sábado, 5 de novembro de 2022

VAPOR "PERY"

 VAPOR "PERY"

O Vapor Pery foi lançado às águas do rio Iguaçu em 1912 pela firma Giublin & Cia., com sede em São Mateus do Sul, juntamente com duas lanchas de grande proporção: “Cila” e “Duda”. Sua máquina tinha uma potência de 75 HP. Sua capacidade de carga, incluindo as lanchas, era de 1100 sacas de erva mate ou 400 dúzias de tábuas.
A embarcação, que tinha 25 metros de comprimento por 6 metros de largura, passou por reformas que resultaram em alterações em sua estrutura: na primeira reforma, realizada em 1923, o casco de madeira foi substituído por um casco de aço. Em 1936, com projeto e execução do sr. Carlos Wolter, uma nova reforma permitiu “o oferecimento de quatro cabines fachadas com beliches aos passageiros e, em 1939, uma nova reforma passou as quatro cabines para a tolda.
Durante 60 anos, a navegação no Rio Iguaçu foi o principal meio de transporte. No final do século passado e primeira metade do século 20, os barcos a vapor subiam o rio levando erva-mate e madeira, ligando Porto Amazonas a Porto Vitória. Nesse período, a navegação fluvial era um dos principais sustentáculos do desenvolvimento da região. Os barcos também faziam o transporte de passageiros, trazendo os imigrantes europeus para a região, como os poloneses que vieram para São Mateus do Sul.
A navegação no Rio Iguaçu extinguiu-se em 1953 e, em desuso, o vapor PERY foi abandonado às margens do rio Iguaçu, Em São Mateus do Sul, como um fantasma, em estado de total abandono.
Em 1996, a Prefeitura Municipal de São Mateus do Sul e o Ministério da Cultura viabilizaram recursos para a recuperação da embarcação que foi concluída no início de 1997. Depois, em 2003, o vapor foi novamente restaurado.
De acordo com a Fundação de Cultura de São Mateus do Sul, o vapor Pery foi tombado pelo Patrimônio Histórico da cidade, em 1995. Monumentalizado no Parque Iguaçu da cidade, caracteriza-se como um atrativo turístico do município.
Paulo GraniNenhuma descrição de foto disponível.
Vapor Pery em foto de 1925.
Foto: pmsms.com.br
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Vista de São Mateus do Sul, em 1909.
Foto: pmsms.com.br

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Vapor Pery com as cabines sobre o toldo, agora restaurado e monumentalizado no Parque Iguaçu, estaleirado junto ao antigo Porto de São Mateus do Sul
Foto: Ansbach.

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Vapor Pery, sob outro ângulo, agora restaurado estaleirado junto ao antigo Porto de São Mateus do Sul
Foto: Ansbach.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

***Arquitetura típica do Século passado na Rua Barão do Rio Branco. Foto de 1927 ***

 ***Arquitetura típica do Século passado na Rua Barão do Rio Branco. Foto de 1927 ***


Pode ser uma imagem de rua

Praça Tiradentes, com destaque para a Antiga Estação dos Bondes. Década de 1940.

 Praça Tiradentes, com destaque para a Antiga Estação dos Bondes.
Década de 1940.


Pode ser uma imagem de ferrovia

VAPOR "PARANÁ"

 VAPOR "PARANÁ"

VAPORES DO RIO IGUAÇU
VAPOR "PARANÁ"
Esse foi o maior barco já construído para o rio Iguaçu. Ele foi adquirido por Conrad Bührer na Alemanha e veio desmontado para o Paraná. Era um barco luxuoso, com tapetes e sala de estar, e, na inauguração da ponte em União da Vitória, na divisa entre o Paraná e Santa Catarina, transportou o presidente do estado, general Carlos Cavalcanti de Albuquerque.
A implementação da navegação a vapor no rio Iguaçu, entre os anos de 1882 e 1953, contribuiu para a formação, ocupação e o desenvolvimento de diversas cidades distribuídas ao longo do trecho navegável deste rio que, no estado do Paraná, compreende desde o Porto de Caiacanga – localidade hoje pertencente ao município de Porto Amazonas –, até o Porto do Salto – localidade que deu origem ao município de Porto Vitória.
A utilização desse modal de transporte contribuiu para os ciclos econômicos da erva-mate e da madeira, constituindo, juntamente com a ferrovia, o chamado Complexo Exportador do Paraná Tradicional, que possibilitava que os produtos extraídos na região chegassem ao litoral paranaense com destino à exportação. Entretanto, em função de fatores como o aprimoramento do transporte por terra – com a construção de rodovias – e a decadência da economia ervateira, a hidrovia entrou em declínio, sendo desativada na década de 1950.
A ampliação da circulação de mercadorias e passageiros, propiciada pelo funcionamento da hidrovia, também proporcionou o desenvolvimento social e cultural, local e regional e, consequentemente, a constituição do patrimônio cultural das cidades formadas ao longo do seu trajeto.
(Foto: wikipedia)
Paulo Grani

