Bom dia curiosos, duas importantes pesquisadoras passaram pelo Brasil e os resultados foram trabalhos científicos úteis ao mundo.
Essa semana eu vou falar das duas: A Princesa Teresa da Baviera e Margareth Mee.
Cronologicamente vou começar pela Princesa Bávara, que coisa linda de se dizer, Princesa Bávara. Pois bem, dois dos personagens dessa história, falamos há poucas semanas, quando trocamos aquele bate-papo sobre casamentos com parentes, então vocês vão lembrar logo deles, mas, se não lembrarem no final eu deixo o link do babado entre ter filhos com parentes. Mas vamos lá, Princesa Teresa da Baviera, pensem em uma mulher inteligente e destemida? Pois bem, devia haver muitas delas, mas poucas tinham coragem de enfrentar a sociedade pra se mostrar e realizar suas próprias vontades. Teresa foi uma delas. Mas a História dela transcorre de forma não muito tradicional como a das outras Princesas de sua época. Para se ter uma noção, Teresa nasceu em 1850, bem pouquinho tempo depois da Princesa Isabel, que nasceu em 1846. Ou seja, duas princesas com visões diferentes do mesmo momento histórico.
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Isabel, criada a pão de ló, só pra estudar, casar, ter o herdeiro do trono, pactuada com papai e mamãe ao seu lado o tempo todo. Já Teresa, perdeu a mãe aos catorze anos e seu pai tinha que atuar firmemente ao lado dos sobrinhos, futuros Reis da Baviera, pois estes não batiam bem da bola e como tio, tinha que ficar ligado, ou a família descia ladeira abaixo. Sua mãe era uma Princesa da Toscana, criada em Nápoles, e era amiga íntima da nossa Teresa Cristina, esposa de nosso Pedrinho II, e outra ligação que ela tinha de laços sanguíneos com familiares de nossa Família Imperial eram seus laços com Dona Amélia, a segunda esposa de Dom Pedro I, de quem era prima de segundo grau. Ela tem uma importância incrível em seu país por sua contribuição com a Botânica e Zoologia. Eu não curto muito a tradução de nomes, acho até que vou abrir um adendo sobre isso, pois se chegarmos diante do túmulo de Therese Charlotte Marianne Auguste Von Bayern, não saberemos que estamos falando da mesma Teresa da Baviera. Pois bem, este era o nome dela. Então vamos chamá-la aqui de Therese, que pelo menos, diante de uma obra de arte ou artigo científico saberemos de quem se trata. Ela viveu em uma área propícia a exploração da natureza, quem conhece a Alemanha, nem que seja por fotos, sabe que tem montanhas, colinas, lagos, florestas, neva, faz sol, lagos congelam, tirando os nazistas, só tem coisa boa. E ela nasceu com espírito aventureiro. Sabe aquela criancinha linda que dá trabalho? Sumia nas trilhas, fazia alpinismo, cavalgava, enfim aproveitava as redondezas. Então já achavam "Essa princesa é meio assim... coisada", e era mesmo. Além de ser uma aventureira, ela era um crânio, tipo o nosso Pedrinho...Estudava botânica, mineralogia, zoologia, biologia, tudo o que era "ia" ela curtia, e dominava doze idiomas, com oito anos já falava Russo e Grego, que não era a língua de seu habitat natural, e eu aqui achando que minha filha com sete arrasava sabendo as cores e os números em inglês. Juntava até a família pra ver



ops



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Ela falava diversos idiomas de origem Latina: Português, Italiano, Espanhol, além de línguas já extintas, e dominava o Árabe.
