Mostrando postagens com marcador soturno senhor dos Infernos representavam um desafio para Afrodite. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador soturno senhor dos Infernos representavam um desafio para Afrodite. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

PERSÉFONE E O REI DOS INFERNOS A original reclusão de Kore e a fria indiferença de Hades, soturno senhor dos Infernos representavam um desafio para Afrodite

 PERSÉFONE E O REI DOS INFERNOS 


A original reclusão de Kore e a fria indiferença de Hades, soturno senhor dos Infernos representavam um desafio para Afrodite

Pode ser uma imagem de 1 pessoa
PERSÉFONE E O REI DOS INFERNOS 💀

A original reclusão de Kore e a fria indiferença de Hades, soturno senhor dos Infernos representavam um desafio para Afrodite.

Sem mais paciência para esperar que criaturas por si mesmas se apaixonassem, a bela deusa do amor chamou seu filho Cupido, dono das setas encantadas, que a todos conquistavam, e mandou unir para sempre os dois solitários.

O menino escolheu em sua aljava a flecha mais aguda, com precisão mirou o alvo e certeiramente atingiu o largo peito de Hades .

A primeira pessoa que viu depois de ferido pelo amor foi Kore.

A meiga filha de Deméter e Zeus brincava com as amigas no meio de um campo florido quando se tornou a escolhida pelo coração de Hades.

O rei da escuridão aproximou-se das jovens e aos pés de Core declarou-lhe amor.

Por sua própria vontade, a donzela nada disse, mas transferiu a decisão para Deméter, que, não desejando perder a companhia da filha muito amada, recusou a Hades permissão para esposá-la.

O pretendente nem assim recuou de seus propósitos.
Subiu ao Olimpo e pediu a Zeus que pessoalmente intercedesse em seu favor junto a Deméter.

Ora, o senhor do Olimpo não tencionava indispor-se com nenhum dos irmãos, e evasivamente aconselhou Hades a aguardar uma oportunidade mais favorável.

Entendeu o outro que teria de realizar sozinho seu intento.
E não conhecia maneiras muito brandas de agir.

Todavia, suspendeu o assédio, enquanto arquitetava um plano.

Na terra, Core e suas amigas passeavam no florido vale de Ena, lugar siciliano de constantes primaveras e águas cristalinas.

Colhia flores - lírios, violetas, quando percebeu um magnífico narciso solitário à beira do lago. Debruçou-se para apanhá-lo.

Nesse instante, abre-se a terra sobre seus pés. Do abismo escuro surge por encanto um carro de ouro, puxado por vários cavalos, que Hades conduz.

Antes de entender a razão e o fito de acontecimento tão espantoso, a moça é arrebatada pelo robusto senhor dos Infernos, que em seu coche dourado velozmente a transporta para o sombrio Tártaro.

Enquanto vê a luz do dia, as verdes florestas, os campos fecundos, a donzela conserva a esperança de ser salva por Deméter, talvez, ou mesmo por seu poderoso pai. E clama por socorro.

De repente o céu se esconde.
A escuridão se insinua, cresce e prepondera. A carruagem mergulha no seio da terra, e ganha rapidamente às profundezas dos Infernos.

Core ainda grita, afligida pelo pavor. E dessa vez é ouvida por Deméter. A deusa corre para o local do som.
E apenas chega a tempo de ver a terra fechar-se sobre o rastro da filha.

Core pertence agora ao mundo dos mortos. Nem seu primitivo nome pode preservar.
Pois ao transpor as fronteiras das sombras, tornou-se esposa de Hades e passou a chamar-se no submundo, Perséfone.

Deméter desespera-se.
Dias e noites vaga pelos campos, à procura da filha.

Sobe ao Olimpo, interroga seus pares. Ninguém sabe dar-lhe notícias.

Cansada de tantas buscas inúteis, a deusa, aflita, procura o Sol, que tudo vê, e pede-lhe que revele o nome do raptor.