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VAPOR "TUPY"

 VAPOR "TUPY"

VAPORES DO RIO IGUAÇU
VAPOR "TUPY"
Em 1901, foi construído em União da Vitória o vapor “Tupi”, por João Ihlenfeld, cuja máquina fora fundida pela metalurgia Muller e Filhos.
Na época, apresentou uma inovação: no toldo, após a cabine do piloto, foram construídos alguns camarotes e uma sala de estar para maior conforto dos passageiros. Em 1930, foi vendido para a Companhia Lloyd Paranaense.
Nessa época, União da Vitória estava recebendo imigrantes europeus que aproveitaram o contexto de trabalho em torno da navegação fluvial do Iguaçu e afluentes, contribuindo para a história e o progresso da região.
Nesse período áureo da navegação tropeiros e agricultores, caboclos e mestiços eram transformados em maquinistas, pilotos, cozinheiros ou marinheiros. São Mateus, sede de várias empresas de navegação, chegou a ter estaleiros com operários especializados na armação e montagem de barcos – havia então cerca de cem pontos de carregamento de produtos e de embarque de pessoas.
Muitos outros vapores navegaram durante aquele ciclo, dos quais: O Cruzeiro, Visconde de Guarapuava, São Carlos, Curitiba, Vitória, Iguassu, Pery, Palmas, Paranaguá, Paraná, Rio Negro, Sara, Leão, Samaritana, São João, Samaritana, Araucária, Tibagy, Amazonas, Piray, Três Barras, Rio Apa, Santa Maria, Amazonas, Eureka e outros.
Além dos vapores citados, cuja lista acima se acredita incompleta, existiam navegando embarcações menores, acionadas por motor a explosão, sendo elas: Rosa, Maringá, Araucária, Lira, Íris, Santa Tereza, Operária e muitas outras.
Paulo Grani

