quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Ponta Grossa – Sede da Vidraçaria Santana

 

Ponta Grossa – Sede da Vidraçaria Santana


O edifício da Sede da Vidraçaria Santana, em Ponta Grossa-PR, foi primeiro sobrado a ser construído na cidade, por volta de 1893.

COMPAC – Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa – PR
Nome Atribuído: Sede da Vidraçaria Santana
Localização: R. Vicente Machado, n° 15(5/11), esquina com R. Benjamin Constant – Ponta Grossa-PR
Processo: 24/2001

Descrição: Localizado na Rua Vicente Machado, no referido local está situado o imóvel em questão, que se trata do primeiro sobrado a ser construído em Ponta Grossa, por volta de 1893, sendo, portanto, de grande valor histórico. O casal Antônio e Ana Meneguim, Ambos italianos, chegaram à cidade no final do séc. XIX e foram moradores do imóvel. O imóvel faz parte de um conjunto de edificações que marcaram uma nova etapa no progresso da cidade. No aspecto social, o prédio merece destaque, pois também pertenceu a família Canto – Augusto Canto Júnior, cidadão que defendeu a ideia de preservar a identidade cultural e a memória de Ponta Grossa. Tombado em 2001.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: O primeiro nome da Avenida Vicente Machado, Rua do Comércio, já revelava a grande tendência do local em abrigar os mais conceituados estabelecimentos comerciais de Ponta Grossa, fato que se apresenta até os dias atuais, fazendo com que a Avenida seja uma das mais importantes da cidade.

No referido local está situado o imóvel em questão, que se trata do primeiro sobrado a ser construído em Ponta Grossa, por volta do ano de 1893, sendo, portanto, de grande valor histórico.

O casal, Antônio e Ana Maneguim, ambos italianos, chegaram na cidade no final do século XIX e foram moradores do imóvel. Umas de suas filhas, Angelina Meneguim, casou-se em 1900 com o Sr. Valério Ronk e tiveram uma filha nascida em 1921, chamada Lelita.

Seu avô, Antônio, possuía um armazém no térreo do prédio; e seu pai, Valério, era madeireiro, tinha uma serraria e beneficiava madeira á Rua XV de Novembro, mas a serraria sofreu um incêndio e ele adquiriu outra á Rua Marechal Deodoro.

A área em torno do imóvel foi de extrema importância para o desenvolvimento social e principalmente econômico de Ponta Grossa, pois nela foi instalada a estrada de Ferro, que fomentou a exploração, compra, venda, beneficiamento e o transporte da erva-mate e da madeira.

Pessoas vinham para a cidade, desembarcando na Estação, em busca de emprego, negócios, para fazer compras e visitar familiares, hospedando-se, muitas vezes em alguns hotéis e pensões. Uma das pensões localizava-se exatamente no prédio que foi o primeiro sobrado a Sr. construído em Ponta Grossa: era a Pensão da viúva Joanna Bauml.

O imóvel, portanto, faz parte de um conjunto de edificações que marcaram uma nova etapa no progresso da cidade, juntamente com a Estação de Cargas (Estação Arte); Estação Paraná (Casa da Memória); Hervateria Brasil (Magic Sound) e o Hospital 26 de Outubro, relatando o desenvolvimento urbano, social, econômico e cultural e fins do século XIX e início do século XX.

No aspecto social, o prédio merece destaque, pois pertenceu á família Canto – Augusto Canto Júnior, cidadão que defendeu a ideia de preservar a identidade cultural e a memória de Ponta Grossa. Filho de Augusto Canto, que foi fundador de vários empreendimentos na cidade, entre eles o primeiro cinema, “Cine Recreio” e a “Casa do Canto”, tradicional casa de sementes fundada em 1883, que revende para todo Brasil e permanece servindo a sociedade princesina há mais de um século.

Na década de 1990, com o falecimento de Augusto Canto Júnior, o imóvel foi herdadi por seus três filhos: Norma Canto Azevedo Bueno, Luiz Gonzaga Canto e Augusto Guilhermino Canto.

O prédio foi ocupado pela vidraçaria Santana, que foi fundada inicialmente á rua XV de Novembro, n° 106, no ano de 1933 pelo Sr. José Augusto Alves. Esta foi a primeira fábrica de espelhos do Estado do Paraná, ficando conhecida como fábrica de espelhos Santana.

