O que é um motor 2JZ e em que aspetos é que é melhor do que outros?

A gama de motores 2JZ da Toyota inclui três versões. As primeiras duas foram postas no mercado no início dos anos 90. O Supra MK IV é um dos carros mais famosos que integra um motor desta gama, o motor desportivo biturbo 2JZ-GTE com injeção sequencial eletrónica. O 2JZ-GTE é aclamado no mundo do tuning pela sua robustez e potencial de modificação. Quer saber mais sobre este motor, por exemplo, quantos cavalos tem? Então continue a ler.

O desenvolvimento dos motores da gama 2JZ

No ano de 1991 a Toyota lançou no mercado japonês o 2JZ-GE, um motor aspirado de 6 cilindros em linha, 3 litros de cilindrada, 230 cv e 284 Nm a 4.800 rpm. Foi inicialmente integrado nos sedãs Crown Royal, Crown Majesta e Aristo 3.0Q e, em anos posteriores, noutros modelos da marca. Trata-se de um motor desportivo de injeção sequencial regulada eletronicamente.

Em simultâneo com o lançamento da versão GE foi lançada no Japão a versão GTE do 2JZ, a qual foi integrada primeiramente no Toyota Aristo 3.0V e, posteriormente, no Aristo V300 e no Supra MK IV. Em comparação com a versão GE o motor 2JZ-GTE na versão para o mercado europeu e americano dispõe de turboalimentação dupla sequencial, debita 330 cv e gera 432 Nm a 3.600 rpm de fábrica. A versão para o mercado japonês apresenta um desempenho menor, posto que a sua construção estava limitada pelo “Gentleman´s agreement”. Em 1997, o 2JZ-GTE foi atualizado, recebendo um sistema de abertura variável de válvulas (VVT-i), aumentando o binário para 451 Nm a 3.600 rpm. Trata-se da versão de ponta desta gama de motores.

Por volta do ano 2000 a Toyota introduziu a versão 2JZ-FSE de injeção direta. Este desenvolvimento procurou melhorar a eficiência de consumo de combustível do motor 2JZ. Foi integrado em algumas versões do Toyota Crown a partir de 1999 e, posteriormente, nos modelos Brevis e Progrès. Esta versão do 2JZ gera 220 cv e 294 Nm de binário.

A fama do motor 2JZ-GTE

O 2JZ-GTE foi desenvolvido como resposta ao modelo de motor RB26DETT do produtor automóvel Nissan, o qual era usado com êxito na competição de carros de turismo. Contudo, o êxito do 2JZ-GTE Toyota no desporto motorizado não foi particularmente notável. Ainda assim, isso não afeta a sua popularidade. Ainda hoje em dia, mais de 30 anos depois do seu lançamento, é procurado por certos amantes de automóveis. Isso deve-se possivelmente também à fama cinematográfica que ganhou por estar associado ao modelo Toyota Supra MK IV, o veículo de uma das personagens em vários filmes da saga Velocidade Furiosa.

O que torna este motor particularmente afamado no mundo do tuning é, contudo, a sua robustez e o seu potencial para modificações. A máquina suporta facilmente alterações que podem aumentar a sua potência para bem mais de 1000 cv. Ainda assim, estas modificações tendem a provocar um desgaste maior. Alguns dos componentes do 2JZ-GTE que tendem a ficar comprometidos neste contexto são o turbo, a polia da cambota e o elemento fixante do tensor da correia de distribuição.

Especificações técnicas do 2JZ-GTE

Este motor compacto a gasolina integra 6 cilindros e 24 válvulas. O bloco é em ferro fundido em construção closed deck, isto é, com a parte superior do bloco reforçada, o que lhe confere uma robustez alta, mas aumenta o seu peso. O 2JZ-GTE dispõe de pistões em alumínio de design especial para melhorar a compressão, têm um curso e diâmetro de 86 mm. Bicos de pulverização de óleo abaixo dos pistões melhoram o arrefecimento da máquina e asseguram a lubrificação das peças móveis, mesmo a altas rotações. Dispõe de duas árvores de cames, acionadas por uma correia de distribuição e uma cambota robusta. O biturbo em aço inox é sequencial, isto é, a baixas rotações apenas funciona um compressor de sobrealimentação para garantir uma boa resposta, a altas rotações funcionam ambos para melhorar a potência. O ar de sobrealimentação é arrefecido por meio de um intercooler.

As especificações técnicas (specs) do motor 2JZ-GTE VVT-i twin turbo para o mercado europeu e americano são:

iCilindrada de 2997 cm3;
iPotência máxima de 330 cv a 5.600 rpm;
iBinário máximo de 451 Nm a 3.600 rpm;
iTaxa de compressão estática de 8,5:1;
iConsumo de cerca de 11 l/100 km
iPeso de cerca de 230 kg;

O 2JZ-GTE no mundo do tuning

Aumentar a potência gerada por este motor para mais do dobro não requer grandes modificações segundo especialistas. Um passo indispensável, contudo, é a integração de um sistema de sobrealimentação maior e, correspondentemente, de um intercooler com uma área de superfície maior. Nesse sentido, torna-se também necessário integrar uma bomba de combustível que permita uma alimentação melhorada, tubos de combustível de maior diâmetro e injetores que permitam a pulverização de um maior volume de combustível. Além disso, torna-se necessário a integração de árvores de cames mais robustas.

Um aumento da potência do motor além dos 700 cv requer um maior número de modificações. Além de um turbocompressor e de um sistema de alimentação de combustível ainda maior, torna-se necessário aumentar a robustez de outros componentes. Nesse sentido, apenas a integração de pistões e hastes forjadas, bem como de árvores de cames e de tirantes roscados mais resistentes garante um funcionamento fiável da máquina, tendo em conta o maior esforço aos quais os componentes estão sujeitos.

quinta-feira, 3 de abril de 2025