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OS IMIGRANTES ITALIANOS CHEGAM EM MORRETES

 OS IMIGRANTES ITALIANOS CHEGAM EM MORRETES

"Por volta de 1872, chegou em massa a imigração italiana, fundando a Colônia Nova Itália com os seus diversos núcleos. Os italianos aqui aportaram e encontraram um povo amigo e acolhedor que os recebeu de braços abertos. Aqui assentaram as suas primitivas vivendas, trabalharam de sol-a-sol, dispostos a lutar e a vencer. Pesquisando este solo, passo a passo, buscaram o progresso próprio e o desta nação, aproveitando ao máximo a generosidade da terra, para ter uma vida digna com o fruto do trabalho.
Hoje, os seus descendentes - filhos, netos, bisnetos e trinetos, brasileiros integrados no senso pátrio, estão espalhados por este Brasil. Aonde quer que se vá, encontraremos os descendentes daqueles imigrados que aqui chegaram, ansiosos por uma vida melhor, e a conseguiram. Hoje os vemos por toda a parte, exercendo as mais variadas funções e profissões na comunidade brasileira: políticos, administradores, artistas, professores, clérigos. Na medicina, no direito e na engenharia, na indústria e comércio, na lavoura, o nome italiano está sempre evidenciado na liderança representativa de uma etnia que se ajustou num caldeamento predestinado a um grande povo, o que nos leva a crer nos destinos deste nobre país.
O empresário Savino Tripotti iniciou os preparativos para a fundação da Colônia Alexandra, ainda em 1872, quando chegou da Itália a primeira leva de imigrantes, com a galera "Ana Pizzorno" e pelo navio "Liguria". Muitos italianos que vieram, não se destinavam propriamente ao Paraná. Eram obrigados, muitas vezes, a interromper a viagem, quer pela beleza da paisagem tropical, quer por cansaço ou doença, ou para abreviar o sofrimento das crianças que adoeciam e morriam a bordo, entulhadas que eram nas terceiras classes ou porões de navios infectos, junto às caldeiras, iluminados por insuficiente luz artificial, sem que nem mesmo o vento do mar chegasse até eles para minorar o calor sufocante.
Devido ao balanço do navio, que jogava muito, a maioria enjoava e já no segundo dia de viagem não havia um lugar seco onde pisar; poças de vômito espalhavam-se por todo o lado. Não bastasse isso, mais tarde, durante a travessia, combalidos, estranhando a comida a bordo que não era boa, sobrevinha a diarreia, e as mães que amamentavam perdiam o seu leite e, em consequência, as crianças pereciam.
Chegados em Paranaguá, eram alojados na Casa da Imigração, recebendo sua primeira alimentação em terra - aí, alguns tiveram a sua primeira decepção. Vendo sobre a mesa várias cuias de farinha de mandioca, avançaram para as mesmas, à voz de "formaggio, formaggio...", pois a muito não comiam queijo; mas de imediato cuspiram fora, sentindo que o gosto não se amoldara aos seus paladares (pensavam ser queijo ralado). Da Casa da Imigração, eram encaminhados à Colônia Alexandra, correndo as despesas de hospedagem e o transporte, por conta do Governo da Província.
Ao chegarem os colonos nas áreas que lhes eram destinadas, viam logo que não era bem a sonhada terra que eles imaginavam. Muitos dos seus lotes ficavam em lugares ermos, praticamente inabitáveis. Alguns deles ficavam em terreno alagadiço, arenoso ou pedregoso, longe dos centros mais populosos como Morretes e Paranaguá, provocando desânimo na posse da nova terra.
Como ignoravam o rigor do clima, que era muito quente no litoral, e outros aspectos da ecologia da região, ainda mais, o desconhecimento de como prevenir e acautelar-se contra animais ferozes, ofídios e insetos, que em grande quantidade existiam no lugar, de como começar uma agricultura rápida, tudo isso, agravado pela inexperiência no idioma, sobrevinha para os menos fortes o total esmoreci mento que influiu negativamente no colono italiano.
Se isso não bastasse, sucediam-se os casos de doenças. Havia falta de médicos, e pelos altos preços que estes cobravam pelos seus trabalhos, eram pouco procurados.
Nos casos de emergência, apelavam para os curandeiros, charlatães que gozavam de grande prestígio entre a população nativa, não menos ignorante e supersticiosa.
Por esse tempo chegaram à Província mais 870 colonos italianos com destino a Alexandra, dirigida por Savino Tripotti. Este, dizendo que estava sem recursos até para manter os antigos colonos, abandonou-os declarando que não tinha meios sequer para os primeiros suprimentos.
Por sua vez, os imigrantes recém-chegados declararam que tinham vindo iludidos e ao saberem do aperto porque estavam passando os seus patrícios, não quiseram absolutamente pertencer a Colônia Alexandra. Negaram-se a fazer parte da referida Colônia por vários motivos, e estas queixas e alegações provocaram os seguintes acontecimentos:
1º- Transferência de colonos de Alexandra para a Colônia Nova Itália, em Morretes.
2º- Criação de novos núcleos no planalto curitibano.
3º- Rescisão de contratos estabelecidos entre o Império e Empresários. Isso não impediu que novos empresários continuassem a introduzir italianos no Paraná.
Naquelas condições, as autoridades, de acordo com o Inspetor Geral da Colonização, resolveram transferi-los para Morretes, onde existiam terras férteis, próprias para todo o gênero de cultura. Mas o descontentamento persistiu em Morretes, onde a precariedade dos caminhos era semelhante às dificuldades da Colonia Alexandra, e muitos colonos, em situação crítica, puseram-se em debandada. Enquanto isso, o Governo providenciava a medição de terrenos no planalto curitibano para a formação de novas colônias. (Scnino Tripotti era natural de Teramo, no Abruzzo. Veio para a América fugido da justiça italiana, sendo mais tarde absolvido da acusação que lhe imputavam.).
A DESERÇÃO
A Colônia Nova Itália começara a sofrer o êxodo, abundante nos seus primeiros tempos, a ponto de assustar as autoridades encarregadas da colonização, pressentindo estar em risco o êxito da iniciativa. Pensara-se então ser o clima, o maior fator do esvaziamento. Além das condições climáticas que em parte contribuíram para afugentar os imigrantes, também, surtos mórbidos vitimavam os colonos.
