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quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Balthazar Carrasco Dos Reis Nascido em 1607 - São Paulo, São Paulo, Brasil Falecido a 8 de outubro de 1697 - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 90 anos

 

M  Balthazar Carrasco Dos Reis

    • Nascido em 1607 - São Paulo, São Paulo, Brasil
    • Falecido a 8 de outubro de 1697 - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 90 anos

 Pais

 Casamento(s) e filho(s)

 Irmãos

 Notas

Notas individuais

  • O Capitão Balthazar Carrasco em seu testamento feito em Curitiba a 22 de Julho de 1697, e aberto a 8 de Outubro d’esse mesmo ano, por ocasião de sua morte, declarou entre outras coisas mais, que “quero que levando-me Deus, seja meu corpo enterrado de fronte do altar de N. Senhora de Guadalupe, na sepultura de minha mulher, na Igreja Matriz desta Villa e me acompanhará o Vigário com os sacerdotes que se acharem, com todas as cruzes das confrarias que houver na dita Matriz e se lhe dará esmola costumada.
    “Declaro que sou natural da Villa de S. Paulo, filho legítimo de Miguel Garcia Carrasco e de sua mulher Margarida Fernandes; que fui casado com Izabel Antunes, já defunta e tivemos legitimamente os filhos seguintes: André Fernandes, Gaspar Carrasco dos Reis, Belchior Carrasco, filhas: Margarida Fernandes, Maria Paes, Izabel Garcia, Maria das Neves e Domingas Antunes já defunta, os quais todos são meus legítimos herdeiros.
    “Possuo as seguintes terras: Meia légua de terras no Cubatão, do qual tem a escritura meu filho André Fernandes; meia légua de terras na borda do Campo, cujo Titulo tem o mesmo meu filho; um sítio em que assisto na paragem de Mariguy, cujas terras houve por sesmaria como da Carta se vê; meia légua de terras no bairro de S. Amaro que parte com as do defunto meu pai na paragem chamada Brimiri (?); deixo mais, que me deu meu sogro, em dote, em Parnaíba umas terras que constam do inventário do meu sogro João de Pina.
    “Declaro que meu filho José Fernandes levou de minha casa dois negros do gentio da terra, os quais entrarão em sua folha de partilha, declaro mais, que meu filho Belchior Carrasco dos Reis seguiu viagem para o sertão com armas que levou de minha casa e o mais que levou para os seus gastos foi tudo de minha fazenda e dizem, trouxera do sertão três peças das quais se fará menção em meu inventário. Declaro que deixo algum gado assim vacas como ovelhas, e cavalgaduras, o que tudo declarará meu filho Gaspar porque sua verdade desencarrego minha consciência pela muita confiança que dele faço e sempre fiz e por assim ser lhe deixo encarregado o cuidado que deve ter na Administração da Capela de N. Senhora de Declaro que deixo algum gado assim vacas como ovelhas, e cavalgaduras, o que tudo declarará meu filho Gaspar porque sua verdade desencarrego minha consciência pela muita confiança que dele faço e sempre fiz e por assim ser lhe deixo encarregado o cuidado que deve ter na Administração da Capela de N. Guadalupe, de que sou Protetor, para que o dito, meu filho mande dizer seis missas todos os anos no altar da dita senhora por minha intenção procurando sempre pelo aumento da dita Capela como eu fazia, para o que depois de pago os meus legados deixo o remanescente ao mesmo meu filho para que tenha cuidado da Capela”.
    - O testamento foi assinado pelo testador e pelo Capitão-Mor Agostinho de Figueiredo, João Alves Martins, Manoel de Souto, Nicolau de Miranda Franco, Manoel Gomes.

    Balthazar Carrasco dos Reis (São Paulo, 1617 - Curitiba, 8 de outubro de 1697) foi um bandeirante brasileiro e um dos fundadores da cidade de Curitiba, no estado brasileiro do Paraná.
    História
    O Capitão Balthazar Carrasco dos Reis, era filho de Miguel Garcia Carrasco e de Margarida Fernandes, seu pai fidalgo de origem espanhola foi um dos signatários da aclamação de Amador Bueno da Ribeira, como Rei do Brasil, porém o mesmo não aceitou, vindo Miguel Garcia Carrasco dois dias após à assinar a aclamação de D. João IV. Tal fato se concretizado teria antecipado a Independência do Brasil de Portugal em 181 anos.
    Era casado com Izabel Antunes e recebeu por carta de 29 de junho de 1661, assinada por Salvador Corrêa de Sá e Benavides, uma Sesmaria de terras na localidade de Mariguy (Barigüi) onde já morava por vários anos, localizada na Villa de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
    Possuia grandes extensões de terra nos Campos Gerais de Curitiba, no litoral paranaense e na Villa de Sant'Anna de Parnahyba.
    Segundo a Obra Clássica de Francisco Negrão publicada em 1926: "Genealogia Paranaense" às seguintes famílias: Andrade, Soares e Seixas, juntamente à do capitão Matheus Martins Leme se entrelaçaram por meio de casamento com a de Balthazar Carrasco dos Reis, formando uma grande prole, à partir de seus 8 filhos, e é tido como um dos povoadores de Curitiba, sendo que seus descendentes formaram a elite política do estado com membros ainda dominantes nos dias de hoje.
    Descendentes
    • Padre Francisco das Chagas Lima - Fundador da cidade de Queluz em São Paulo e Guarapuava no Paraná
    • Padre Diogo Antônio Feijó - Regente do Império
    • Padre Agostinho Machado da Silva Lima - Vigário em Curitiba
    • João Cândido Ferreira - Médico e herói do Cêrco da Lapa, foi Governador, Presidente do Estado e um dos fundadores da Universidade do Paraná, a primeira do Brasil
    • Victor Ferreira do Amaral e Silva - Médico, Vice-presidente do estado, fundador e primeiro reitor da Universidade do Paraná
    • Cel. Seraphim Ferreira de Andrade - Fazendeiro, líder político e um dos fundadores de São João do Triunfo
    • Sargento-mor Ignácio Lustoza de Andrade - Militar e político em Curitiba e Paranaguá
    • Cel. Pedro Ferreira Maciel - Fazendeiro e líder político em Palmeira
    • Cel. Ottoni Ferreira Maciel - Deputado Estadual
    • Cel. João Cândido da Silva Muricy - Militar
    • Dona Cherubina Rosa Marcondes de Sá - Viscondessa de Tibagy
    • Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá - Advogado, presidente provincial e ministro do Império