O próprio Zeus, responde o Sol, dera a donzela a Hades, que a arrebatara no vale de Ena.

Se o próprio senhor do Olimpo favorecera o rapto, então nenhuma esperança podia restar para Deméter.

Indignada contra os dois irmãos, que tão profundamente a feriam, recusou a companhia dos deuses, abandonou o monte sagrado e passou a conviver com os homens.

Recusou-se, todavia, a continuar protegendo as plantações e as colheitas. A fome teria devastada a Grécia inteira, não fosse Zeus intervir na sorte dos homens.

Decidiu, portanto, o rei dos deuses enviar Íris, a de asas de ouro, à procura de Deméter.

A ágil mensageira foi ter a Elêusis, onde a deusa entristecida, se refugiara.

Suplicou-lhe que voltasse a frutificar os campos e retomasse seu lugar entre os olimpianos.

A tudo Deméter prometeu ceder, desde que lhe fosse devolvida a amada Core.

Com a resposta nos lábios, Íris retornou à presença de Zeus.

Não havia modo de persuadir Deméter, pensou o senhor do Olimpo. Mas talvez conseguisse convencer Hades. E com tal missão enviou Hermes ao Tártaro.

'Príncipe da humanidade defunta, Hades de negros cabelos, Zeus te ordena soltar Perséfone do Tártaro e mandá-la de volta para casa, a fim de que sua mãe, contente de vê-la, deixe de lado a cólera e o ressentimento que ela tem contra os deuses, pois retém o fruto da terra e não pensa, quando torna famintos os homens, em nada menos que secar a fonte das honras que estes rendem aos imortais.'

Sendo ordem de Zeus, Hades tinha que cumpri-la. Contrariado e tramando ardis, chamou a esposa e disse para preparar-se: ia retornar a luz da terra e ao convívio da mãe.

Perséfone pôs-se a enfeitar-se para a sonhada viagem.
No momento de partir, o soturno marido, como se estivesse homenageando-a com um ato de gentileza, ofereceu-lhe uma fruta, que a jovem aceitou e comeu. Depois deixou o mundo das sombras.

Não sabia da regra: quem comesse qualquer coisa do Tártaro, devia sempre retornar.

O carro de Hermes parou diante do templo, em Elêusis.
Deméter lançou-se saudosa aos braços da filha. Chorou afagando lhe os cabelos.

Então, lembrou-se de perguntar, com receio, se havia comido algo nos Infernos. Um bago de romã, respondeu Perséfone.

Uma expressão de desalento ensombrou o belo rosto da deusa: 'Deverás voltar todos os anos embaixo da terra para aí passares um terço de seus dias, enquanto as outras duas partes pertencerão a mim e a corte dos deuses'.

Por um tempo, mãe e filha conversam, tranquilas, no templo de Elêusis. Até que Zeus as manda chamar para partilhar o néctar do Olimpo.

Antes de atendê-lo, Deméter cumpre sua parte no acordo que fizera. Altivamente, abandona o refúgio e, com Core, dirige-se para a morada dos deuses.

A seus passos, os campos ressecados umedecem-se e fertilizam-se. As flores voltam a desabrochar. As folhas amarelas enverdecem. A primavera retorna e depois o outono. A fome termina.

No fim do prazo, Perséfone despede-se da luz e da mãe, e retoma o caminho do Tártaro. Então, Deméter recolhe-se à sua saudade.

E os campos esvaziam-se de plantas. As flores desaparecem dos galhos. As folhas secam e tombam. O inverno, com ventos e neves desola a terra.

A primavera voltará - é a única esperança - quando Perséfone de novo regressar ao convívio dos homens e alegrar o coração de Deméter, que, em paz com o mundo, repartirá outra vez seus benefícios sobre os campos."

📸:"Hades and Persephone" inspired photoshoot with Teresa Yeh

#mitologiagrega