A FÁBRICA DA CRUSH EM CURITIBA
A FÁBRICA DA CRUSH EM CURITIBA
A propaganda citava que a "deliciosa laranjada especial Crush vem engarrafada com todos os requisitos técnicos e de higiene. Esse produto conhecido nu mundo inteiro é feito à base de laranjas brasileiras e outras matérias primas também brasileiras.
O serviço de montagem da maquinaria moderna foi executado por uma turma de operários sob o comando técnico do sr. Graciliano Correa Filho, vindo especialmente de Porto Alegre para assumir os trabalhos de montagem e manutenção das máquinas.
Apesar de ser um trabalho eminentemente técnico e especializado, os operários assimilaram perfeitamente os ensinamentos, e dominam completamente os mais difíceis serviços da produção."
Assim, rapidamente os curitibanos e moradores das cidades circunvizinhas tomaram contato com a deliciosa laranjada que caiu rapidamente no gosto popular.
Seu proprietário, o sr. João Barão, homem experimente no trato empresarial, logo colocou a marca Crush nos melhores estabelecimentos comerciais da cidade, nas escolas, cinemas, bares e nos parques de lazer da cidade.
A laranjada Crush, tornou-se a companheira das festinhas de aniversário, ou daquela reunião de colegas de sala de aula pra fazer a lição de casa ou, ainda, o refrigerante a acompanhar os almoços dos domingos das famílias com mais condição financeira. Não dava pra beber todo dia, mas, quando rolava, era um acontecimento pra deixar saudades.
Poucas semanas depois do lançamento, o Jornal Paraná Desportivo, de 24/12/1958, veiculava propaganda natalina da Crush, com o seguinte chamamento: "Crush do Paraná -santa Catarina S/A, agradece ao distinto público ..., a preferência dada ao seu refrigerante "Crush", desde o seu recente lançamento, oportunidade que aproveita para apresentar-lhes os seus votos de 'Boas Festas de Natal e Próspero Ano Novo' - João B. Montana, Diretor Presidente e João Barão, Diretor Superintendente - Curitiba, Natal de 1958 ..."
O Parque do Lago Azul, no bairro Umbará, foi um dos grandes consumidores da Crush. conforme veremos adiante o depoimento da sra. Angelina Filomela Zonta:
"Certo dia, a família recebeu a visita de um parente, ligado à fábrica de refrigerantes Crush. Abismado com o grande número de visitantes que o local atraía, mesmo com a estrutura defasada, propôs ajudar: “Ele chegou, assim, e disse: meu Deus, toda essa gente. Olha, agora não tem uma bebida aqui, não tem nada pra vender. Vocês não querem que eu dê uma mão? (...) Daí começou a ajudar. Vendiam um caminhão de Crush por domingo. Chegava cheio, vendiam tudo. Eles ficaram dez anos, a Crush ficou lá. Patrocinando, e ela pagava um aluguelzinho para nós”. [...]
O parque não era desfrutado apenas por famílias e amigos que se reuniam para um piquenique de fim de semana. Encontros de empresas e festividades de grupos maiores também encontravam ali o espaço ideal. Por um bom tempo, os funcionários da Crush, no Paraná, ali realizaram confraternizações; diversas outras empresas da cidade faziam o mesmo. Ademir Zonta relata: “No domingo não cabia carro lá dentro [do parque]. A Crush quando estava lá [período em que comercializou bebidas no local] fazia festas. No dia 1º de maio dava almoço para todos os empregados da firma. Então, [os caminhões] vinham desfilando... Era a coisa mais linda! [...] "
Paulo Grani
A fábrica à rua Marquês do Paraná nº 1177, no bairro Portão.
Foto: Autor desconhecido.
Foto: Autor desconhecido.
Caminhão de entregas da Crush em Curitiba.
Foto: Autor desconhecido.
Foto: Autor desconhecido.
Publicidade da Crush nos pedalinho do Passeio Público, anos 1960.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo.
Pintura publicitária do Parque do Lago Azul, feita pela Crush em 1962.
Foto: Acervo Angelina Filomena Zonta.
Foto: Acervo Angelina Filomena Zonta.
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