    Balthazar Carrasco dos Reis
    Seria ele, de ascendência espanhola, ou portuguesa?
    O que se pode afirmar com absoluta convicção é que seus ascendentes vieram da Península Ibérica.
    Seu pai, Miguel Garcia Carrasco participou de movimentos na Capitania de São Vicente que indicam sua ascendência espanhola. Assinou manifesto juntamente com fidalgos castelhanos aclamando como Rei do Brasil Amador Bueno da Ribeira. No entanto, vendo frustrado esse intento, participou de Sessão Solene na Câmara de São Paulo, aclamando Dom João IV como soberano absoluto de Portugal e seus domínios.
    O nome de Miguel Garcia Carrasco é constante no século XVII, na história da Vila de São Paulo de Piratininga. Foi fazendeiro, bandeirante e atuou também na Área Legislativa, como Procurador do Conselho junto a Câmara Municipal da Vila de São Paulo.
    O seu primogênito Balthazar Carrasco dos Reis seguiu-lhe os passos. Vejam: - pelo nome também se evidencia a ascendência espanhola. Seguido ao pré-nome Balthazar, vem o Carrasco, sobrenome do Pai. Como é costume espanhol.
    Balthazar muito cedo começou a participar de bandeiras. Embora tenha sido nomeado Juiz de Órfãos, sendo assim empregado da Coroa, foi integrando a bandeira de Antônio Domingues em l648, que pela primeira vez passou por estas terras e tudo indica que por ela se apaixonou.
    Conseguiu sesmaria na Região do Barigüi em 166l, concedida diretamente pelo então Governador Geral Salvador de Sá e Benevides. Aqui instalou seu filho mais velho Gaspar. – Balthazar, no entanto, teve que permanecer em São Paulo exercendo o cargo de Juiz de Órfãos até comprovadamente 1675. O que explica seu nome não constar na Ata do Levantamento do Pelourinho, da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, em l668. Os nomes de seus filhos, no entanto, ali estão comprovando presença: Gaspar Carrasco dos Reis e André Fernandes dos Reis.
    O que se pode provar é que foi o primeiro homem euro-brasileiro a se instalar em Curitiba trazendo sua família. Casou apenas uma vez. Sua esposa era Isabel Antunes da Silva Preto, tataraneta de Antônio Preto, o fidalgo português que chegou ao Brasil quando Mem de Sá expulsava os franceses do Rio de Janeiro.
    Tiveram 8 filhos: 3 homens e 5 mulheres. Alguns de seus filhos casaram com filhos de Mateus Leme, alguns de seus netos casaram com netos de Gabriel de Lara.
    Estudando a vida deste homem reavaliamos nosso conceito sobre a escravidão indígena no Brasil. Questionamos, hoje, o julgamento que sentencia o bandeirante como algoz do índio “escravizado” . Pensamos que o Europeu trouxe ao Nativo um novo modelo de vida e também sofreu dele, influências culturais.
    Existiram conflitos? Muitos! Quem ganhou e quem perdeu? A humanidade ganhou se considerarmos as conquistas tecnológicas como um ganho. No caso de Balthazar Carrasco dos Reis, seu papel de “protetor” do índio é evidente quando se constata julgar ser responsabilidade sua e dever apostólico, “trazer o índio para o seio da Igreja e da Civilização”.
    Foi um homem religioso. Montou na Igreja Matriz da Vila um Altar a Nossa Senhora de Guadalupe. Igreja Matriz da Vila, assim já era chamada, embora Nossa Senhora da Luz dos Pinhais não passasse de um povoado! Sob este Altar de Nossa Senhora de Guadalupe, Balthazar pediu, em seu testamento, para ser enterrado junto a sua esposa Isabel. E isto se concretiza em 8 de outubro de 1697.
    Balthazar Carrasco dos Reis, nesta terra, amou, viveu e tornou-se semente! A semente que germinou Curitiba!
    Por que falar disso agora?
    Porque em 29 de março comemoramos 316 anos da elevação de Curitiba à categoria de Vila e é bom lembrar como tudo começou.
    Teresa Teixeira de Britto