No mesmo período que sua mãe morreu, seu tio, que era Rei da Baviera, Max II, também morreu, e seu primo Ludovich (Lembra aquele que era maluquinho que eu comento no texto dos primos, que fez os Castelos de Contos de Fadas), assumiu o trono aos dezoito anos e isso gerou uma aproximação de Therese com a Tia Maria, a Rainha, e automaticamente do seu primo mais jovem, Oto. E ela começou a tratar Therese como uma filha e levava ela nas viagens, às compras, nas férias nas montanhas, ao palácio e onde estivessem. Uma completou a carência afetiva da outra. Oto era dois anos mais velho que Therese, então eram dois adolescentes, ela começou logo a gostar dele, mas ele não demonstrava interesse por ela. Depois vocês vão saber o motivo. A príncipio, ele gostava de uma outra mulher mais velha que não deu a mínina pra ele, só começou a notar a prima e se declarar pra ela quando ela já tinha quase vinte anos. Mas, foi também, quando começou a dar os primeiros sinais de insanidade mental. Seu irmão, que era o Rei, já era tido como Megalomaníaco e construiu o Castelo que hoje rende milhões ao Governo da Baviera, que é o Castelo de Neuschwanstein, que em períodos normais chega a receber seis mil visitantes por ano, o castelo que inspirou o Castelo da Cinderela, sendo um dos mais belos do mundo. Então Therese, apaixonada por Oto, queria se casar, mas o primo, que era Rei, teria que se casar primeiro que o Oto, só que Ludowich II (Aqui chamam de Luis II), não estava nem aí pra casamento, ele até tinha um compromisso com a irmã da Sissi, que era linda como a Sissi, a Princesa Sophia, mas, não estava nem aí pra mulher, estava querendo fazer suas obras lá malucas, ouvir ópera, frequentar festas, curtir o Wagner (que ele patrocinava), fazer maquetes, só que a ampulheta da loucura de Oto, estava mais acelerada que a dele, ele começou a pagar uns micos em público e decidiram levar ele pra um lugar reservado.
E ela não podia ficar com ele.
Então sua família começou a se preocupar. Ela já estava com mais de vinte anos, esperando Oto há seis e agora estava pirado.
Muitos pretendentes apareceram, mas, ela realmente gostava de Oto e queria ficar cuidando dele. Então ela arrumava mil desculpas, pois ela amava o Oto e achava que ele iria melhorar, então nesse período ela se dedicava a estudar. E Oto só piorava, até que foi tirado de vez do contato social, tendo que ser preso em um ‘chateau’, sob cuidados especiais, ele tinha sintomas de depressão e esquizofrenia.
Ela então decide cuidar de Oto, como prima, amiga e mulher que o amava de verdade, sabia que a solidão e distanciamento de um rosto conhecido, só poderiam piorar o seu estado, e apesar disso, ela não tinha nenhum contrato pra gostar dele, mas gostava de verdade, sabia dos seus gostos e de suas nóias. A família não queria aceitar de jeito algum. Então arrumaram uma viagem pra ela fazer, cientes do espírito aventureiro dela, viram que seria legal mandar ela dar umas voltas e ver que ela não podia perder mais tempo com uma pessoa que só tinha tendência a piorar. Então ela começou a ver culturas tão diferentes da sua, que começou a querer estutar etimologia, que é a cultura que estuda o Povo, suas origens, sua cultura e a levar material desses povos para a Bavaria. Eles precisavam expandir suas mentes pra muito mais coisas que aconteciam ao redor do que só o que acontecia na Corte.
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Criaram um monstro! Só isso que tenho que dizer.
A mulher só queria correr mundo. Nova, sozinha, sem filhos, falando loucamente diversos idiomas, privada de cuidar do homem que gostava. O que era a "Bavaria" na fila do pão?
Trazia bichos, artefatos, plantas e material de pesquisa. Ela queria ir pra lugares que ninguém tinha ido. Não queria fazer compras em Paris. Ela queria beber vodka na Sibéria, andar de Alce na Escandinávia, ver a Aurora Boreal, enfrentar tempestades no Sahara, então, ela virou uma Indiana Jones do seu tempo. (olhem que mulher maravilhosa e a gente burrão sem saber dela?)
Só que não podemos esquecer que ela era uma Princesa, e princesa solteira só tem dois caminhos a seguir: A cruz ou o altar.
E a família começou a dizer que se ela ficasse solteirona, seria um fardo, e longe dela querer ser fardo pra alguém, ou ela casava ou virava freira. Aí deu



, mas tudo na vida tem solução. Ela não tinha nenhuma intenção de seguir nenhum dos dois caminhos, mas, faleceu uma de suas tias, que era uma Abadessa da Irmandade de Santana, e ela fez uma proposta.