No ano de 1950, o Sr. José Augusto Alves vendeu o estabelecimento para a família Moro, que administrou os negócios até 1970, quando a fábrica de espelhos foi vendida para o Sr. Arno Herbert Weis. A mudança para o local do imóvel, Avenida Vicente Machado esquina com a Rua Benjamin Constant ocorreu em 1972.

Informações: Acervo Casa da Memória Paraná
Entrevista com a Sr. Lelita, concedida a Isolde Maria Waldmann, em 20 de junho de 2001.
Registro de imóveis – 2° Ofício, matricula n° 17.931.
Registro de Alvarás de Licença da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, 1904 a 1908.
TRINDADE, José Pedro (org.). Albúm do Paraná. Curityba, 2 ed., vol. I, 1927.
Pesquisadora: Claudine Cavalli Fontoura e Sarita Polato
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município:  Conta-nos a tradição, que os fazendeiros, se reuniram para decidir o local onde seria construída uma capela em devoção à Senhora de Sant’Ana e que também seria a sede do povoado. Como não chegavam a um acordo, pois cada um queria construí-la próximo a sua fazenda, decidiram então soltar um casal de pombos e, onde eles pousassem, ali seria construída uma capela, bem como seria a sede da Freguesia que estava nascendo.

Os pombos após voarem, pousaram em uma cruz que ficava ao lado de uma grande figueira no alto da colina. Problema resolvido, o local escolhido, todos ajudaram na construção de uma capela simples de madeira e, em sua volta a freguesia cresceu e se desenvolveu.

O povoamento: Ponta Grossa teve sua origem e seu povoamento ligado ao Caminho das Tropas. Porém, a primeira notícia de ocupação da nossa região, foi em 1704, quando Pedro Taques de Almeida requereu uma sesmaria no território paranaense. Foi seu filho José Góis de Morais e seus cunhados que vieram tomar posse das terras, trouxeram empregados e animais e fundaram currais para criar gado. Suas terras eram formadas pelas sesmarias do Rio Verde, Itaiacoca, Pitangui, Carambeí e São João, de onde surgiram as primeiras fazendas. Parte dessas terras José Góis de Morais doou aos padres jesuítas que construíram no local (Pitangui), a Capela de Santa Bárbara. Várias fazendas surgiram às margens do Caminho das Tropas. Os tropeiros durante suas viagens paravam para descansar e se alimentar em lugares que passaram a ser chamados de ranchos ou “pousos”. Desses pousos surgiram povoados, como Castro e Ponta Grossa. As fazendas contribuíram para o aumento da população, que levou ao surgimento do Bairro de Ponta Grossa, que pertencia a Castro. Com o crescimento do Bairro, os moradores começaram a lutar para a criação de uma freguesia, pois uma Freguesia tinha mais autonomia. Construíram então um altar na Casa de Telhas, aonde o vigário de Castro vinha de vez em quando rezar missas e também realizar casamentos e batizados.

O crescimento e desenvolvimento: Ponta Grossa foi elevada à Freguesia em 15 de setembro de 1823 e foi escolhido um local no alto de uma colina, perto do Caminho das Tropas para a construção de uma nova capela em homenagem à Senhora de Sant’Ana. Este local foi escolhido para ser a sede da Freguesia e em seu entorno passaram a ser construídas casas de moradia e de comércio. Esta colina é onde hoje se encontra a Catedral de Sant’Ana.

Em 1855, Ponta Grossa foi elevada à Vila e em 1862 à cidade. Cada vez mais pessoas aqui chegavam, sendo que a cidade cresce e se desenvolve, tornando-se a mais importante do interior do Paraná.

Foi com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro, que Ponta Grossa se tornou um grande centro comercial, cultural e social. A ferrovia transformou a cidade em um grande entroncamento, destacando-se na Região dos Campos Gerais e no Paraná. Isso fez com que inúmeras pessoas escolhessem o local para trabalhar, estudar e viver. Foi nesse momento que chegaram os imigrantes, que contribuíram para o crescimento cada vez maior da cidade.

Aqui se estabeleceram os ucranianos, os alemães, os poloneses, os italianos, os russos, os sírios e libaneses entre tantos outros, que contribuíram para o crescimento da cidade, bem como no desenvolvimento social, político, econômico e cultural de Ponta Grossa. Ponta Grossa se destacou no século XX, com muitas lojas de comércio, indústrias, escolas, cinemas, teatros, jornais, biblioteca, entre outros. Pode-se dizer que aquela pequena vila, surgida como pouso dos tropeiros, cresceu e se transformou em uma grande cidade.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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