    -- MERGED NOTE ------------

    O Capitão Balthazar Carrasco em seu testamento feito em Curitiba a 22 de Julho de 1697, e aberto a 8 de Outubro d’esse mesmo ano, por ocasião de sua morte, declarou entre outras coisas mais, que “quero que levando-me Deus, seja meu corpo enterrado de fronte do altar de N. Senhora de Guadalupe, na sepultura de minha mulher, na Igreja Matriz desta Villa e me acompanhará o Vigário com os sacerdotes que se acharem, com todas as cruzes das confrarias que houver na dita Matriz e se lhe dará esmola costumada.
    “Declaro que sou natural da Villa de S. Paulo, filho legítimo de Miguel Garcia Carrasco e de sua mulher Margarida Fernandes; que fui casado com Izabel Antunes, já defunta e tivemos legitimamente os filhos seguintes: André Fernandes, Gaspar Carrasco dos Reis, Belchior Carrasco, filhas: Margarida Fernandes, Maria Paes, Izabel Garcia, Maria das Neves e Domingas Antunes já defunta, os quais todos são meus legítimos herdeiros.
    “Possuo as seguintes terras: Meia légua de terras no Cubatão, do qual tem a escritura meu filho André Fernandes; meia légua de terras na borda do Campo, cujo Titulo tem o mesmo meu filho; um sítio em que assisto na paragem de Mariguy, cujas terras houve por sesmaria como da Carta se vê; meia légua de terras no bairro de S. Amaro que parte com as do defunto meu pai na paragem chamada Brimiri (?); deixo mais, que me deu meu sogro, em dote, em Parnaíba umas terras que constam do inventário do meu sogro João de Pina.
    “Declaro que meu filho José Fernandes levou de minha casa dois negros do gentio da terra, os quais entrarão em sua folha de partilha, declaro mais, que meu filho Belchior Carrasco dos Reis seguiu viagem para o sertão com armas que levou de minha casa e o mais que levou para os seus gastos foi tudo de minha fazenda e dizem, trouxera do sertão três peças das quais se fará menção em meu inventário. Declaro que deixo algum gado assim vacas como ovelhas, e cavalgaduras, o que tudo declarará meu filho Gaspar porque sua verdade desencarrego minha consciência pela muita confiança que dele faço e sempre fiz e por assim ser lhe deixo encarregado o cuidado que deve ter na Administração da Capela de N. Senhora de Declaro que deixo algum gado assim vacas como ovelhas, e cavalgaduras, o que tudo declarará meu filho Gaspar porque sua verdade desencarrego minha consciência pela muita confiança que dele faço e sempre fiz e por assim ser lhe deixo encarregado o cuidado que deve ter na Administração da Capela de N. Guadalupe, de que sou Protetor, para que o dito, meu filho mande dizer seis missas todos os anos no altar da dita senhora por minha intenção procurando sempre pelo aumento da dita Capela como eu fazia, para o que depois de pago os meus legados deixo o remanescente ao mesmo meu filho para que tenha cuidado da Capela”.
    - O testamento foi assinado pelo testador e pelo Capitão-Mor Agostinho de Figueiredo, João Alves Martins, Manoel de Souto, Nicolau de Miranda Franco, Manoel Gomes.

    Balthazar Carrasco dos Reis (São Paulo, 1617 - Curitiba, 8 de outubro de 1697) foi um bandeirante brasileiro e um dos fundadores da cidade de Curitiba, no estado brasileiro do Paraná.
    História
    O Capitão Balthazar Carrasco dos Reis, era filho de Miguel Garcia Carrasco e de Margarida Fernandes, seu pai fidalgo de origem espanhola foi um dos signatários da aclamação de Amador Bueno da Ribeira, como Rei do Brasil, porém o mesmo não aceitou, vindo Miguel Garcia Carrasco dois dias após à assinar a aclamação de D. João IV. Tal fato se concretizado teria antecipado a Independência do Brasil de Portugal em 181 anos.
    Era casado com Izabel Antunes e recebeu por carta de 29 de junho de 1661, assinada por Salvador Corrêa de Sá e Benavides, uma Sesmaria de terras na localidade de Mariguy (Barigüi) onde já morava por vários anos, localizada na Villa de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
    Possuia grandes extensões de terra nos Campos Gerais de Curitiba, no litoral paranaense e na Villa de Sant'Anna de Parnahyba.
    Segundo a Obra Clássica de Francisco Negrão publicada em 1926: "Genealogia Paranaense" às seguintes famílias: Andrade, Soares e Seixas, juntamente à do capitão Matheus Martins Leme se entrelaçaram por meio de casamento com a de Balthazar Carrasco dos Reis, formando uma grande prole, à partir de seus 8 filhos, e é tido como um dos povoadores de Curitiba, sendo que seus descendentes formaram a elite política do estado com membros ainda dominantes nos dias de hoje.
    Descendentes
    • Padre Francisco das Chagas Lima - Fundador da cidade de Queluz em São Paulo e Guarapuava no Paraná
    • Padre Diogo Antônio Feijó - Regente do Império
    • Padre Agostinho Machado da Silva Lima - Vigário em Curitiba
    • João Cândido Ferreira - Médico e herói do Cêrco da Lapa, foi Governador, Presidente do Estado e um dos fundadores da Universidade do Paraná, a primeira do Brasil
    • Victor Ferreira do Amaral e Silva - Médico, Vice-presidente do estado, fundador e primeiro reitor da Universidade do Paraná
    • Cel. Seraphim Ferreira de Andrade - Fazendeiro, líder político e um dos fundadores de São João do Triunfo
    • Sargento-mor Ignácio Lustoza de Andrade - Militar e político em Curitiba e Paranaguá
    • Cel. Pedro Ferreira Maciel - Fazendeiro e líder político em Palmeira
    • Cel. Ottoni Ferreira Maciel - Deputado Estadual
    • Cel. João Cândido da Silva Muricy - Militar
    • Dona Cherubina Rosa Marcondes de Sá - Viscondessa de Tibagy
    • Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá - Advogado, presidente provincial e ministro do Império

