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sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

O “ipva” do tempo das carroças

 O “ipva” do tempo das carroças

As carroças foram criadas há milênios para facilitar o transporte de cargas e pessoas, e sua história se mistura à da invenção da roda. Os primeiros registros de seu uso na Antiguidade foram encontrados em gravuras dos sumérios, na Mesopotâmia, feitas por volta de 3000 a.C.. Gregos e romanos promoviam até corridas de bigas (tipos de carroças com duas rodas). Na Idade Média surgiram as carruagens, tipos mais sofisticados de carroças, utilizadas para transportar a nobreza, algumas até forjadas com ouro. Nobres e pobres se utilizavam de veículos movidos a tração animal até a invenção dos primeiros veículos movidos a vapor, após a Revolução Industrial, já no século XIX.
No Brasil ainda na época colonial os portugueses introduziram os carros de boi para transporte nas lavouras de cana-de-açúcar, e no século XIX os imigrantes europeus trouxeram algumas novidades para a época como o arado e a carroça, ambos tracionados por força equina. Os “carroções” dos poloneses, como eram chamados, tinham até armação com toldos para proteger do sol e da chuva.
As carroças se tornaram tão abundantes que na primeira metade do século XX foram criadas leis que obrigavam o seu emplacamento e recolhimento de tributo. A Lei 1297/1956 de Curitiba dizia que “o imposto de licença sobre veículos (...) incide sobre todos os veículos de qualquer natureza e modalidade de tração, e será devido pelo respectivo proprietário (…) será feito na época própria de matrícula dos veículos, de uma só vez para o ano todo”. Esse texto foi alterado na Lei 1821/1959 que previa que o imposto “incide sobre todos os veículos de qualquer natureza e modalidade de tração, com exceção dos de tração humana (bicicletas) e tração animal”.
Em Araucária, a prefeitura municipal mantinha livros anuais para registro de veículos, incluindo as carroças. Nessa época as estradas rurais do município eram estreitas e precárias, cabendo aos próprios moradores cuidar de sua conservação a fim de deixá-las apropriadas para a passagem de carroças. A cada três dias trabalhados os colonos ganhavam um selo de bonificação que os isentava de taxa no emplacamento das suas carroças.
(Texto escrito por Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadoras)
(Legendas das fotografias:
1 - Livro de registro de veículos de Araucária, 1940
Acervo Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Carroças estacionadas na praça para a missa de domingo de ramos, na Igreja Nossa Senhora dos Remédios, 1936
Acervo Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)

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Livro de registro de veículos de Araucária, 1940
Acervo Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres

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Carroças estacionadas na praça para a missa de domingo de ramos, na Igreja Nossa Senhora dos Remédios, 1936
Acervo Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres