Denominação inicial: Projéto de Bungalow para o Sr. Paulo Wójcik
Denominação atual: Comercial
Categoria (Uso): Residência
Subcategoria: Residência de Pequeno Porte
Endereço: Rua Celestino Junior esquina com a Rua Portugal
Número de pavimentos: 2
Área do pavimento: 160,00 m²
Área Total: 160,00 m²
Técnica/Material Construtivo: Alvenaria de Tijolos
Data do Projeto Arquitetônico: 30/04/1935
Alvará de Construção: Nº 1187/1935
Descrição: Projeto Arquitetônico para construção de bangalô e muro. Alvará de Construção e fotografia do imóvel.
Situação em 2012: Existente
Imagens
1 - Projeto Arquitetônico.
2 - Alvará de Construção.
3 - Fotografia do imóvel em 2012.
Referências:
1 - CHAVES, Eduardo Fernando. Projéto de Bungalow. Planta do pavimento térreo e implantação, corte, fachadas frontal e lateral, e muro apresentados em uma prancha. Microfilme digitalizado.
2 - Alvará n.º 1187
3 - Fotografia de Elizabeth Amorim de Castro (2012).
2 - Alvará de Construção.
3 - Fotografia do imóvel em 2012.
1 - Projeto Arquitetônico.
2 - Alvará de Construção.
Acervo: Arquivo Público Municipal de Curitiba; Prefeitura Municipal de Curitiba.
O Bungalow de Paulo Wójcik: Uma Joia Arquitetônica na Esquina da Rua Celestino Júnior com Portugal
Curitiba, 1935 — Entre tijolos, jardins e traços ecléticos, ergueu-se um refúgio urbano encomendado por um homem cujo nome ainda ressoa nas ruas do bairro Mercês: Paulo Wójcik.
Nas tranquilas imediações do bairro Mercês, em uma esquina delicada entre a Rua Celestino Júnior e a Rua Portugal, levanta-se desde 1935 uma construção que desafia o tempo com sua discrição elegante: o bungalow projetado para o Sr. Paulo Wójcik.
Apesar de sua aparência modesta — 160 m² distribuídos em dois pavimentos, construído em alvenaria de tijolos —, o imóvel carrega em seus detalhes a assinatura de uma era em que a arquitetura residencial dialogava com o cosmopolitismo europeu e a sensibilidade tropical brasileira. Hoje classificado como uso comercial, o edifício permanece existente em 2012, conforme registrado na fotografia de Elizabeth Amorim de Castro, testemunhando mais de oito décadas de transformações urbanas.
Paulo Wójcik: Um Nome com Raízes e Presença
Embora os arquivos não revelem amplamente sua trajetória, o simples fato de Paulo Wójcik — cujo sobrenome de origem polonesa sugere ascendência imigrante — ter encomendado uma residência própria em pleno centro urbano de Curitiba na década de 1930 fala muito sobre seu lugar na sociedade local.
Escolher um bungalow — tipologia arquitetônica inspirada nos bangalôs indianos reinterpretados pelos britânicos e, posteriormente, adaptados no Brasil como símbolo de conforto e modernidade — já demonstrava um gosto refinado. Mais do que uma casa, era uma declaração de estilo, de pertencimento e de visão de futuro.
O Projeto: Simplicidade com Alma
O projeto arquitetônico, datado de 30 de abril de 1935, foi elaborado por Eduardo Fernando Chaves, um dos nomes mais atuantes na cena construtiva curitibana da época. Registrado sob o título poético "Projéto de Bungalow para o Sr. Paulo Wójcik", o desenho foi consolidado em uma única prancha, contendo:
- Planta do pavimento térreo
- Implantação no terreno
- Corte arquitetônico
- Fachadas frontal (voltada à Rua Celestino Júnior) e lateral (voltada à Rua Portugal)
- Projeto do muro de fechamento
Apesar de ser descrito como de dois pavimentos, a área total registrada é de 160 m², o que sugere que o segundo nível possa ter sido um mezanino, sobreloja ou área técnica — prática comum em bungalows da época, que privilegiavam a horizontalidade.
As fachadas revelam traços do ecletismo residencial tardio: janelas emolduradas, platibanda suave, volumes equilibrados e uma integração cuidadosa com o lote de esquina. O muro, cuidadosamente projetado, completava a composição como um elemento de delimitação e privacidade, típico das residências burguesas da primeira metade do século XX.
O Alvará de Construção nº 1187/1935 atestou a regularidade da obra perante a Prefeitura, garantindo que o sonho de Paulo Wójcik se tornasse realidade em concreto, madeira e argamassa.
Presença Viva: O Imóvel em 2012
Em 2012, mais de 77 anos após sua construção, o bungalow ainda existia — agora adaptado ao uso comercial, mas com sua estrutura essencial preservada. A fotografia de Elizabeth Amorim de Castro capturou sua fachada com dignidade, mostrando que, mesmo diante da urbanização acelerada do bairro Mercês, o edifício manteve sua identidade.
Não há indícios de demolição ou reconstrução radical. Pelo contrário: sua permanência é um ato de resistência silenciosa contra a efemeridade das cidades modernas.
Um Legado em Tijolos e Memória
O bungalow de Paulo Wójcik não é um monumento, nem figura em roteiros turísticos. Mas é patrimônio vivo — um pedaço da história social e arquitetônica de Curitiba onde o nome de um cidadão comum foi imortalizado não por poder ou riqueza, mas por ter acreditado numa casa bem feita.
Hoje, sob novas funções, suas paredes ainda sussurram histórias de jardins cuidados, tardes de verão na varanda e o eco dos passos de uma família que, um dia, chamou aquele canto de esquina de lar.
“Na Curitiba que se apressa, algumas casas insistem em lembrar: habitar é também honrar o tempo.”
Referências:
1 – CHAVES, Eduardo Fernando. Projéto de Bungalow. Prancha arquitetônica (microfilme digitalizado).
2 – Alvará de Construção nº 1187/1935.
3 – Fotografia de Elizabeth Amorim de Castro (2012).
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