Muito duvidoso era, então, acreditar-se que só o clima determinava a fuga de muitos para o planalto. Porém é sabido, que muitos deles, um dia, retornaram espontaneamente aos seus primitivos lotes da Colônia Nova Itália em Morretes. Haviam colonos carpinteiros, pedreiros, canteiros, alfaiates, sapateiros, etc. Muitos foram impelidos à construção da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba (1881-1885), aproveitados principalmente no seu trecho mais difícil (Volta Grande à Roça Nova), onde demonstraram os seus conhecimentos de cavouqueiros, perfuradores de túneis, preparadores de minas, sendo nesses misteres muito eficientes. Anteriormente, também trabalharam na estrada de rodagem Graciosa.
No livro n° 239 intitulado 'Livro de Contas de Colonos de Morretes - 1878', encontram-se nomes de imigrantes como: Lazarotto Pietro, Taverna Giacomo, Trevizan Giuseppe, Simioni Giovani, Mocelin Adamo, Mottin Giovani, Maschio Francesco e outros, aos quais o Governo Provincial creditava utensílios, ferramentas, alimentos e outros pertences úteis ao seu trabalho. A procura de trabalho na estrada de ferro foi tão grande por parte do imigrante (Arquivo Público, Livro de Ofícios n° 16-1 880) que se fez disso um caso de polícia enfrentado pelas autoridades de Morretes, onde estavam os escritórios da companhia. Em 10 de agosto de 1880, dirige-se o delegado de polícia Antonio Polidoro, ao Presidente da Província, solicitando o aumento do destacamento local: - "Invadida como se acha esta cidade (Morretes) por estrangeiros que procuram serviços na Estrada de Ferro".
Mais tarde, com a decadência da Colônia Cecília (anarquistas) localizada no município de Palmeira, os italianos, tendo perdido suas terras, dispersaram-se, e ficaram perambulando sem destino em busca de trabalho para que pudesses reconstruir suas vidas.
Na ocasião, a construção da estrada de ferro nos trechos de Restinga Seca à Palmeira e entre Palmeira e Lago, ofereceu a essa gente oportunidade de emprego, beneficiando tanto às obras quanto aos colonos, sendo esse trabalho assalariado a arrancada para uma vida melhor e estável, e o olvido de seus ideais anárquicos. Inúmeros toparam o trabalho assalariado na estrada de ferro. Os do litoral, muitos deles subiram a serra junto com os trilhos e por lá ficaram. Os que permaneceram foram aos poucos se adaptando ao meio, adquirindo costumes locais e, em troca, introduzindo conhecimentos e costumes trazidos de sua longínqua terra de origem.
Em 1886, muitos italianos já possuíam títulos provisórios dos seus lotes, recebidos por autorização do Presidente da Província. Pelos idos de 1885-1886, fundaram-se sociedades de imigração em Morretes e Porto de Cima, que muito concorreram para o bom êxito e o bom andamento dos núcleos. Colaboravam em tudo no sentido de dar pronto atendimento às colônias, revelando o cuidado pela instalação conveniente de novos imigrantes que chegavam à Província.
Sobressaiu-se nesse setor, a Sociedade de Imigração de Porto de Cima, a qual tinha por fim ocupar-se com tudo o que se inclinava a favorecer o aumento da imigração e o bem estar dos núcleos.
O SUCESSO
Souberam os colonos italianos, em poucos anos de permanência entre nós, conquistar a simpatia dos brasileiros com os quais passaram a viver na maior e melhor harmonia, pouco a pouco amalgamando-se, aprendendo o vernáculo, os seus costumes e unindo as duas raças parecidas através de matrimônio cruzado.
O jornalista italiano Alfredo Cusano, que esteve no Brasil durante cinco anos, publicou na Itália o seguinte depoimento (resumido) quanto ao estabelecimento de imigrantes italianos em nosso país:
"Itália Oltre Mare - Impressioni e Ricordi Dei Miei Cinque Ani di Brasile" (Milão, 1911).
Começando pelas colônias do município de Morretes, isto é: Sítio Grande, Porto de Cima, Alexandra, América, Rio do Pinto, Anhaia e outras que, como já frisei, são muito prósperas, encontramos por volta de uns quarenta que saíram da mediocridade para uma vida melhor.
Destes, três usufruem de uma verdadeira riqueza, porque o seu patrimônio oscila entre 200 mil liras a meio milhão, a saber:
Salvatore Scucato, vindo de Vicenza em 1888; a viúva Brambilla e Marcos Malucelli, o mais rico de todos, que produziu um engenho de cana de açúcar.
Doze possuem uma fortuna que varia de 80 a 150 mil liras, a saber:
Giuseppe Gnatta, de Vicenza; André Buzetti, Vicente Bettega. Bôrtolo Foltran, José Sanson e Benjamim Zilli, de Treviso; Alexandre Brandalize, de Belluno; Antonio Chierigatti, de Môntova; Antonio Pedinato, de Vicenza, e Antonio Consentino, de Cocenza.
Finalmente, vinte e cinco possuem de 50 a 80 mil liras, a saber: Júlio Vila Nova, Antonio Fruscolin, Luiz de Fiori, Antonio de Bona, Battista Citti, Ângelo de Rocco e Ângelo Ciscata, de Belluno; Antonio Robassa, Francisco Filipetti, Pedro Callegari, Luiz Tonetti, André Simon, José Dal' Col, Domingos Dall' Negro, Marcelino Meduna e Antonio Orreda, de Treviso; Antonio Dalcucchi, de Mântova; Pio Manosso, Ângelo Pilotto, José Fabris e Marcos Tosetto, de Vicenza.
E outros como: Valério, Turin, De Mio, Fante, Cherobin, Sotta, Ghignone, Fontana, Dall' Stella, Borsatto, Grandi, Piazza, Mazza, Gregorini, Bindo, Lati, Pontoni, Bacci, Madalozzo, Della Bianca, Pasquini, Gobbo, Zanardi, Canetti, Moro, Bavetti, Cavagnoíli, De Lay, Mori, Possiedi, Piovesan, Sundin, Miranda, Bertholdi, Bortholin, Triacchini (Triaquim), Curcio, Meneghetti, Contin, Cavogna, Bazzani, Grossi, Cavagnari, Brustolin, Belotto, Bergonse, Bertagnolli, Bortholuzzi, Carazzai, Carta, Casagrande, Cavalli, Cavallin, Cheminazzo, Chiarello, Zicarelli, Cini, Cit, Conte, Costa, Cusman, Dall' Ligna, Daí Lin, Dea, De Carli, De Paola, Dirienzo, Dotti, Ercole, Scarante, Favoretto, Comandulli, Ferrari, Ferrarini, Fraxino, Ferruci, Gabardo, Galli, Gaio, Gasparin, Grigoletto, Guzzoni, Jacomelli, Lazzarotto, Lucca, Lunardeli, Manfredini, Marchioratto, Marconsin, Marcon, Menin, Moreschi, Menegazzo, Molinari, Muraro, Nadalin, Nori, Olivetti, Orlandi, Panzolini, Pietrobom, Pilatti, Poletto, Possiedi, Ramina, Ramagnolli, Roncaglio, Rossetto, Rossi, Salvare, Santi, Savio, Scarpin, Scorzin, Scremin, Semionatto, Simeão, Sperandio, Sguário, Stocco, Stocchero, Strapasson, Talamini, Feltrin, Tessari, Giglio, Tosin, Tozetto, Tramontini, Trevisan, Trombini, Todeschini, Túllio, Valenti, Valenza, Vicentini, Volpato, Vardanega, Zalton, Zeni, Zem, Zampieri, Zanardini, Zanella, Zanetti, Zanier, Zanon, Zortea e muitos outros (Texto de Maurício Ferrarini.".
Paulo Grani.

