargas mexia com a vida de todos os brasileiros, que chegavam ao cúmulo de saudar um símbolo de um governo totalitário que deixava rastros de perseguição, mortes e tortura Europa afora.
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