segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Histórias Curitiba - Os anos rebeldes de Curitiba

Histórias Curitiba - Os anos rebeldes de Curitiba

Histórias Curitiba - Os anos rebeldes de Curitiba
Curitiba Anos rebeldes
Antonio Freitas
Março de 1967.
O presidente Costa e Silva tinha apenas três dias e os estudantes de Curitiba já faziam manifestação de protesto, exigindo que o novo general-presidente voltasse, de pijama, para casa.
A repressão andou branda e conseguiu reunir uma pequena multidão numa noite fria, u-sando o balcão da Biblioteca Pública e o apoio de um antigo espólio da UPE, que fornecia o som e a energia à única lâmpada disponível.
Cercando a todos, a polícia paranaense veio “manter a ordem” e claro, fotografando palestrantes e participantes da manifestação.
foi meu primeiro contato com os anos rebeldes da política estudantil.
Recém eleito presidente do diretório da "Direita Católica", escola considerada conservadora, esse foi meu primeiro ato público de protesto.
preparou um discurso em defesa dos princípios da UNE, aprovado às escondidas e publicado com ousadia pela editora da revista Civilização Brasileira, o que exatamente foi apreendido ao sair das bancas.
No dia seguinte, em depoimento no DOPS, fui obrigado a explicar como e onde ele teve acesso às ideias perigosas da UNE.
"Na prateleira da livraria Ghignone", respondi.
"Tinha que estar certo", respondeu o oficial.
E nada mais disse.
anos rebeldes Mas nem sempre passaram tão silenciosamente.
As marchas de Al-5 sucederam-se, sob crescente ameaça de repressão, que finalmente ocorreu com a libertação de Al-5.
Felizmente, meu mandato no diretório havia terminado e eu já tentava ganhar a vida como repórter de jornal.
O chefe da agência, considerando minha experiência anterior, me fez cobrir o movimento estudantil, especificamente o primeiro comício pós-AI

5. Todos sentiram que comer pau primeiro, mas não podiam imaginar como.

Os alunos, tensos, desciam a rua XV 1º de novembro e eu pensava: Que bom ser repórter-downs, e se vier o pau, mostre minha carteira de identidade e saia pela direita (é mais seguro).
A Polícia Militar de Choque veio a cavalo, armada com cassetetes tamanho família.

Um verdadeiro massacre, onde cada um se refugiou onde pôde.
A carteira de identidade não servia para nada.

Após a "batalha", os alunos voltaram a se encontrar na Casa do Estudante, onde foram localizados pela polícia.
E fui à matéria escrita do papel, relatando, com franqueza, o ocorrido na rua XV.
No dia seguinte, sem ler meu jornal (pecado capital para um repórter), subi no carro e a história foi direto para o céu.
Quando o carro parou e tentou derrubar o jornal, me vi sob uma saraivada de garrafas e pedras enquanto o pessoal gritava das janelas: "E ele pega".
Eles gritavam por vingança e eu não entendia porque queriam se vingar de mim.

Mas logo descobri o motivo, lendo a "minha" história.
A censura (ou autocensura) alterou o texto a ponto de descrever o episódio assim: “Eram as escavações dos larianos da PM passeando placidamente pela rua XV quando foram atacados por estudantes armados.
Pelo menos foi essa a impressão de quem leu o material.

então decidiu transferir para a nossa economia.
Teve pressentimentos do “milagre” e os assuntos econômicos ganharam importância crescente.
Não por coincidência, desapareceu das páginas dos jornais de notícias políticas.

As manifestações, o comício da Biblioteca Pública, ficaram apenas na memória, pois entraram em campo craques Pelé, Tostão, Rivelino e Delfim Neto.
Antonio Freitas é publicitário.

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