Histórias Curitiba - Rua do Milagre Cruz Machado
Histórias Curitiba - Rua do Milagre Cruz Machado
Rua do Milagre Cruz Machado
Adherbal Fortes de Sá Jr.
Milagre do tempo aí.
Deus parece preferir o dia incerto, o tempo aflito a esquina sem paz.
foi em Campos Salles, que corre do bairro até o centro com a velocidade do desespero.
Na hora do meio-dia, 1.458 carros e ônibus estão rugindo em sua pressa.
Tente imaginar a cena, leitor: a rua Mauá, investe, pálida e ofegante, o Jardim Social Opcional e por Campos Salles, zune Monza genial.
Batem e a janela do carro, voa uma criança em um bebê-conforto parece alado.
Dez metros à frente, pousa suavemente - sumaúma ou pena de pássaro?
Bebê sorri e faz gugu gostar de brincar com o avô.
Nem um arranhão.
Milagres Anjo da Guarda proclama o devoto que dirige a igreja do Perpétuo Socorro.
Um silenciosamente discorda do milagre de Deus.
Ele pessoalmente.
Quem mais tem a velocidade da luz, braço longo e forte, a onipresença?
O baixinho se entusiasma:
- Aleluia!
Deus começa a simpatizar conosco!
protestos.
Alguém disse que Deus aflige os cu-ritibanos há pelo menos 30 anos quando impediu a matança na Rua Cruz Machado.
era uma rua feliz, daquelas com asfalto, buracos e crianças.
Estreito para homenagear a herança portuguesa.
Galos barulhentos, gatos, cachorros - e mães chamando seus filhos que jogavam futebol no campo de futebol em frente.
Um dia, construiu um grande prédio que era o campo de futebol.
apelidado de Em unidades habitacionais, JK - janela e kitch-nette.
passaram a habitá-los estudantes, aposentados pobres (hoje redundantes), bancários e moças que vivem sabe-o-que-fazem.
Lá embaixo, a mercearia Paulo Goulart, que relutava em ser global, uma farmácia, um bar pesado.
Edifício São Paulo, sinal de deterioração daquele pedaço da cidade.
sinal sutil que poucos notaram.
No sábado, a atmosfera ferveu além da conta.
tinha uma bebida e anfetamina custo absolutamente acessível.
4h00 chegaram os distintos habitues de Marrocos, bocas de Luigi a não ser listadas.
A carne na grelha reforçou a cortina de fumaça.
Uns comiam e iam adiante, “casais formados agitados naquela noite”.
Outros foram discutir um assunto que não era isso, foi pretexto para encrenca, vai surpreender qualquer um.
Eles baixaram a porta de aço, colocaram a droga mais forte.
Dez da manhã.
A rua em paz.
Reparecem as crianças vizinhas domingo.
aí um vagabundo sem sangue fugiu fu-Macinha e outro veio armado.
atirou seis vezes - e errou todas.
As balas deixaram marcas em prédios - e pelo menos duas passaram a centímetros da cabeça de um bebê.
Nedia Uma senhora veio correndo para abraçar a criança - tão segura quanto Moisés em sua cesta no rio naquela pequena cesta de papiro calafetada com betume e paz.
- Milagre do Anjo da Guarda!
A gravata do homem parou para explicar - isso há trinta anos, hein?
- Anjo da guarda que não aguenta bala 38.
E fazer à mãe uma pergunta que, na altura, fazia sentido:
- Não te sentes mais segura a viver, por exemplo, na Juveve?
Adherbal Fortes de Sá Jr. é jornalista.
Rua do Milagre Cruz Machado
Adherbal Fortes de Sá Jr.
Milagre do tempo aí.
Deus parece preferir o dia incerto, o tempo aflito a esquina sem paz.
foi em Campos Salles, que corre do bairro até o centro com a velocidade do desespero.
Na hora do meio-dia, 1.458 carros e ônibus estão rugindo em sua pressa.
Tente imaginar a cena, leitor: a rua Mauá, investe, pálida e ofegante, o Jardim Social Opcional e por Campos Salles, zune Monza genial.
Batem e a janela do carro, voa uma criança em um bebê-conforto parece alado.
Dez metros à frente, pousa suavemente - sumaúma ou pena de pássaro?
Bebê sorri e faz gugu gostar de brincar com o avô.
Nem um arranhão.
Milagres Anjo da Guarda proclama o devoto que dirige a igreja do Perpétuo Socorro.
Um silenciosamente discorda do milagre de Deus.
Ele pessoalmente.
Quem mais tem a velocidade da luz, braço longo e forte, a onipresença?
O baixinho se entusiasma:
- Aleluia!
Deus começa a simpatizar conosco!
protestos.
Alguém disse que Deus aflige os cu-ritibanos há pelo menos 30 anos quando impediu a matança na Rua Cruz Machado.
era uma rua feliz, daquelas com asfalto, buracos e crianças.
Estreito para homenagear a herança portuguesa.
Galos barulhentos, gatos, cachorros - e mães chamando seus filhos que jogavam futebol no campo de futebol em frente.
Um dia, construiu um grande prédio que era o campo de futebol.
apelidado de Em unidades habitacionais, JK - janela e kitch-nette.
passaram a habitá-los estudantes, aposentados pobres (hoje redundantes), bancários e moças que vivem sabe-o-que-fazem.
Lá embaixo, a mercearia Paulo Goulart, que relutava em ser global, uma farmácia, um bar pesado.
Edifício São Paulo, sinal de deterioração daquele pedaço da cidade.
sinal sutil que poucos notaram.
No sábado, a atmosfera ferveu além da conta.
tinha uma bebida e anfetamina custo absolutamente acessível.
4h00 chegaram os distintos habitues de Marrocos, bocas de Luigi a não ser listadas.
A carne na grelha reforçou a cortina de fumaça.
Uns comiam e iam adiante, “casais formados agitados naquela noite”.
Outros foram discutir um assunto que não era isso, foi pretexto para encrenca, vai surpreender qualquer um.
Eles baixaram a porta de aço, colocaram a droga mais forte.
Dez da manhã.
A rua em paz.
Reparecem as crianças vizinhas domingo.
aí um vagabundo sem sangue fugiu fu-Macinha e outro veio armado.
atirou seis vezes - e errou todas.
As balas deixaram marcas em prédios - e pelo menos duas passaram a centímetros da cabeça de um bebê.
Nedia Uma senhora veio correndo para abraçar a criança - tão segura quanto Moisés em sua cesta no rio naquela pequena cesta de papiro calafetada com betume e paz.
- Milagre do Anjo da Guarda!
A gravata do homem parou para explicar - isso há trinta anos, hein?
- Anjo da guarda que não aguenta bala 38.
E fazer à mãe uma pergunta que, na altura, fazia sentido:
- Não te sentes mais segura a viver, por exemplo, na Juveve?
Adherbal Fortes de Sá Jr. é jornalista.
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