segunda-feira, 18 de setembro de 2023

OS TROVADORES DESCONHECIDOS DE CURITIBA

 OS TROVADORES DESCONHECIDOS DE CURITIBA


OS TROVADORES DESCONHECIDOS DE CURITIBA
"Sigo pela Rua das Flores, em direção ao "Correio Velho". Na esquina, duas crianças cantam música sertaneja, acompanhadas de violão descorado. Esganiçam as vozes para imitar dupla famosa. Pessoas ao redor, admirando e às vezes até se emocionando.
Após um quiosque, deparo com um cego tocando gaita. É uma velha sanfona com o fole remendado. Teclas amarelecidas, mas o som ainda agradável. Embevecido, executa a imortal "La Comparsita". Ele tem ouvintes habituais que lhe sugerem esta ou aquela composição.
Adiante, pessoas ao redor de um tipo original: chapéu, violão, folha de pessegueiro na boca a produzir sons fininhos... pé sobre pedal de geringonça que imita bateria, pandeiro e o "show"de graça para quem quiser. Musicalidade à flor da pele, num repertório variado, aprendido de ouvido.
Na ladeira da Monsenhor Celso, um casal de deficientes canta; exageram na altura e enrubecem para atingir as notas aguda: "Eu fiquei no Porto de Paranaguá". Depois, chamam "O Menino da Porteira". Dois clássicos populares. Também ali curiosos fazem roda, na ponta dos pés. Tem platéia para todos os gêneros e ritmos.
Sento num banco da praça Santos Andrade, olho o chafariz, as flores, e no fundo o majestoso Teatro Guaíra.
Recordo: Transcorria o ano de 1954, o teatro estava em fase da construção quando aqui veio a Orquestra Sinfônica Brasileira, regida por Eleazar de Carvalho. O povo lotou aquelas dependências, sentando nos degraus de concreto empoeirados, entre tijolos, armações e tábuas. Espetáculo inesquecível.
No programa: "Os Prelúdios", poema sinfônico de Franz Listz e um concerto para piano do mesmo autor. A solista era Joci Carvalho, mulher do maestro. O grande público presente mal respirava, devido ao forte cheiro de cal, cimento, tijolos e materiais diversos. Marcou aquela apresentação, a "bronca" que o regente deu num casal de retardatários.
Após rememorar o passado, fui ao Passeio Público. As arapongas pareciam empostar a voz, tal o alarido que faziam. Ninguém ao redor dos seus viveiros. Seria desagrado pelo martelar incessante que elas emitem? Recordei Carlos Gomes: intercalou o canto dessa ave na 'Alvorada" da ópera "O Escravo", conseguindo um efeito original.
Somente ao ouvir o bigornear dessas aves me ocorreu que esse trecho fez parte do programa apresentado naquela noite, no então, inacabado Guaíra. Lá se vão trinta e oito anos (em 1992) ..."
(Escrito por: Gabriel Kalinovski Filho, extraído de: historias-Curitiba.blogspot.com.br)
Paulo Grani

https://curitibaeparanaemfotosantigas.blogspot.com/

 

https://estudoumbandaespiritismoecandomble.blogspot.com/

 

https://caminhoesdomundotododetodososmodelos.blogspot.com/

 

https://famososefamosasdetodososramos.blogspot.com/

 

https://qr.ae/py08Nx

https://qr.ae/py0uT7

https://qr.ae/py05uU

https://qr.ae/py0z7S

https://qr.ae/py0EeX

https://qr.ae/py0jyb

https://qr.ae/pyfsRb

https://qr.ae/pyfY3a

https://qr.ae/pyfC7G

https://qr.ae/pyfioN

https://qr.ae/pyfZyV

https://qr.ae/pyfcWL

Nenhum comentário:

Postar um comentário