    Balthazar Carrasco dos Reis
    Seria ele, de ascendência espanhola, ou portuguesa?
    O que se pode afirmar com absoluta convicção é que seus ascendentes vieram da Península Ibérica.
    Seu pai, Miguel Garcia Carrasco participou de movimentos na Capitania de São Vicente que indicam sua ascendência espanhola. Assinou manifesto juntamente com fidalgos castelhanos aclamando como Rei do Brasil Amador Bueno da Ribeira. No entanto, vendo frustrado esse intento, participou de Sessão Solene na Câmara de São Paulo, aclamando Dom João IV como soberano absoluto de Portugal e seus domínios.
    O nome de Miguel Garcia Carrasco é constante no século XVII, na história da Vila de São Paulo de Piratininga. Foi fazendeiro, bandeirante e atuou também na Área Legislativa, como Procurador do Conselho junto a Câmara Municipal da Vila de São Paulo.
    O seu primogênito Balthazar Carrasco dos Reis seguiu-lhe os passos. Vejam: - pelo nome também se evidencia a ascendência espanhola. Seguido ao pré-nome Balthazar, vem o Carrasco, sobrenome do Pai. Como é costume espanhol.
    Balthazar muito cedo começou a participar de bandeiras. Embora tenha sido nomeado Juiz de Órfãos, sendo assim empregado da Coroa, foi integrando a bandeira de Antônio Domingues em l648, que pela primeira vez passou por estas terras e tudo indica que por ela se apaixonou.
    Conseguiu sesmaria na Região do Barigüi em 166l, concedida diretamente pelo então Governador Geral Salvador de Sá e Benevides. Aqui instalou seu filho mais velho Gaspar. – Balthazar, no entanto, teve que permanecer em São Paulo exercendo o cargo de Juiz de Órfãos até comprovadamente 1675. O que explica seu nome não constar na Ata do Levantamento do Pelourinho, da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, em l668. Os nomes de seus filhos, no entanto, ali estão comprovando presença: Gaspar Carrasco dos Reis e André Fernandes dos Reis.
    O que se pode provar é que foi o primeiro homem euro-brasileiro a se instalar em Curitiba trazendo sua família. Casou apenas uma vez. Sua esposa era Isabel Antunes da Silva Preto, tataraneta de Antônio Preto, o fidalgo português que chegou ao Brasil quando Mem de Sá expulsava os franceses do Rio de Janeiro.
    Tiveram 8 filhos: 3 homens e 5 mulheres. Alguns de seus filhos casaram com filhos de Mateus Leme, alguns de seus netos casaram com netos de Gabriel de Lara.
    Estudando a vida deste homem reavaliamos nosso conceito sobre a escravidão indígena no Brasil. Questionamos, hoje, o julgamento que sentencia o bandeirante como algoz do índio “escravizado” . Pensamos que o Europeu trouxe ao Nativo um novo modelo de vida e também sofreu dele, influências culturais.
    Existiram conflitos? Muitos! Quem ganhou e quem perdeu? A humanidade ganhou se considerarmos as conquistas tecnológicas como um ganho. No caso de Balthazar Carrasco dos Reis, seu papel de “protetor” do índio é evidente quando se constata julgar ser responsabilidade sua e dever apostólico, “trazer o índio para o seio da Igreja e da Civilização”.
    Foi um homem religioso. Montou na Igreja Matriz da Vila um Altar a Nossa Senhora de Guadalupe. Igreja Matriz da Vila, assim já era chamada, embora Nossa Senhora da Luz dos Pinhais não passasse de um povoado! Sob este Altar de Nossa Senhora de Guadalupe, Balthazar pediu, em seu testamento, para ser enterrado junto a sua esposa Isabel. E isto se concretiza em 8 de outubro de 1697.
    Balthazar Carrasco dos Reis, nesta terra, amou, viveu e tornou-se semente! A semente que germinou Curitiba!
    Por que falar disso agora?
    Porque em 29 de março comemoramos 316 anos da elevação de Curitiba à categoria de Vila e é bom lembrar como tudo começou.
    Teresa Teixeira de Britto


