Curitiba em 1890: A Rua Riachuelo, os Bondes de Mula e a Casa de Comércio de Francisco Gaertner – Um Retrato da Cidade que Começava a se Construir
Curitiba em 1890: A Rua Riachuelo, os Bondes de Mula e a Casa de Comércio de Francisco Gaertner – Um Retrato da Cidade que Começava a se Construir
Introdução: Uma Janela para o Passado — A Curitiba dos Anos 90 do Século XIX
Imagine-se caminhando pela Rua Riachuelo em dezembro de 1890. O ar é fresco, o som das patas das mulas ecoa nas pedras irregulares do calçamento, e o cheiro de café recém-passado mistura-se ao aroma das madeiras das lojas. À direita, uma mulher observa a cena com um olhar sereno, enquanto, ao fundo, um bonde puxado por mulas desliza lentamente pela rua, carregando passageiros e mercadorias.
Esta fotografia, capturada em dezembro de 1890, é um retrato vivo da Curitiba que começava a se construir. Ela mostra uma cidade em transição, onde o passado ainda ecoa nas fachadas simples, mas o futuro já se anuncia nos bondes de mula e nos estabelecimentos comerciais. Neste artigo, vamos mergulhar fundo nesse universo fascinante, explorando cada detalhe da fotografia, decifrando sua história e descobrindo como os elementos presentes nela moldaram a identidade da capital paranaense.
Prepare-se para uma viagem nostálgica, repleta de detalhes, histórias e emoções. Porque esta fotografia de 1890 não é apenas uma imagem — é um testemunho vivo da Curitiba que cresceu, sonhou e se construiu.
Capítulo 1: A Rua Riachuelo – O Coração Comercial da Cidade em 1890
A Rua Riachuelo , visível na fotografia, era uma das ruas mais importantes de Curitiba no final do século XIX. Na época, ela era conhecida por seus cafés charmosos, lojas de luxo e edifícios imponentes. A rua era um verdadeiro palco da vida social da cidade, atraindo pessoas de todos os bairros para fazer compras, tomar um café ou simplesmente passear.
Na fotografia, vemos pedestres caminhando pelas calçadas, alguns parados para conversar, outros entrando em lojas. Os carros, ainda raros na época, estão estacionados ou circulando lentamente, enquanto os bondes de mula, símbolos da modernidade, deslizam pela rua ao fundo.
A arquitetura da rua é um reflexo da influência europeia na construção civil brasileira. Os edifícios, com suas fachadas simples, varandas e janelas retangulares, eram projetados para impressionar, atraindo olhares e clientes. A Rua Riachuelo era, portanto, não apenas um centro comercial, mas também um espaço de beleza e sofisticação.
Capítulo 2: O Bonde Puxado a Mulas – O Símbolo da Mobilidade Urbana
Ao fundo da fotografia, um bonde puxado por mulas desliza lentamente pela rua. O bonde, com seu design simples e sua estrutura metálica, era um símbolo da mobilidade urbana. Ele representava o progresso, a eficiência e a conectividade da cidade.
Nos anos 90 do século XIX, o bonde de mula era o principal meio de transporte público em Curitiba. Ele ligava os bairros da cidade, facilitando o deslocamento dos trabalhadores e dos comerciantes. O bonde também era um espaço de convivência, onde as pessoas se encontravam, conversavam e compartilhavam experiências.
A presença do bonde na fotografia é um lembrete de que Curitiba, mesmo naquela época, estava se preparando para o futuro. A cidade investia em infraestrutura, melhorando suas ruas, suas pontes e seus sistemas de transporte. O bonde, portanto, não era apenas um meio de transporte — era um símbolo da ambição e da determinação dos curitibanos.
Capítulo 3: A Casa de Comércio de Francisco Gaertner – O Empreendedorismo que Moldou a Cidade
À direita da fotografia, destaca-se a Casa de Comércio de Francisco Gaertner . O nome, gravado em letras douradas acima da entrada principal, é um testemunho do espírito empreendedor que marcava Curitiba na época. Francisco Gaertner era um comerciante visionário, que entendia o valor da qualidade dos produtos e da experiência do cliente.
A casa de comércio era especializada em artigos diversos, desde tecidos finos até utensílios domésticos. O estabelecimento era conhecido por sua seleção cuidadosa de produtos, que iam desde itens importados até peças produzidas localmente. A loja era um refúgio para quem buscava presentes especiais, objetos de decoração e itens de luxo.
O nome “Casa de Comércio” não era escolhido ao acaso. Ele refletia a essência da loja: um espaço onde tudo era feito com delicadeza, requinte e atenção aos detalhes. A casa de comércio de Francisco Gaertner era, portanto, um símbolo de sofisticação, um ponto de encontro e um testemunho do orgulho local.
Capítulo 4: O Pavimento de Pedras Irregulares – A Beleza e a Praticidade da Engenharia da Época
O pavimento da Rua Riachuelo, feito de pedras irregulares, é um elemento que chama a atenção na fotografia. As pedras, dispostas de forma aparentemente aleatória, formam um padrão único, que reflete a beleza e a praticidade da engenharia da época.
O uso de pedras irregulares era comum nas cidades brasileiras do final do século XIX. Elas eram duráveis, resistentes ao clima e fáceis de encontrar. Além disso, o pavimento de pedras dava à rua um ar de elegância e sofisticação, que combinava perfeitamente com a arquitetura dos edifícios.
A presença do pavimento de pedras na fotografia é um lembrete de que Curitiba, mesmo naquela época, estava se preparando para o futuro. A cidade investia em infraestrutura, melhorando suas ruas, suas pontes e seus sistemas de transporte. O pavimento de pedras, portanto, não era apenas um elemento estético — era um símbolo da ambição e da determinação dos curitibanos.
Capítulo 5: A Vida Cotidiana em 1890 – Moda, Cultura e Sociedade
A fotografia também nos dá uma visão clara da vida cotidiana em Curitiba em 1890. Os pedestres, vestidos com as roupas da moda da época — ternos bem-cortados, vestidos longos, chapéus e sapatos de couro — demonstram um senso de dignidade e respeito às tradições.
A moda da época era marcada pela elegância e pela simplicidade, com poucos adornos e muita atenção aos detalhes. Os homens usavam ternos de corte reto, camisas brancas e gravatas, enquanto as mulheres vestiam vestidos longos, com cinturas definidas e saias amplas. Os acessórios, como chapéus, luvas e bolsas, eram essenciais para completar o visual.
Além da moda, a fotografia também revela a cultura e a sociedade da época. A Rua Riachuelo era um espaço de encontro, onde as pessoas se reuniam para fazer compras, tomar um café ou simplesmente passear. A casa de comércio de Francisco Gaertner, os cafés e lojas eram pontos de referência, criando uma rede de relações sociais e econômicas que fortaleciam a comunidade.
Conclusão: Uma Homenagem à Curitiba de 1890
Esta fotografia de dezembro de 1890 é mais do que um registro histórico; é uma homenagem a todos aqueles que, com suor, dedicação e sonhos, ajudara
A Rua Riachuelo, o bonde de mula, a casa de comércio de Francisco Gaertner e o pavimento de pedras são elementos que, juntos, contam a história de uma cidade em ascensão. Eles representam o melhor do passado, aquele que merece ser lembrado, celebrado e preservado.
Que esta imagem sirva como um lembrete de que, mesmo em tempos de mudança rápida e tecnologia avançada, a essência do bom comércio, da boa arquitetura e da boa convivência permanece a mesma: tratar as pessoas com respeito, oferecer produtos de qualidade e criar experiências memoráveis.
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