sexta-feira, 15 de abril de 2022

Nesta foto de 07/09/1946, os alunos do Colégio Santa Maria, de Curitiba, desfilam no dia da Independência do Brasil com seus uniformes de gala, tendo ao lado um padre paramentado com seu hábito preto e colarinho branco, motivo pelo qual os clérigos da instituição foram apelidados de "Urubus do Papo Branco".

 Nesta foto de 07/09/1946, os alunos do Colégio Santa Maria, de Curitiba, desfilam no dia da Independência do Brasil com seus uniformes de gala, tendo ao lado um padre paramentado com seu hábito preto e colarinho branco, motivo pelo qual os clérigos da instituição foram apelidados de "Urubus do Papo Branco".


Pode ser uma imagem de 2 pessoasERAM CHAMADOS URUBUS DO PAPO BRANCO

Nesta foto de 07/09/1946, os alunos do Colégio Santa Maria, de Curitiba, desfilam no dia da Independência do Brasil com seus uniformes de gala, tendo ao lado um padre paramentado com seu hábito preto e colarinho branco, motivo pelo qual os clérigos da instituição foram apelidados de "Urubus do Papo Branco".

Pois bem, ao que tudo indica, eles não se incomodavam com o apelido e prosseguiam na sua sagrada missão de educadores, com a austeridade necessária.

Em certa ocasião, o padre Rubens, um dos professores do Colégio Santa Maria, estava ministrando uma aula que acabou com o seguinte desfecho:

"O Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do Paraná, Mansur, por volta de 1946/47, estudava no Colégio Santa Maria.

Naquela época, os "padres" ainda usavam batina preta com um peitilho branco. Por essa combinação de cores eram chamados "urubus de papo branco".

Mansur, filho de família abonada, vestia-se com elegância, desfilava com um Ford cupê 1946, enfim, era de fino trato. Uma de suas irmãs casou-se e o Mansur na véspera, foi ao salão Ferro, na rua XV de Novembro, deu um trato geral, inclusive poliu as unhas, como era moda na época.

Na segunda-feira, após o casamento, Mansur chegou ao Colégio ainda com os vestígios do "trato" da sexta. O "padre" da hora, irmão Rubens, chegado ao deboche, passou pelo Mansur, tirou uma "fina" das unhas do "turco" e subiu para o estrado onde ficava sua mesa.

Com ar superior, sem encarar ninguém em particular, afirmou, ante uma classe muda:
"Que eu saiba, quem pinta unhas é mulher!"

A sala parou de vez, a maioria sem saber do que se tratava. Só os vizinhos da carteira sabiam a quem se dirigia a ironia.

Mansur levantou-se calmamente, olhou para os dois lados, encarou o "irmão Rubens" e largou:
"E quem usa saia também..."

(Texto do escritor Luiz Alfredo Malucelli / Foto, Arquivo Gazeta do Povo)

Paulo Grani

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