CONFEITARIA COMETA
A Confeitaria Cometa, de Curitiba, também conhecida como Bar Cometa, funcionava na rua XV de Novembro, desde 1902. Nos anos 1930, tinha como chefe de pastelaria Carlos Koeler, fundador da Confeitaria Colombo do Rio.
A Confeitaria Cometa, de Curitiba, também conhecida como Bar Cometa, funcionava na rua XV de Novembro, desde 1902. Nos anos 1930, tinha como chefe de pastelaria Carlos Koeler, fundador da Confeitaria Colombo do Rio.
Nos anos 1950, a Cometa passou para o sr. Ewaldo Gastão Mehl que a dirigiu até a sua morte. Após, a Confeitaria Cometa continuou funcionado sob administração do filho Herley Mehl, e do seu irmão Ary Mathias, porém, devido à carreira profissional diversa, de ambos, a família vendeu-a a um empresário. Pouco tempo depois, ele recebeu uma oferta de compra por parte do Gerente Mário em sociedade com os garçons Bepe e Adelino.
A Confeitaria Cometa ficou famosa por servir empadinhas de massa podre, massa tão fina que esfarelava, e o conhecido Especial, um sanduíche dividido em quatro partes, recheado com pernil bem condimentado.
Conforme a jornalista Malu Maranhão, a Confeitaria Cometa "era freqüentada por jornalistas e intelectuais, e tinha seus horários de maior freqüência na hora do almoço e no final da tarde. Os fregueses costumavam comer a empadinha e o Especial acompanhados de chope, para depois terminar com uma coalhada na Confeitaria Schaffer."
Para o publicitário João José Werzbitzki: "O Cometa era um super bar. Era grande e vivia cheio. Todos os dias meu pai (o conhecido Onha, proprietário do Restaurante Onha) saía da copiadora às 17h30, 18 horas e passava ali. Pedia uma empadinha, tomava uma cerveja, comia um sanduíche de pernil com queijo derretido e picles, com pão de forma torradinho ...".
O jornalista Luís Alfredo Malucelli escreveu: "E tinha as Confeitarias que a gente freqüentava muito como radialista e jornalista. Depois que a gente saía do trabalho, freqüentava muito a Cometa. Lá se comia um espetinho de minhom com bacon que era uma delícia!".
Para o jornalista Vinícius Coelho: "O Bar Cometa foi um dos mais famosos da época. Depois, quando o Mehl vendeu a Cometa para três de seus garçons - Bepe, Adelino e Mário - passou a ser mais restaurante.
Paulo Roberto Marins, em suas recordações sobre a noite de Curitiba, entre 1956 e 1992, teceu algumas considerações sobre o Bar Cometa, relativas a duas épocas: "Presunto, queijo, picles, pernil, verde, pão de forma. Ao forno. Está pronto o sanduíche. Mister Sandwich, mais uma solução para o Brasil. O garçom Jorge Marlle lépido, dança, literalmente dança entre as mesas, entre um pedido e outro. O bar está cheio. Mais um gole de retórica, mais um chute do Demétrio Shetalla, cerveja, chope, bebida para todos os gostos, nas entranhas da rua XV, mais de 50 mesas, o grande balcão do lado esquerdo e ao fundo, no espaço mais amplo, os sanitários e a cozinha (Marins, Bar Cometa, rua XV, 1962)."
Ainda, segundo Marins, "O Bar Cometa, é dirigido agora pelos seus ex-garçons Bepe e Adelino, e Mário, o gerente. Ainda serve cerveja. Também é ponto de encontro de jornalistas, fotógrafos, artistas, estudantes. Cabeças que, mesmo com rumos diferentes, se encontram aqui. As vezes, não há lugar para sentar naquela imensidão de bar. Uma noite, com todo o movimento, o bar foi assaltado por profissionais e a freguesia também sofreu as conseqüências. Nessa noite ninguém pagou a conta [...] Não se sabe por que, em seguida, o bar passou a não servir mais cerveja. Só chope. O movimento caiu e nunca mais foi o mesmo (Marins, Bar Cometa, 1977)".
Em oito de novembro de 1991, depois de mais de meio século de atividade, a Confeitaria Cometa cerrou suas portas, deixando o lugar para instalação de uma loja de sapatos.
Paulo Grani
Nenhum comentário:
Postar um comentário