- Vamos fazer um trato?
- Hummm?
- Madre, eu quero rodar o mundo, me dá o cargo da minha tia que te dou minha grana.
- Opa, Fechado.
- Calma Madre, eu não falei as condições.
- Sou toda cofres, ops, ouvidos.
- Eu viro Abadessa, mas nem venho aqui, se eu morrer nas viagens, herdam tudo o que é meu.
- Opa, negócio fechado.
- Mas eu não acabei. Se eu não morrer, eu venho pra cá na minha velhice e vocês tomam conta de mim.
- Hummmmm, sabia que o preço era caro. Mas falou: -Negócio feito.
Então, ela já não era a ex do maluco e nem a Princesa Solteirona, ela era a Abadessa. Então ela ficou solta pra estudar, viajar, pesquisar sem incomodar mais ninguém. E ela viveu anos assim de boa. Até que o Rei Ludovich é encontrado morto de forma misteriosa e trazem o maluquinho do Oto pra tomar o poder. Mas, visivelmente perturbado, é impedido e sobra pro pai de Therese, tio dos meninos do Ziraldo, assumir o trono. Mas, quem nunca ouviu essas tretas de matar família pra assumir o Trono? Já estamos quase no século XVIII, as informações já eram mais aceleredas, então o povo começa a criar especulações sobre o Tio ter mandado matar Ludowich e soltar o doidinho, e voltar com o doidinho, enfim, quem poderia apaziguar essa situação? Só uma mulher respeitada e querida pelo povo, e chamam Therese e ela se torna a Primeira dama ao lado do pai. Já com seus trinta e seis anos, evitando uma guerra civil. Ela era muito querida pelo povo principalmente por ser público, o seu amor pelo Oto e sua devoção, e se não fosse sua "Crazydade" ela seria mesmo a Rainha, então ela estava onde deveria estar. E isso evitou uma Guerra Civil.
O pai, vendo que ela já não era uma menininha e talvez em seu íntimo até dando razão e querendo ter coragem de ter feito o mesmo, decide então, apoiar a filha.
Ela pede apoio ao Museu de História Natural de Munique, e ela começou a estudar a Flora Brazieliens, que é um livro iniciado em 1817, quando Leopoldina vem pro Brasil e em sua comitiva traz o Philipp Von Martius e o August Eeichler, que começam a rodar o Brasil e levam um material riquíssimo de nossa flora, só que o Martius adoece, morre e quase quarenta anos depois o Eeichler consegue concluir sua catalogação com a ajuda de Ignatz Urban. Pois justamente essa obra, mostrou a Therese por onde ela não devia ir e serviu de incentivo pra provar que ainda tinha muito mais daqui pra eles conhecerem, ela queria ir onde eles não foram. Ela curtia lugares remotos e acampamento mesmo.
Ninguém queria uma mulher em campo sozinha e nem era reconhecida como Cientista ou Botânica academicamente.
Então ela pegou sua grana e formou a primeira expedição feminina de exploração, então ela levou um empalhador de animais, uma aia e um General pra dar uma moral.
Eles chegaram um mês depois da assinatura da Lei Áurea, em Belém do Pará, em um barco a vapor que fez o trajeto em duas semanas e seu objeto de estudo foi analisar como estavam esses negros recém libertos, e ela foi atrás dessas comunidades quilombolas e os achou vivendo em barracões feitos de árvores e dormindo em redes. As mulheres conseguiam pequenos trabalhos remunerados, mas ganhavam metade do que os homens, por esse motivo conseguiam trabalhar mais.
