Histórias Curitiba - A freira
Histórias Curitiba - A freira
A freira
Valêncio Xavier
Curitiba sempre teve senhoras ou senhoras de bom caráter que dedicaram suas vidas para levar alegria e prazeres aos homens que aqui vivem.
Algumas instalaram-se com seus alunos em estabelecimentos comerciais, entre estes podemos citar a Uda, a Frida, a Otília e a Etelvina, que ainda hoje conserva sua casa verde em Westphalen, entre André de Barros e Visconde de Guarapuava.
Outros, porém, amantes da natureza certamente preferem usar seus bons ofícios nas ruas arborizadas de nossa cidade ecológica.
Entre estes poderíamos citar aquele francês que, nos anos sessenta, exercia o seu ofício apenas em automóveis ou escritórios, sempre em horário comercial
O marido dela, um cara de meia idade com máfia e sempre de óculos escuros, não importava quem fizesse o sol, seguia logo atrás.
disseram que ela estava economizando dinheiro para que eles pudessem voltar para a França e fazer um filme, que pelo volume de atividade seria um sucesso de público com certeza.
Como o cinema é uma profissão que exige sacrifícios acreditem ser verdade o que disseram sobre esse francês que fez época em Curitiba.
Diga-se de passagem que a habilidade daquele francês era a especialidade da casa de Otília, praticada por todos os seus discípulos, embora sem o domínio do francês.
Mas queremos falar é que a Lygia também exerceu seu mestiere pelas ruas de Curitiba, na década de sessenta.
Lygia deixou claro que a cor da pele glabra lisonjeia caracterizando a pele de pessoas que passam a vida em convento, ou estabelecimento semelhante.
exaltar a pele sem nenhum odor profano, apenas o cheiro da santidade.
Mas não foi pela cor da pele nem pelo cheiro que veio o apelido de freira.
disse e digo nunca digo porque provou acabou de ouvir .
disse que Clark tinha sido enfermeiro e não satisfeito com os baixos salários e os sacrifícios dessa profissão, resolveu adotar a profissão mais antiga para viver.
Arrumou, talvez no hospital onde cumpria o hábito de freira e lançou-se ao mundo.
procurava escritórios e apartamentos sabia onde encontrar homens ricos sozinhos.
Como começar pedindo doações para entidade beneficente.
E conversa vai falar vem, ficando difícil de ser entregue dizendo na primeira vez.
É claro que a doação foi maior que foi pedida pela via comum: Que homem não pagaria horrores e depois se vangloriaria com os amigos para que uma bela freira se desviasse dos caminhos de Deus?
E acho que mesmo quem não podia ser freira dela, topava de qualquer jeito pela graça da coisa.
disse que freira parou tudo, até mudou de vida e de cidade, após um trágico encontro com um padre que buscava à paisana a noite curitibana a vida eterna.
Mas essa é outra história que não vou contar agora.
Valêncio Xavier é escritor e produtor de TV.
A freira
Valêncio Xavier
Curitiba sempre teve senhoras ou senhoras de bom caráter que dedicaram suas vidas para levar alegria e prazeres aos homens que aqui vivem.
Algumas instalaram-se com seus alunos em estabelecimentos comerciais, entre estes podemos citar a Uda, a Frida, a Otília e a Etelvina, que ainda hoje conserva sua casa verde em Westphalen, entre André de Barros e Visconde de Guarapuava.
Outros, porém, amantes da natureza certamente preferem usar seus bons ofícios nas ruas arborizadas de nossa cidade ecológica.
Entre estes poderíamos citar aquele francês que, nos anos sessenta, exercia o seu ofício apenas em automóveis ou escritórios, sempre em horário comercial
O marido dela, um cara de meia idade com máfia e sempre de óculos escuros, não importava quem fizesse o sol, seguia logo atrás.
disseram que ela estava economizando dinheiro para que eles pudessem voltar para a França e fazer um filme, que pelo volume de atividade seria um sucesso de público com certeza.
Como o cinema é uma profissão que exige sacrifícios acreditem ser verdade o que disseram sobre esse francês que fez época em Curitiba.
Diga-se de passagem que a habilidade daquele francês era a especialidade da casa de Otília, praticada por todos os seus discípulos, embora sem o domínio do francês.
Mas queremos falar é que a Lygia também exerceu seu mestiere pelas ruas de Curitiba, na década de sessenta.
Lygia deixou claro que a cor da pele glabra lisonjeia caracterizando a pele de pessoas que passam a vida em convento, ou estabelecimento semelhante.
exaltar a pele sem nenhum odor profano, apenas o cheiro da santidade.
Mas não foi pela cor da pele nem pelo cheiro que veio o apelido de freira.
disse e digo nunca digo porque provou acabou de ouvir .
disse que Clark tinha sido enfermeiro e não satisfeito com os baixos salários e os sacrifícios dessa profissão, resolveu adotar a profissão mais antiga para viver.
Arrumou, talvez no hospital onde cumpria o hábito de freira e lançou-se ao mundo.
procurava escritórios e apartamentos sabia onde encontrar homens ricos sozinhos.
Como começar pedindo doações para entidade beneficente.
E conversa vai falar vem, ficando difícil de ser entregue dizendo na primeira vez.
É claro que a doação foi maior que foi pedida pela via comum: Que homem não pagaria horrores e depois se vangloriaria com os amigos para que uma bela freira se desviasse dos caminhos de Deus?
E acho que mesmo quem não podia ser freira dela, topava de qualquer jeito pela graça da coisa.
disse que freira parou tudo, até mudou de vida e de cidade, após um trágico encontro com um padre que buscava à paisana a noite curitibana a vida eterna.
Mas essa é outra história que não vou contar agora.
Valêncio Xavier é escritor e produtor de TV.
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