quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Ponta Grossa – Sede do Jornal Diário dos Campos

 

Ponta Grossa – Sede do Jornal Diário dos Campos

A Sede do Jornal Diário dos Campos, em Ponta Grossa-PR, foi construída em 1930, em estilo eclético simplificado, que já flertava com o estilo Art. Decô.

COMPAC – Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa – PR
Nome Atribuído: Sede do Jornal Diário dos Campos
Localização: R. Santos Dumont, n° 739/747 – Ponta Grossa-PR
Processo: 14/2001

Descrição: Em 27 de abril de 1907, Jacob Holmann fundou “O Progresso”, jornal que a partir de 01de janeiro de 1913, já de propriedade da Companhia Tipográfica Ponta-grossense, passou a chamar-se “Diário dos Campos’. Esse Jornal se firmou ao longo da primeira metade do século XX, como principal órgão da imprensa local.

Em 1931, o jornal foi adquirido por José Hoffmann que também se tornou seu principal cronista, utilizando um discurso que identificava o jornal como porta-voz da verdade e indiferente a pressões políticas ou econômicas. Neste período, o “Diário dos campos” esteve instalado na casa onde anteriormente funcionava o comércio da família Hoffmann, na rua Dr. Collares.

Por meio de seus artigos José Hoffmann posicionava-se e difundia seus valores junto á população princesina. Lançava críticas a figuras da política local, isso era suficiente para provocar um embate entre o proprietário do “Diário” e alguns membros da elite.

Quando criticava os comunistas ou os integralistas mantinha em seus artigos uma mescla de cunho ideológico e passional, no que diz respeito ao seu público, esforçava-se para aproximá-lo a Igreja Católica, a ordem republicana, a civilidade e ao progresso.

O “Diário dos campos” trazia em suas páginas os artigos escritos, na maioria das vezes por José Hoffmann, anúncios diversos, propaganda de casas comerciais, bares e serviços de profissionais de mais variadas atividades. Os leitores também tinham espaços para opinar, reclamar ou criticar sobre acontecimentos locais.

Especificamente sobre Ponta Grossa abordava questões relativas á sociedade, aos esportes, às formas de lazer, ás manifestações culturais, aos casos de polícia e ao dia-a-dia da política também notícias nacionais e internacionais que chegavam por telégrafo. Possuía correspondente responsável pelas reportagens em várias cidades do interior.

O Diário dos Campos conquistou grande prestígio em Ponta Grossa bem como Campos gerais, relatando a história da cidade e de sua gente, contribuindo para a história da imprensa paranaense.

Em 1962, José Hoffmann vendeu o “Diário dos Campos” e sua sede foi transferida para o prédio situado a rua Santos Dumont n° 747 e 739 permanecendo ali por mais de 40 anos. Por isso a preservação do imóvel não se deve única e exclusivamente ao aspecto arquitetônico, mas á importância simbólica construída pelo “Diário dos Campos” na comunidade Ponta-Grossense. No ano de 1990, encerrou suas atividades, porém, retornou alguns anos depois, sob nova administração e em outro endereço.

Informações:
Jornal da Manhã, Ponta Grossa 01 de abril de 1955
Jornal da Manhã, Ponta Grossa 03 de abril de 1955
Jornal Diário dos Campos, Ponta Grossa 26 de novembro de 1963
Registro de imóveis – 2° Ofício, matrícula n° 17.086
SILVA, Adar de Oliveira e (org). Álbum de Ponta Grossa: gestão do Prefeito Albary Guimarães. Curityba: Impressora Paranaense, 1936.
Pesquisadora: Patrícia Silvestre
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Conta-nos a tradição, que os fazendeiros, se reuniram para decidir o local onde seria construída uma capela em devoção à Senhora de Sant’Ana e que também seria a sede do povoado. Como não chegavam a um acordo, pois cada um queria construí-la próximo a sua fazenda, decidiram então soltar um casal de pombos e, onde eles pousassem, ali seria construída uma capela, bem como seria a sede da Freguesia que estava nascendo.

Os pombos após voarem, pousaram em uma cruz que ficava ao lado de uma grande figueira no alto da colina. Problema resolvido, o local escolhido, todos ajudaram na construção de uma capela simples de madeira e, em sua volta a freguesia cresceu e se desenvolveu.

O povoamento: Ponta Grossa teve sua origem e seu povoamento ligado ao Caminho das Tropas. Porém, a primeira notícia de ocupação da nossa região, foi em 1704, quando Pedro Taques de Almeida requereu uma sesmaria no território paranaense. Foi seu filho José Góis de Morais e seus cunhados que vieram tomar posse das terras, trouxeram empregados e animais e fundaram currais para criar gado. Suas terras eram formadas pelas sesmarias do Rio Verde, Itaiacoca, Pitangui, Carambeí e São João, de onde surgiram as primeiras fazendas. Parte dessas terras José Góis de Morais doou aos padres jesuítas que construíram no local (Pitangui), a Capela de Santa Bárbara. Várias fazendas surgiram às margens do Caminho das Tropas. Os tropeiros durante suas viagens paravam para descansar e se alimentar em lugares que passaram a ser chamados de ranchos ou “pousos”. Desses pousos surgiram povoados, como Castro e Ponta Grossa. As fazendas contribuíram para o aumento da população, que levou ao surgimento do Bairro de Ponta Grossa, que pertencia a Castro. Com o crescimento do Bairro, os moradores começaram a lutar para a criação de uma freguesia, pois uma Freguesia tinha mais autonomia. Construíram então um altar na Casa de Telhas, aonde o vigário de Castro vinha de vez em quando rezar missas e também realizar casamentos e batizados.

O crescimento e desenvolvimento: Ponta Grossa foi elevada à Freguesia em 15 de setembro de 1823 e foi escolhido um local no alto de uma colina, perto do Caminho das Tropas para a construção de uma nova capela em homenagem à Senhora de Sant’Ana. Este local foi escolhido para ser a sede da Freguesia e em seu entorno passaram a ser construídas casas de moradia e de comércio. Esta colina é onde hoje se encontra a Catedral de Sant’Ana.

Em 1855, Ponta Grossa foi elevada à Vila e em 1862 à cidade. Cada vez mais pessoas aqui chegavam, sendo que a cidade cresce e se desenvolve, tornando-se a mais importante do interior do Paraná.

Foi com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro, que Ponta Grossa se tornou um grande centro comercial, cultural e social. A ferrovia transformou a cidade em um grande entroncamento, destacando-se na Região dos Campos Gerais e no Paraná. Isso fez com que inúmeras pessoas escolhessem o local para trabalhar, estudar e viver. Foi nesse momento que chegaram os imigrantes, que contribuíram para o crescimento cada vez maior da cidade.

Aqui se estabeleceram os ucranianos, os alemães, os poloneses, os italianos, os russos, os sírios e libaneses entre tantos outros, que contribuíram para o crescimento da cidade, bem como no desenvolvimento social, político, econômico e cultural de Ponta Grossa. Ponta Grossa se destacou no século XX, com muitas lojas de comércio, indústrias, escolas, cinemas, teatros, jornais, biblioteca, entre outros. Pode-se dizer que aquela pequena vila, surgida como pouso dos tropeiros, cresceu e se transformou em uma grande cidade.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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