    -- MERGED NOTE ------------

    O Capitão Balthazar Carrasco em seu testamento feito em Curitiba a 22 de Julho de 1697, e aberto a 8 de Outubro d’esse mesmo ano, por ocasião de sua morte, declarou entre outras coisas mais, que “quero que levando-me Deus, seja meu corpo enterrado de fronte do altar de N. Senhora de Guadalupe, na sepultura de minha mulher, na Igreja Matriz desta Villa e me acompanhará o Vigário com os sacerdotes que se acharem, com todas as cruzes das confrarias que houver na dita Matriz e se lhe dará esmola costumada.
    “Declaro que sou natural da Villa de S. Paulo, filho legítimo de Miguel Garcia Carrasco e de sua mulher Margarida Fernandes; que fui casado com Izabel Antunes, já defunta e tivemos legitimamente os filhos seguintes: André Fernandes, Gaspar Carrasco dos Reis, Belchior Carrasco, filhas: Margarida Fernandes, Maria Paes, Izabel Garcia, Maria das Neves e Domingas Antunes já defunta, os quais todos são meus legítimos herdeiros.
    “Possuo as seguintes terras: Meia légua de terras no Cubatão, do qual tem a escritura meu filho André Fernandes; meia légua de terras na borda do Campo, cujo Titulo tem o mesmo meu filho; um sítio em que assisto na paragem de Mariguy, cujas terras houve por sesmaria como da Carta se vê; meia légua de terras no bairro de S. Amaro que parte com as do defunto meu pai na paragem chamada Brimiri (?); deixo mais, que me deu meu sogro, em dote, em Parnaíba umas terras que constam do inventário do meu sogro João de Pina.
    “Declaro que meu filho José Fernandes levou de minha casa dois negros do gentio da terra, os quais entrarão em sua folha de partilha, declaro mais, que meu filho Belchior Carrasco dos Reis seguiu viagem para o sertão com armas que levou de minha casa e o mais que levou para os seus gastos foi tudo de minha fazenda e dizem, trouxera do sertão três peças das quais se fará menção em meu inventário. Declaro que deixo algum gado assim vacas como ovelhas, e cavalgaduras, o que tudo declarará meu filho Gaspar porque sua verdade desencarrego minha consciência pela muita confiança que dele faço e sempre fiz e por assim ser lhe deixo encarregado o cuidado que deve ter na Administração da Capela de N. Senhora de Declaro que deixo algum gado assim vacas como ovelhas, e cavalgaduras, o que tudo declarará meu filho Gaspar porque sua verdade desencarrego minha consciência pela muita confiança que dele faço e sempre fiz e por assim ser lhe deixo encarregado o cuidado que deve ter na Administração da Capela de N. Guadalupe, de que sou Protetor, para que o dito, meu filho mande dizer seis missas todos os anos no altar da dita senhora por minha intenção procurando sempre pelo aumento da dita Capela como eu fazia, para o que depois de pago os meus legados deixo o remanescente ao mesmo meu filho para que tenha cuidado da Capela”.
    - O testamento foi assinado pelo testador e pelo Capitão-Mor Agostinho de Figueiredo, João Alves Martins, Manoel de Souto, Nicolau de Miranda Franco, Manoel Gomes.

    Balthazar Carrasco dos Reis (São Paulo, 1617 - Curitiba, 8 de outubro de 1697) foi um bandeirante brasileiro e um dos fundadores da cidade de Curitiba, no estado brasileiro do Paraná.
    História
    O Capitão Balthazar Carrasco dos Reis, era filho de Miguel Garcia Carrasco e de Margarida Fernandes, seu pai fidalgo de origem espanhola foi um dos signatários da aclamação de Amador Bueno da Ribeira, como Rei do Brasil, porém o mesmo não aceitou, vindo Miguel Garcia Carrasco dois dias após à assinar a aclamação de D. João IV. Tal fato se concretizado teria antecipado a Independência do Brasil de Portugal em 181 anos.
    Era casado com Izabel Antunes e recebeu por carta de 29 de junho de 1661, assinada por Salvador Corrêa de Sá e Benavides, uma Sesmaria de terras na localidade de Mariguy (Barigüi) onde já morava por vários anos, localizada na Villa de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
    Possuia grandes extensões de terra nos Campos Gerais de Curitiba, no litoral paranaense e na Villa de Sant'Anna de Parnahyba.
    Segundo a Obra Clássica de Francisco Negrão publicada em 1926: "Genealogia Paranaense" às seguintes famílias: Andrade, Soares e Seixas, juntamente à do capitão Matheus Martins Leme se entrelaçaram por meio de casamento com a de Balthazar Carrasco dos Reis, formando uma grande prole, à partir de seus 8 filhos, e é tido como um dos povoadores de Curitiba, sendo que seus descendentes formaram a elite política do estado com membros ainda dominantes nos dias de hoje.
    Descendentes
    • Padre Francisco das Chagas Lima - Fundador da cidade de Queluz em São Paulo e Guarapuava no Paraná
    • Padre Diogo Antônio Feijó - Regente do Império
    • Padre Agostinho Machado da Silva Lima - Vigário em Curitiba
    • João Cândido Ferreira - Médico e herói do Cêrco da Lapa, foi Governador, Presidente do Estado e um dos fundadores da Universidade do Paraná, a primeira do Brasil
    • Victor Ferreira do Amaral e Silva - Médico, Vice-presidente do estado, fundador e primeiro reitor da Universidade do Paraná
    • Cel. Seraphim Ferreira de Andrade - Fazendeiro, líder político e um dos fundadores de São João do Triunfo
    • Sargento-mor Ignácio Lustoza de Andrade - Militar e político em Curitiba e Paranaguá
    • Cel. Pedro Ferreira Maciel - Fazendeiro e líder político em Palmeira
    • Cel. Ottoni Ferreira Maciel - Deputado Estadual
    • Cel. João Cândido da Silva Muricy - Militar
    • Dona Cherubina Rosa Marcondes de Sá - Viscondessa de Tibagy
    • Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá - Advogado, presidente provincial e ministro do Império

