CONHECENDO A ESCOLA DE REFORMA DE CURITIBA
Em 30 de outubro de 1926, o então presidente de Estado da Província do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, inaugura o Centro de Mendicância São Vicente de Paulo, conhecido hoje como Asilo São Vicente de Paulo de Curitiba.
CONHECENDO A ESCOLA DE REFORMA DE CURITIBA
Em 30 de outubro de 1926, o então presidente de Estado da Província do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, inaugura o Centro de Mendicância São Vicente de Paulo, conhecido hoje como Asilo São Vicente de Paulo de Curitiba. Com capacidade para acolher até 160 moradoras, a entidade serve como exemplo no cuidado da pessoa idosa.
Quando foi fundado, o Asilo funcionava como Centro de Mendicância, atendendo simultaneamente crianças, jovens, adultos e idosos de ambos os sexos. Em alguns períodos, mais de 400 pessoas residiram no local.
Em 1951, os relatórios governamentais descreviam que "as crianças e adolescentes órfãs ou em abandono moral, com idade de 5 a 17 anos, eram internadas diretamente no Abrigo de Menores do Portão, com exceção ao caso das menores encaminhadas pelo juizado de menores, as quais eram direcionadas para a 'Escola de Reforma'."
A Escola de Reforma, cujo termo queria indicar um caráter de reformatório, foi criada às pressas para separar essas meninas enviadas pelo juizado de menores, daquelas outras que já estavam abrigadas no Portão. Devido ao caráter emergencial, essas últimas foram abrigadas nos porões do prédio do Asilo São Vicente de Paulo, como veremos adiante.
Nos relatórios da Secretaria de Negócios do Trabalho e Assistência Social do Paraná sobre a Escola de Reforma, constam, "funciona no mesmo prédio do 'Asilo São Vicente de Paulo'. Infelizmente, a parte do prédio a ela destinada, é situada nos porões do edifício, 'em local de área, e iluminação deficientes', Sua capacidade normal é de 60 alunos, porém, abriga mais de 100 menores." (*1).
Em 1950, o governo do Paraná apresentou relatório da SVOP, do Departamento de Edificações constando estar em construção um "Pavilhão para o Asilo São Vicente de Paulo", cuja edificação (foto 4) passaria a abrigar as meninas da Escola da Reforma.
Em janeiro de 1951, a Escola de Reforma já possuía 90 meninas matriculadas, oriundas do exercício de 1950. Relatórios do governo apontam que após o início do ano letivo a escola recebeu 88 novas alunas e que até dezembro teve 86 alunas que desligaram-se, demonstrando uma grande circulação de meninas.
Apesar de o governo haver criado a instituição como uma escola, nela não havia estrutura e um projeto pedagógico que garantisse escolarizar essas meninas. A maioria tinha a sua rotina permeada por fugas da instituição e da casa das famílias que solicitavam menores.
Em 1952, o governador do Estado admite que “apesar dos esforços e da dedicação das Assistentes Sociais destacadas para orientar tecnicamente a Obra; apesar da grandeza dos atributos morais e do desempenho decidido das religiosas administradoras do Estabelecimento, nem sempre tem sido atingido o melhor resultado na recuperação das menores aí internadas” (*2)
O motivo dos desligamentos das crianças e adolescentes não era identificado formalmente. Apesar de alguns textos citarem fugas, provavelmente outros motivos notórios ocorreram, tais como: colocação familiar, indisciplina, gestação, núpcias ou maioridade.
*1 - (PARANÁ, 1951b, p. 57); *2 - (PARANÁ, 1952, p. 276-277).
Paulo Grani
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