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Primeira capela construída pelos imigrantes.

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Típica casa construída pelo governo, para as famílias de imigrantes.
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Rio Nhundiaquara e seu entorno, década de 1910.

Na década de 1950 era construída uma Capela (ainda sem nome) no local onde era o restaurante estudantil do Centro Politécnico, atual ginásio de esportes da Escola São Carlos Borromeu.

 Na década de 1950 era construída uma Capela (ainda sem nome) no local onde era o restaurante estudantil do Centro Politécnico, atual ginásio de esportes da Escola São Carlos Borromeu.

ANTIGA CAPELA DE SÃO CARLOS BORROMEO
Na década de 1950 era construída uma Capela (ainda sem nome) no local onde era o restaurante estudantil do Centro Politécnico, atual ginásio de esportes da Escola São Carlos Borromeu.
Na época vinha rezar missa o Padre Júlio Saavedra da Paróquia de São Paulo Apóstolo, no Uberaba. A comissão encarregada de cuidar da Capela convocou os moradores para escolher um nome, os quais escolheram o nome de São Carlos Borromeo.
Em 1967, a capela foi desmontada e transportada do Centro Politécnico para o atual endereço, o qual recebeu o nome de rua Padre Júlio Saavedra, em homenagem ao pároco.
Paulo Grani.