    Balthazar Carrasco dos Reis
    Seria ele, de ascendência espanhola, ou portuguesa?
    O que se pode afirmar com absoluta convicção é que seus ascendentes vieram da Península Ibérica.
    Seu pai, Miguel Garcia Carrasco participou de movimentos na Capitania de São Vicente que indicam sua ascendência espanhola. Assinou manifesto juntamente com fidalgos castelhanos aclamando como Rei do Brasil Amador Bueno da Ribeira. No entanto, vendo frustrado esse intento, participou de Sessão Solene na Câmara de São Paulo, aclamando Dom João IV como soberano absoluto de Portugal e seus domínios.
    O nome de Miguel Garcia Carrasco é constante no século XVII, na história da Vila de São Paulo de Piratininga. Foi fazendeiro, bandeirante e atuou também na Área Legislativa, como Procurador do Conselho junto a Câmara Municipal da Vila de São Paulo.
    O seu primogênito Balthazar Carrasco dos Reis seguiu-lhe os passos. Vejam: - pelo nome também se evidencia a ascendência espanhola. Seguido ao pré-nome Balthazar, vem o Carrasco, sobrenome do Pai. Como é costume espanhol.
    Balthazar muito cedo começou a participar de bandeiras. Embora tenha sido nomeado Juiz de Órfãos, sendo assim empregado da Coroa, foi integrando a bandeira de Antônio Domingues em l648, que pela primeira vez passou por estas terras e tudo indica que por ela se apaixonou.
    Conseguiu sesmaria na Região do Barigüi em 166l, concedida diretamente pelo então Governador Geral Salvador de Sá e Benevides. Aqui instalou seu filho mais velho Gaspar. – Balthazar, no entanto, teve que permanecer em São Paulo exercendo o cargo de Juiz de Órfãos até comprovadamente 1675. O que explica seu nome não constar na Ata do Levantamento do Pelourinho, da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, em l668. Os nomes de seus filhos, no entanto, ali estão comprovando presença: Gaspar Carrasco dos Reis e André Fernandes dos Reis.
    O que se pode provar é que foi o primeiro homem euro-brasileiro a se instalar em Curitiba trazendo sua família. Casou apenas uma vez. Sua esposa era Isabel Antunes da Silva Preto, tataraneta de Antônio Preto, o fidalgo português que chegou ao Brasil quando Mem de Sá expulsava os franceses do Rio de Janeiro.
    Tiveram 8 filhos: 3 homens e 5 mulheres. Alguns de seus filhos casaram com filhos de Mateus Leme, alguns de seus netos casaram com netos de Gabriel de Lara.
    Estudando a vida deste homem reavaliamos nosso conceito sobre a escravidão indígena no Brasil. Questionamos, hoje, o julgamento que sentencia o bandeirante como algoz do índio “escravizado” . Pensamos que o Europeu trouxe ao Nativo um novo modelo de vida e também sofreu dele, influências culturais.
    Existiram conflitos? Muitos! Quem ganhou e quem perdeu? A humanidade ganhou se considerarmos as conquistas tecnológicas como um ganho. No caso de Balthazar Carrasco dos Reis, seu papel de “protetor” do índio é evidente quando se constata julgar ser responsabilidade sua e dever apostólico, “trazer o índio para o seio da Igreja e da Civilização”.
    Foi um homem religioso. Montou na Igreja Matriz da Vila um Altar a Nossa Senhora de Guadalupe. Igreja Matriz da Vila, assim já era chamada, embora Nossa Senhora da Luz dos Pinhais não passasse de um povoado! Sob este Altar de Nossa Senhora de Guadalupe, Balthazar pediu, em seu testamento, para ser enterrado junto a sua esposa Isabel. E isto se concretiza em 8 de outubro de 1697.
    Balthazar Carrasco dos Reis, nesta terra, amou, viveu e tornou-se semente! A semente que germinou Curitiba!
    Por que falar disso agora?
    Porque em 29 de março comemoramos 316 anos da elevação de Curitiba à categoria de Vila e é bom lembrar como tudo começou.
    Teresa Teixeira de Britto

