quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Entre 1870 e 1930, época do auge da atividade madeireira no estado, se destacaram em Araucária as serraria de Pedro Hey, Emílio Voss, Albino Suckow, João Sperandio, Teolindo Ferreira, Pedro Pizzatto, Emílio Vargas e Ernesto Buchmann.

 Entre 1870 e 1930, época do auge da atividade madeireira no estado, se destacaram em Araucária as serraria de Pedro Hey, Emílio Voss, Albino Suckow, João Sperandio, Teolindo Ferreira, Pedro Pizzatto, Emílio Vargas e Ernesto Buchmann.

Araucária e sua estrutura em madeira
As habitações com estruturas de madeira já eram utilizadas desde a pré-história e em muitas partes do mundo foram substituídas pelas pedras e peças de olaria já no início da idade antiga. Na Mesopotâmia e na Roma Antiga se utilizavam tijolos, enquanto egípcios, maias e chineses utilizavam em construções as pedras. Nas regiões mais ao norte, porém, onde as florestas de coníferas eram mais abundantes, as construções com madeira tornaram-se culturais. No Japão os mais antigos templos budistas eram construídos em madeira maciça, na Polônia ainda existem as milenares casas de pesados troncos encaixados sem a utilização de pregos, no Canadá ainda utiliza-se madeira para a estrutura de casas, e nos Estados Unidos a maioria das casas ainda são feitas em
madeira e paredes de compensado.
No Brasil colonial as primeiras casas eram feitas de taipa – mistura de madeira e barro, substituídas com o tempo pelas de alvenaria. Embora tenham nomes de árvores, o Brasil e Araucária colonizados por portugueses só viriam a mudar a concepção sobre casas de madeira com a vinda de imigrantes europeus de diversas origens e asiáticos, a partir da segunda metade do século XIX. Foi então que nas colônias do cinturão verde de Curitiba muita madeira precisou ser derrubada para dar lugar a estradas carroçáveis e lavouras, o que aqueceu o desenvolvimento de serrarias em Araucária. Quando os imigrantes poloneses chegaram, por exemplo, trouxeram a técnica da construção de casas com troncos encaixados – algumas ainda existentes - aproveitando a abundância do pinheiro araucária, mas a adaptação ao clima brasileiro possibilitou que adotassem as construções utilizando madeira serrada em tábuas e sarrafos. Os pinheiros eram de tal tamanho que com apenas um rendia madeira para construir quase que uma casa inteira.
Entre 1870 e 1930, época do auge da atividade madeireira no estado, se destacaram em Araucária as serraria de Pedro Hey, Emílio Voss, Albino Suckow, João Sperandio, Teolindo Ferreira, Pedro Pizzatto, Emílio Vargas e Ernesto Buchmann. Além de possibilitarem a primeira produção de energia elétrica do município com suas máquinas a vapor, as serrarias também viabilizaram a chegada do telefone, pois já na década de 1910 as maiores delas contavam com esse tipo de comunicação. Com a queda da produção madeireira pela diminuição de matéria prima, a partir da década de 1930, Araucária só voltaria a contar com linha telefônica na década de 1950.
Fato é que as casas construídas com madeira serrada se tornaram muito populares no Paraná, nos mais diversos estilos, mas, massivamente substituídas pelas de alvenaria, atualmente estão ficando cada vez mais difíceis de serem encontradas, configurando o estilo de uma época que ficou marcado na história de Araucária.
(Texto escrito por Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadoras)
(Legendas das fotografias:
1 - Serraria de Emilio Voss, localizava-se ao final da rua Cel. João Antônio Xavier, final do séc XIX. Coleção de Cecília Voss
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Serraria de Emilio Voss, que contava com um barco a vapor para fazer o transporte das toras. Coleção de Cecilia Voss
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
3 - Serraria de Ernesto Buchmann, década de 1920
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
4 - Serraria de João Sperandio, no Campo Redondo. Construída em 1896, funcionou até a década de 1960. Coleção da família Valentini
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
5 - Última casa feita em madeira remanescente na Avenida Victor Do Amaral, 2018
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)

Nenhuma descrição de foto disponível.
Serraria de Emilio Voss, localizava-se ao final da rua Cel. João Antônio Xavier, final do séc XIX. Coleção de Cecília Voss
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Serraria de Emilio Voss, que contava com um barco a vapor para fazer o transporte das toras. Coleção de Cecilia Voss
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Serraria de Ernesto Buchmann, década de 1920
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

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Serraria de João Sperandio, no Campo Redondo. Construída em 1896, funcionou até a década de 1960. Coleção da família Valentini
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

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Última casa feita em madeira remanescente na Avenida Victor Do Amaral, 2018
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

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