Não havia escolas, nem atendimento médico, nem perspectivas para essas pessoas, e ela anota tudo, pois estava ali como cientista e etimóloga, com a preocupação de registrar essa evolução. Ela aluga um barco para ir até Manaus, desce o Rio Negro e o Solimões e alcança aldeias e populações ribeirinhas que acham que ela é alguma artista famosa. Chega loirona de olho azul, cheia de parafernália, câmera fotográfica, ninguém desconfiava que era uma Princesa. Ela cata tudo o que ela consegue pelo caminho, visitou vinte e três aldeias indígenas e volta pra Belém e conhece o Museu Etimográfico Emílio Goedi, que existe até hoje e ela super ama o museu, depois pega um barco em Belém e vai descendo o Litoral, Fortaleza, Natal, Maceió e em Maceió ela pretende subir pelo Rio São Francisco, mas acaba desistindo. Ela percebe que os urubus eram presença constante nas cidades que não tinham bichos mortos pela rua e decide comprar um Urubu Rei e levar, pra ver se ele sobreviveria ao inverno e se seria uma forma prática e natural de economia no saneamento. Imaginou o urubu no frio.
O Urubu nem chegou lá!
Ela vem pro Rio de janeiro, se hospeda em um Hotel em Santa Tereza, então ela se hospedava informando que era uma Condessa, tentando ser anônima, não dizia que era Princesa pra baratear os custos das hospedagens.
Ela foi pra Niterói, pro Corcovado, pra Floresta da Tijuca, mas a Princesa Isabel, ficou sabendo de sua chegada e mandou um cocheiro buscá-la pra conhecer o Paço e o Palácio de São Cristóvão e acabou com o disfarce dela, toda imprensa carioca no dia seguinte sabia que havia uma Princesa Bávara no Rio de Janeiro. Ela diz que não dá pra ela ir devido a outros compromissos, ela vai a Conselheiro Lafayette, depois vai em Ouro Preto e pega Dom Pedro II e Teresa Cristina, voltando de Milão, pois Pedrinho estava se tratando de uma doença na Europa, vê o movimento e a multidão, mas evita-os. E quando chega de Minas Gerais, repetem o convite e devido à amizade de sua mãe com a Imperatriz, ela vê que não dá pra evitar mais aquela visita. Ela quando chega em Munique chega a comentar que ele estava um Caco. Ela dá uma passadinha, vê ele de longe e ela parte para o Espírito Santo pra tentar chegar em Aldeias dos Botocudos, então ela passa por terra por Campos dos Goitacazes e Quissamã. Ela volta ao Rio de Janeiro, e finalmente vai fazer a prometida visita à Família Imperial e se assusta ao ver a simplicidade com que vivem. Um palácio sem uma Guarda forte, ele muito acessível ao povo e as filas de pessoas que se formavam pedindo ajuda, sendo atendidas pela Imperatriz, coisa que ela nunca vira antes em nenhuma monarquia Europeia.
Ela acha todos muito distintos, conversa com a Imperatriz sobre sua mãe, inclusive essa lhe mostra fotos da mãe, mas quando chega em Pedrinho, já mais recuperado da viagem, ela fica fascinada com aquele homem. Não de tesão, mas de alma, de conhecimento e os dois se perdem em longas horas de conversa, era tipo dois gênios conversando, ela falando de lugares no Brasil que ele nunca tinha conseguido ir e ele lhe falando também sobre seus conhecimentos. Foi tipo um encontro de almas. Ela ficou deslumbrada com a biblioteca dele, começaram a conversar em árabe, na língua Inca, em pedras, enfim... eram pessoas perdidas e um dia era pouco. Ela fica uma semana em Petrópolis com eles, mas se hospeda em outro lugar, no hotel inglês e ele acha o máximo essa independência dela. E super entende... ele também preferia evitar incomodar rotinas familiares.
Ela se encanta com a sede dele em conhecer e entender o mundo. Ela amava fotografia e ele também, então tinham muitas figurinhas para trocarem, ela vai até Teresópolis e volta para o Rio de Janeiro, para ver a Princesa Isabel, receber a Rosa de Ouro, que era um presente do Papa por conta da assinatura da Lei Áurea, e Therese era uma das poucas pessoas presentes com um olhar histórico, sem ser brasileira.
E depois rolou uma festa, nessa festa, muitas famílias levaram seus filhos e filho de brasileiro já era castiço naquela época e em determinada hora, as crianças brincavam, corriam, gritavam, esbarravam nos convidados e aquilo chocou a princesa. Acostumada com as crianças alemãs super disciplinadas, engessadas nas festas, nunca imaginou, filhos de nobres se comportando daquela maneira em uma festa pós cerimônia solene, pra começar, as crianças nem frequentavam esse tipo de ambiente.
