Histórias de Curitiba - O Instituto de Educação
O Instituto de Educação
Denise Fernandes Goulart
Quando, algum tempo atrás, ouvi a notícia de que o Instituto de Educação do Paraná havia incendiado, comecei a chorar imediatamente.
No intervalo entre a manchete e a notícia completa, a emoção tomou conta, e junto com as lágrimas vieram milhões de lembranças.
Como num filme cm alta rotação, um pedaço de minha vida se desenrolou, tendo como cenário esta escola.
Primeiro, os professores ilustres: D. Iná, Prof.
Arthur, Prof.
Paca, D. 1 lonorata, Prof.
Aldo, D. Miracy, Prof.
Flávio, D. Maria Ester, D. Fanny, D. Clotilde (que delícia cantar no salão nobre) e tantos outros...
Cheiros, meus Deus! O do pãozinho d'água na cantina, com manteiga que se derretia e que só de vez em quando era possível comprar!
Descer pela escadaria principal, com seu tapete vermelho, nem pensar! Andar pelo hall de entrada, só em ocasiões excepcionais.
Para garantir as normas lá estavam as atentas inspetoras.
Quem por lá passou não deve ter esquecido de D. Vitalina.
Fumar escondido no banheiro, "gazetear"aulas para ir ao matinê, encontrar com o namorado na saída da aula (quantos sermões) e enrolar a saia do uniforme na cintura para ficar curtin-ha, bons tempos!
Suar frio em dia de "prova oral", ninguém escapava.
Sortear o ponto e passar pela banca examinadora (três professores), não dá para explicar o que se sentia...Sem falar no respeito que os professores inspiravam.
Respeito que não era quebrado nem mesmo pelos espíritos mais ousados e contestatórios.
A competição com o Colégio Estadual do Paraná era incrível! Havia disputa até entre os professores; dar aulas em um ou outro fazia parte do "curriculum vi-tae".
E o grupo de amigas? A mais próxima, Denise Rocha Novaes, a capacidade e a simplicidade numa só pessoa, coisa rara.
E os desfiles de 7 de setembro, data tão esperada, múltiplos ensaios...No dia, o uniforme limpo e bem passado, a gravata vermelha do ginásio e a azul marinho da escola normal, significava o coroamento de todo o orgulho que tínhamos por sermos do "Instituto"!
Nisto, um dos filhos interrompe o filme:
- Por que voce está chorando?
_ O Instituto pegou fogo!
- Ah! Só por isso?
Fiquei pensando, é a idade ou as escolas hoje em dia que não inspiram mais estes sentimentos?
Felizmente, foi um incêndio de menores proporções.
Quando vou ao centro da cidade ele está lá: sólido, inteiro, para mostrar que educação só se faz desta forma, com muito amor!
Denise Fernandes Goulart é pedagoga
Denise Fernandes Goulart
Quando, algum tempo atrás, ouvi a notícia de que o Instituto de Educação do Paraná havia incendiado, comecei a chorar imediatamente.
No intervalo entre a manchete e a notícia completa, a emoção tomou conta, e junto com as lágrimas vieram milhões de lembranças.
Como num filme cm alta rotação, um pedaço de minha vida se desenrolou, tendo como cenário esta escola.
Primeiro, os professores ilustres: D. Iná, Prof.
Arthur, Prof.
Paca, D. 1 lonorata, Prof.
Aldo, D. Miracy, Prof.
Flávio, D. Maria Ester, D. Fanny, D. Clotilde (que delícia cantar no salão nobre) e tantos outros...
Cheiros, meus Deus! O do pãozinho d'água na cantina, com manteiga que se derretia e que só de vez em quando era possível comprar!
Descer pela escadaria principal, com seu tapete vermelho, nem pensar! Andar pelo hall de entrada, só em ocasiões excepcionais.
Para garantir as normas lá estavam as atentas inspetoras.
Quem por lá passou não deve ter esquecido de D. Vitalina.
Fumar escondido no banheiro, "gazetear"aulas para ir ao matinê, encontrar com o namorado na saída da aula (quantos sermões) e enrolar a saia do uniforme na cintura para ficar curtin-ha, bons tempos!
Suar frio em dia de "prova oral", ninguém escapava.
Sortear o ponto e passar pela banca examinadora (três professores), não dá para explicar o que se sentia...Sem falar no respeito que os professores inspiravam.
Respeito que não era quebrado nem mesmo pelos espíritos mais ousados e contestatórios.
A competição com o Colégio Estadual do Paraná era incrível! Havia disputa até entre os professores; dar aulas em um ou outro fazia parte do "curriculum vi-tae".
E o grupo de amigas? A mais próxima, Denise Rocha Novaes, a capacidade e a simplicidade numa só pessoa, coisa rara.
E os desfiles de 7 de setembro, data tão esperada, múltiplos ensaios...No dia, o uniforme limpo e bem passado, a gravata vermelha do ginásio e a azul marinho da escola normal, significava o coroamento de todo o orgulho que tínhamos por sermos do "Instituto"!
Nisto, um dos filhos interrompe o filme:
- Por que voce está chorando?
_ O Instituto pegou fogo!
- Ah! Só por isso?
Fiquei pensando, é a idade ou as escolas hoje em dia que não inspiram mais estes sentimentos?
Felizmente, foi um incêndio de menores proporções.
Quando vou ao centro da cidade ele está lá: sólido, inteiro, para mostrar que educação só se faz desta forma, com muito amor!
Denise Fernandes Goulart é pedagoga
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