    -- MERGED NOTE ------------

    O Capitão Balthazar Carrasco em seu testamento feito em Curitiba a 22 de Julho de 1697, e aberto a 8 de Outubro d’esse mesmo ano, por ocasião de sua morte, declarou entre outras coisas mais, que “quero que levando-me Deus, seja meu corpo enterrado de fronte do altar de N. Senhora de Guadalupe, na sepultura de minha mulher, na Igreja Matriz desta Villa e me acompanhará o Vigário com os sacerdotes que se acharem, com todas as cruzes das confrarias que houver na dita Matriz e se lhe dará esmola costumada.
    “Declaro que sou natural da Villa de S. Paulo, filho legítimo de Miguel Garcia Carrasco e de sua mulher Margarida Fernandes; que fui casado com Izabel Antunes, já defunta e tivemos legitimamente os filhos seguintes: André Fernandes, Gaspar Carrasco dos Reis, Belchior Carrasco, filhas: Margarida Fernandes, Maria Paes, Izabel Garcia, Maria das Neves e Domingas Antunes já defunta, os quais todos são meus legítimos herdeiros.
    “Possuo as seguintes terras: Meia légua de terras no Cubatão, do qual tem a escritura meu filho André Fernandes; meia légua de terras na borda do Campo, cujo Titulo tem o mesmo meu filho; um sítio em que assisto na paragem de Mariguy, cujas terras houve por sesmaria como da Carta se vê; meia légua de terras no bairro de S. Amaro que parte com as do defunto meu pai na paragem chamada Brimiri (?); deixo mais, que me deu meu sogro, em dote, em Parnaíba umas terras que constam do inventário do meu sogro João de Pina.
    “Declaro que meu filho José Fernandes levou de minha casa dois negros do gentio da terra, os quais entrarão em sua folha de partilha, declaro mais, que meu filho Belchior Carrasco dos Reis seguiu viagem para o sertão com armas que levou de minha casa e o mais que levou para os seus gastos foi tudo de minha fazenda e dizem, trouxera do sertão três peças das quais se fará menção em meu inventário. Declaro que deixo algum gado assim vacas como ovelhas, e cavalgaduras, o que tudo declarará meu filho Gaspar porque sua verdade desencarrego minha consciência pela muita confiança que dele faço e sempre fiz e por assim ser lhe deixo encarregado o cuidado que deve ter na Administração da Capela de N. Senhora de Declaro que deixo algum gado assim vacas como ovelhas, e cavalgaduras, o que tudo declarará meu filho Gaspar porque sua verdade desencarrego minha consciência pela muita confiança que dele faço e sempre fiz e por assim ser lhe deixo encarregado o cuidado que deve ter na Administração da Capela de N. Guadalupe, de que sou Protetor, para que o dito, meu filho mande dizer seis missas todos os anos no altar da dita senhora por minha intenção procurando sempre pelo aumento da dita Capela como eu fazia, para o que depois de pago os meus legados deixo o remanescente ao mesmo meu filho para que tenha cuidado da Capela”.
    - O testamento foi assinado pelo testador e pelo Capitão-Mor Agostinho de Figueiredo, João Alves Martins, Manoel de Souto, Nicolau de Miranda Franco, Manoel Gomes.

    Balthazar Carrasco dos Reis (São Paulo, 1617 - Curitiba, 8 de outubro de 1697) foi um bandeirante brasileiro e um dos fundadores da cidade de Curitiba, no estado brasileiro do Paraná.
    História
    O Capitão Balthazar Carrasco dos Reis, era filho de Miguel Garcia Carrasco e de Margarida Fernandes, seu pai fidalgo de origem espanhola foi um dos signatários da aclamação de Amador Bueno da Ribeira, como Rei do Brasil, porém o mesmo não aceitou, vindo Miguel Garcia Carrasco dois dias após à assinar a aclamação de D. João IV. Tal fato se concretizado teria antecipado a Independência do Brasil de Portugal em 181 anos.
    Era casado com Izabel Antunes e recebeu por carta de 29 de junho de 1661, assinada por Salvador Corrêa de Sá e Benavides, uma Sesmaria de terras na localidade de Mariguy (Barigüi) onde já morava por vários anos, localizada na Villa de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
    Possuia grandes extensões de terra nos Campos Gerais de Curitiba, no litoral paranaense e na Villa de Sant'Anna de Parnahyba.
    Segundo a Obra Clássica de Francisco Negrão publicada em 1926: "Genealogia Paranaense" às seguintes famílias: Andrade, Soares e Seixas, juntamente à do capitão Matheus Martins Leme se entrelaçaram por meio de casamento com a de Balthazar Carrasco dos Reis, formando uma grande prole, à partir de seus 8 filhos, e é tido como um dos povoadores de Curitiba, sendo que seus descendentes formaram a elite política do estado com membros ainda dominantes nos dias de hoje.
    Descendentes
    • Padre Francisco das Chagas Lima - Fundador da cidade de Queluz em São Paulo e Guarapuava no Paraná
    • Padre Diogo Antônio Feijó - Regente do Império
    • Padre Agostinho Machado da Silva Lima - Vigário em Curitiba
    • João Cândido Ferreira - Médico e herói do Cêrco da Lapa, foi Governador, Presidente do Estado e um dos fundadores da Universidade do Paraná, a primeira do Brasil
    • Victor Ferreira do Amaral e Silva - Médico, Vice-presidente do estado, fundador e primeiro reitor da Universidade do Paraná
    • Cel. Seraphim Ferreira de Andrade - Fazendeiro, líder político e um dos fundadores de São João do Triunfo
    • Sargento-mor Ignácio Lustoza de Andrade - Militar e político em Curitiba e Paranaguá
    • Cel. Pedro Ferreira Maciel - Fazendeiro e líder político em Palmeira
    • Cel. Ottoni Ferreira Maciel - Deputado Estadual
    • Cel. João Cândido da Silva Muricy - Militar
    • Dona Cherubina Rosa Marcondes de Sá - Viscondessa de Tibagy
    • Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá - Advogado, presidente provincial e ministro do Império