Ela antes de partir, pega lá o Trem do Barão de Mauá, que fazia duas horas do RJ para Petrópolis, se despede do casal Imperial e em seu relato emocionado em seu diário, ela cita que se encantou com a simplicidade deles, com o amor pelo povo e com a magnânima inteligência do Imperador.
"Acredito que muitos compatriotas, não saibam a pessoa que possuem como Imperador", escreveu em seu diário.
Dez anos depois de seu retorno, ela lança a obra de sua vida. Um livro sobre sua viagem ao Brasil e até então, temendo o preconceito no meio científico por ser mulher, ela assinava TH. da Baviera e os doutores aceitavam seus trabalhos julgando se tratar de algum Theodoro da Baviera, mas somente após o lançamento desse livro em 1897, ela recebe o Titulo de Dra. Honoris Causa, pela Universidade de Munique em Ciências e virou a única mulher na Academia Bávara de Ciências, título que só ela ostenta até hoje. Poderosa!
No livro ela assume na capa Therese da Baviera (Th. Da Baviera) e fica todo mundo de queixo caído ao saber que aquele artigo todo que há tanto tempo contribuía com a Alemanha era de uma mulher. E ela atribui essa segurança a nada mais, nada menos, que às conversas sobre liberdade e direitos com nosso Pedrinho e dedica o livro a ele. FOFA

. E ninguém mais segurou essa mulher. Ela publicou mais dezenove livros, virou palestrante mundo afora. Apresentava uma bagagem de conhecimento de campo e de estudos que quase ninguém tinha.
Ela decide ir pra Costa do Chile, conhecer os índios da América espanhola e mesmo com quarenta e oito anos ela ainda tinha muito pique.
Quando ela volta dessa viagem, aos cinquenta anos, ela começa a perceber que as mulheres de seu tempo, tinham virado vovozinhas e não tinham estudado e não estavam nas universidades e não viajavam e não conheciam nada e eram sombras de seus maridos. Então ela percebe que ela tinha que esquecer seus bichinhos e plantinhas e estudos por um tempo e se engajar na luta dos direitos das mulheres para entrarem nas Universidades. E isso que ela faz...
Ela começa um movimento que dura dezoito anos, em 1912, o pai dela morre e começa a Primeira Guerra Mundial, ela pega uma das casas da família e transforma em um Hospital de Campanha e lidera as enfermeiras, com sua experiência de suturas, fraturas, etc... aprendidas nas expedições. Em 1916, ela fica doente e Oto falece, o que lhe dá um baque emocional. Em 1918, a família dela é deposta do Trono e a Alemanha vira República. Então ela se vê sem grana pela primeira vez na vida. Nada estava definido sobre entrega dos bens aos herdeiros vivos e ela começa a ter que dispensar todo mundo e ter que cuidar de todas as suas coisas.
Ela escreve uma carta dizendo que os afazeres domésticos lhe tiram o tempo de produção intelectual, que apesar de estar com mais de setenta anos ainda tinha muito o que contribuir com o mundo e que fazer afazeres domésticos não era nenhum problema pra ela, já que nos acampamentos fazia muitas coisas, mas lhe tirava o tempo de produzir coisas grandes (hahahaha, me identifiquei com essa Princesa, enquanto escrevo o povo de casa tem que fazer as tarefas), ela morre de tuberculose, aos setenta e cinco anos, com diversos trabalhos por terminar, em 1925.
E vinte e cinco anos depois, uma pesquisadora se interessa pela obra da princesa e seu movimento, acessa seus trabalhos e percebe que décadas se passaram e nada havia mudado. Que no ano dois mil, quase não haviam mulheres cientistas, então ela abre uma Fundação na Universidade de Munique, para apoiar mulheres cientistas, pois diante do relato de Therese, ela percebe que era quase impossível conseguir uma carreira aplicada aos estudos científicos se você tinha uma casa e mais ainda se tivesse filhos para cuidar.