VAPOR CRUZEIRO, O PRIMEIRO A SINGRAR O IGUAÇU
O vapor foi montado pela empresa A.G. Mattos & Cia. Ltda., medindo 17,60 metros de comprimento, 5,80 metros de largura e um calado de pouco menos de 0,50 metro. Era movido por duas rodas laterais com potência de dezoito cavalos-vapor.
O maquinismo datava de 1878 e fora comprado em 1882 no Rio de Janeiro. Sua capacidade de carga era de 800 arrôbas ou 12 toneladas e costumava rebocar uma grande lancha e cinco canoas, navegando 12 milhas por hora.
Chegou pelo Porto de Antonina, por mar, onde foi desmontado e subiu a Serra do Mar pela Estrada da Graciosa em onze carroções puxados por bois, sendo rebitado novamente às margens do Iguaçu; o próprio Cel. Amazonas permaneceu no Arsenal da Marinha no Rio de Janeiro aprendendo a técnica da rebitagem.
Com uma tripulação de cinco homens, gastava 66 metros cúbicos de lenha para a viagem de ida e volta entre Porto Amazonas e Porto da União. Tinha duas rodas laterais e a parte central abrigava o motor.
O Coronel Amazonas de Araújo Marcondes era filho de Francisco Inácio de Araújo Pimpão e de d. Maria Josefa de França. Seus estudos foram realizados em sua cidade natal Palmas, Castro e Palmeira. Em sua mocidade, alistou-se no exército como voluntário na Guerra do Paraguai e retornou do conflito, como sargento.
Seu pai era proprietário da fazenda "Cruzeiro", uma vasta propriedade em Palmas, que criava gado e cavalos, e como a distância entre a fazenda e a capital da provincia era grande, ocasionava a morosidade do reabastecimento de itens básicos para o negócio. Neste sentido, Amazonas viu uma oportunidade comercial e ajudar o seu pai em relação ao abastecimento e assim conseguiu em 1879 uma autorização imperial para explorar a navegação. No mesmo ano estabeleceu-se na margem esquerda do Rio Iguaçu, na região da atual cidade de União da Vitória, pois sua autorização permitia-lhe a exploração deste ponto até o porto de Caiacanga.
Inicialmente trabalhou com jangadas e canoas e em 1882 lançou sua primeira embarcação a vapor; o "Cruzeiro", em homenagem à fazenda do seu pai. Logo em seguida colocou na linha os vapores “Visconde de Guarapuava” e “Brasil”.
Com os serviços realizados em sua empresa de transporte fluvial, desenvolveu várias regiões à beira do Rio Iguaçu, bem como, o comércio e a indústria ervateira, e hoje é considerado o patriarca e fundador da cidade de Porto União da Vitória, desmembrada, anos depois, em União da Vitória e Porto União, e fundador da cidade de Porto Amazonas (antigo porto de Caiacanga) e que possui este nome em homenagem ao coronel.
(Fonte Prefeitura de Porto Amazonas/wikipedia / Foto: PMPA)
Paulo Grani.
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