    Balthazar Carrasco dos Reis
    Seria ele, de ascendência espanhola, ou portuguesa?
    O que se pode afirmar com absoluta convicção é que seus ascendentes vieram da Península Ibérica.
    Seu pai, Miguel Garcia Carrasco participou de movimentos na Capitania de São Vicente que indicam sua ascendência espanhola. Assinou manifesto juntamente com fidalgos castelhanos aclamando como Rei do Brasil Amador Bueno da Ribeira. No entanto, vendo frustrado esse intento, participou de Sessão Solene na Câmara de São Paulo, aclamando Dom João IV como soberano absoluto de Portugal e seus domínios.
    O nome de Miguel Garcia Carrasco é constante no século XVII, na história da Vila de São Paulo de Piratininga. Foi fazendeiro, bandeirante e atuou também na Área Legislativa, como Procurador do Conselho junto a Câmara Municipal da Vila de São Paulo.
    O seu primogênito Balthazar Carrasco dos Reis seguiu-lhe os passos. Vejam: - pelo nome também se evidencia a ascendência espanhola. Seguido ao pré-nome Balthazar, vem o Carrasco, sobrenome do Pai. Como é costume espanhol.
    Balthazar muito cedo começou a participar de bandeiras. Embora tenha sido nomeado Juiz de Órfãos, sendo assim empregado da Coroa, foi integrando a bandeira de Antônio Domingues em l648, que pela primeira vez passou por estas terras e tudo indica que por ela se apaixonou.
    Conseguiu sesmaria na Região do Barigüi em 166l, concedida diretamente pelo então Governador Geral Salvador de Sá e Benevides. Aqui instalou seu filho mais velho Gaspar. – Balthazar, no entanto, teve que permanecer em São Paulo exercendo o cargo de Juiz de Órfãos até comprovadamente 1675. O que explica seu nome não constar na Ata do Levantamento do Pelourinho, da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, em l668. Os nomes de seus filhos, no entanto, ali estão comprovando presença: Gaspar Carrasco dos Reis e André Fernandes dos Reis.
    O que se pode provar é que foi o primeiro homem euro-brasileiro a se instalar em Curitiba trazendo sua família. Casou apenas uma vez. Sua esposa era Isabel Antunes da Silva Preto, tataraneta de Antônio Preto, o fidalgo português que chegou ao Brasil quando Mem de Sá expulsava os franceses do Rio de Janeiro.
    Tiveram 8 filhos: 3 homens e 5 mulheres. Alguns de seus filhos casaram com filhos de Mateus Leme, alguns de seus netos casaram com netos de Gabriel de Lara.
    Estudando a vida deste homem reavaliamos nosso conceito sobre a escravidão indígena no Brasil. Questionamos, hoje, o julgamento que sentencia o bandeirante como algoz do índio “escravizado” . Pensamos que o Europeu trouxe ao Nativo um novo modelo de vida e também sofreu dele, influências culturais.
    Existiram conflitos? Muitos! Quem ganhou e quem perdeu? A humanidade ganhou se considerarmos as conquistas tecnológicas como um ganho. No caso de Balthazar Carrasco dos Reis, seu papel de “protetor” do índio é evidente quando se constata julgar ser responsabilidade sua e dever apostólico, “trazer o índio para o seio da Igreja e da Civilização”.
    Foi um homem religioso. Montou na Igreja Matriz da Vila um Altar a Nossa Senhora de Guadalupe. Igreja Matriz da Vila, assim já era chamada, embora Nossa Senhora da Luz dos Pinhais não passasse de um povoado! Sob este Altar de Nossa Senhora de Guadalupe, Balthazar pediu, em seu testamento, para ser enterrado junto a sua esposa Isabel. E isto se concretiza em 8 de outubro de 1697.
    Balthazar Carrasco dos Reis, nesta terra, amou, viveu e tornou-se semente! A semente que germinou Curitiba!
    Por que falar disso agora?
    Porque em 29 de março comemoramos 316 anos da elevação de Curitiba à categoria de Vila e é bom lembrar como tudo começou.
    Teresa Teixeira de Britto

 Fontes

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