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A COLÔNIA NOVA ITÁLIA EM MORRETES

 A COLÔNIA NOVA ITÁLIA EM MORRETES

"A Colônia Nova Itália foi fundada em 22 de abril de 1877, iniciada por imigrantes vênetos retirantes da Colônia Alexandra. Era formada por 12 núcleos, num total de 610 lotes demarcados, mas com poucas casas construídas. O município de Morretes contava com sete núcleos: América (de Cima e de Baixo), Sítio Grande, Sesmaria, Rio do Pinto, Anhaia, Rio Sagrado e Nossa Senhora do Porto. O município de Porto de Cima com cinco núcleos: Marques, Ipiranga, Bananal, Cari e Esperança.
Em janeiro de 1878, época em que o Governo da Província designou o engenheiro André Braz Chalréo para dirigir a Colônia, a situação dos imigrantes era deplorável.
Mais de oitocentas famílias viviam em barracas ou casas alugadas, alimentando-se do que lhes fornecia o Governo (Romário Martins). Numa de suas visitas, o Presidente da Província Dr. Rodrigo Otávio, a fim de examinar as colônias do litoral e, em particular, a Colônia Nova Itália, que mais chamava a atenção pelas queixas, encontrou-a em estado lastimável: os colonos quase na miséria, sem roupas, habitação apenas suportável, sem sementes para o plantio.
Estavam em completo desânimo; seus terrenos eram alagadiços e ruins.
As más condições da colonização fizeram com que muitos italianos solicitassem sua volta à terra de origem, ou transferência para outros países sul americanos, visto que todos os pedidos às autoridades provinciais eram negados, em virtude da falta de verbas.
Os mais velhos contavam a história de um italiano já de certa idade, que blasfemava contra este estado de coisas e desejava voltar a todo custo para sua terra natal, onde queria morrer. Dizia ele: "Questa sporca terra dei Brasile nom mi mangiara". E não comeu mesmo, diziam os antigos, pois, ao ser exumado o seu corpo, ao final do período regulamentar, estava mumificado. Fez-se o desejo do italiano e a terra brasileira, também, o rejeitou!
AS REIVINDICAÇÕES
Quando da visita de S.M.I. D.Pedro II à Província do Paraná, no ano de 1880, os italianos residentes nas diversas colônias de Morretes aproveitaram a ocasião para bombardearem-lhe com requerimentos de diversos pedidos:
- "Giacomo Arboit e outros, abaixo assinados, colonos moradores no núcleo Rio Sagrado, Colônia Nova Itália, solicitando ao Imperador que lhes mande fornecer a ferragem e mola para estabelecerem um moinho para preparar o milho preciso à sua alimentação". Morretes, junho de 1880.
- "Alexandre Bridarolli e outros, abaixo assinados, de colonos do núcleo Sesmaria, solicitando cobertura de telhas para as suas pequenas casas que são precariamente cobertas de palha". Morretes, 3 de junho de 1880.
- "Os mesmos solicitando que lhes seja concedida passagem gratuita na balsa que comunica o caminho de Barreiros com a cidade ou melhor, que se arrecade o produto dessas assinaturas para favorecer a construção de uma ponte, sem o que procurarão estabelecer-se em outros núcleos assim favorecidos". Morretes, 3 de junho de 1880.
- "Giovani Tassi e outros, abaixo assinados, ao Imperador, residentes no núcleo Rio do Pinto, solicitando que se cumpra a promessa de serem cobertas de telhas as suas casas". Morretes, 3 de junho de 1880.
- "Joseph Comei, sendo um dos primeiros colonos que se estabeleceram na colônia N.S.do Porto, solicita a V.M.I. que se digne manda abonar ao suplicante a alimentação a que tem direito, e cobrir de telhas sua casinha". Morretes, 3 de junho de 1880.
- "Caterina Vollodel, colona moradora na colônia N. S. do Porto, lote número 27, suplicando a S.M.I., a graça de mandar para a sua companhia seu filho Pietro, a mulher e os três filhos que o Governo mandou para Santa Catarina, ficando assim inconsolável a suplicante sem saber o destino que tiveram". Morretes, 2 de junho de 1889.
Muitos dos requerimentos não tiveram o devido encaminhamento, e, se tiveram, alguns não foram agraciados com o respectivo despacho."
Paulo Grani.Nenhuma descrição de foto disponível.
Sobrados dos Malucelli em Morretes, em 1914.