Histórias de Curitiba - Radiofônicas
Radiofônicas
Carneiro Neto
Iniciei no jornalismo esportivo em Ponta Grossa e, em 1965, vim para Curitiba, contratado como repórter da antiga Rádio Guairacá. No meu primeiro jogo, no estádio "Orestes Thá", o Ferroviário venceu o Água Verde por
2 a 0 e, ao final, fui ao vestiário fazer a cobertura da equipe derrotada.
Indaguei ao goleiro Anto-ninho como é que ele explicava os dois gols sofridos.
Suado, abatido, o goleiro foi sincero na análise: "No primeiro gol eu reconheço que falhei, mas o segundo foi cagada do Titure..."Titure formava com Ferramenta e Fonti a defesa do chamado time "hidro-esmeral-dino".
Na semana seguinte, fui escalado para cobrir o jogo Primavera e Átlético, no velho estádio "Loprete Frega", no Taboão.
Seria a primeira partida do técnico Adão Plínio da Silva no comando da Primavera.
Perguntei ao famoso treinador da época como é que se sentia no dia da estréia.
Bondoso, o Nego Adão chegou bem perto do microfone e respondeu revirando os olhos ao melhor estilo Carmem
Miranda: "Olha meu filho, quem estréia é circo, eu sou papai Ádão, O king Kong dos treinadores!"
Mais tarde, tornei-me narrador e não sofri mais com os desafios do frio, do calor e da chuva, que perseguem os repórteres de campo.
Em uma noite fria, daqueles junhos que fazia antigamente em Curitiba, transmitia um jogo do Coritiba com o Guarani, de Ponta Grossa, e o repórter Osiris Nadai substituía um nosso com-panheio, da Rádio Universo.
Da cabine, fiquei observando o Osiris, morrendo de frio atrás da meta.
Condoído, quis dar moral a ele, perguntando docilmente: "Está muito frio aí embaixo, meu caro Osiris?" Desligado, porém autêntico, e no ar, veio a resposta; um tremendo palavrão que explodiu o estádio em gargalhadas.
Munir Calluf, empresário e coxa-branca fanático, quis ser diretor do Coritiba mas acabou vetado por razões políticas.
Resolveu ir à fora bancando o time do Bri-tânia.
Contratou diversos craques e fez sucesso no campeonato.
Um dos jogadores que vieram foi o meia-cancha Wander Moreira, mais tarde árbitro de futebol.
Malandro como só ele, Wander fez diversas exigências para assinar o contrato e o jovem dirigente resolveu marcar um jantar para acertar todos os detalhes.
Reunidos no restaurante Ile de France, Munir estabeleceu as cifras com Wander e disse que viajaria no dia seguinte para São Paulo e na volta mandaria fazer o contrato. O jogador argumentou: "Olha seu Munir, não é por nada não, confio na sua palavra, porém não tem nada assinado e agora estou sem gravador..."Só começou a treinar na volta do dirigente, com contrato assinado.
Carneiro Neto é jornalista.
Carneiro Neto
Iniciei no jornalismo esportivo em Ponta Grossa e, em 1965, vim para Curitiba, contratado como repórter da antiga Rádio Guairacá. No meu primeiro jogo, no estádio "Orestes Thá", o Ferroviário venceu o Água Verde por
2 a 0 e, ao final, fui ao vestiário fazer a cobertura da equipe derrotada.
Indaguei ao goleiro Anto-ninho como é que ele explicava os dois gols sofridos.
Suado, abatido, o goleiro foi sincero na análise: "No primeiro gol eu reconheço que falhei, mas o segundo foi cagada do Titure..."Titure formava com Ferramenta e Fonti a defesa do chamado time "hidro-esmeral-dino".
Na semana seguinte, fui escalado para cobrir o jogo Primavera e Átlético, no velho estádio "Loprete Frega", no Taboão.
Seria a primeira partida do técnico Adão Plínio da Silva no comando da Primavera.
Perguntei ao famoso treinador da época como é que se sentia no dia da estréia.
Bondoso, o Nego Adão chegou bem perto do microfone e respondeu revirando os olhos ao melhor estilo Carmem
Miranda: "Olha meu filho, quem estréia é circo, eu sou papai Ádão, O king Kong dos treinadores!"
Mais tarde, tornei-me narrador e não sofri mais com os desafios do frio, do calor e da chuva, que perseguem os repórteres de campo.
Em uma noite fria, daqueles junhos que fazia antigamente em Curitiba, transmitia um jogo do Coritiba com o Guarani, de Ponta Grossa, e o repórter Osiris Nadai substituía um nosso com-panheio, da Rádio Universo.
Da cabine, fiquei observando o Osiris, morrendo de frio atrás da meta.
Condoído, quis dar moral a ele, perguntando docilmente: "Está muito frio aí embaixo, meu caro Osiris?" Desligado, porém autêntico, e no ar, veio a resposta; um tremendo palavrão que explodiu o estádio em gargalhadas.
Munir Calluf, empresário e coxa-branca fanático, quis ser diretor do Coritiba mas acabou vetado por razões políticas.
Resolveu ir à fora bancando o time do Bri-tânia.
Contratou diversos craques e fez sucesso no campeonato.
Um dos jogadores que vieram foi o meia-cancha Wander Moreira, mais tarde árbitro de futebol.
Malandro como só ele, Wander fez diversas exigências para assinar o contrato e o jovem dirigente resolveu marcar um jantar para acertar todos os detalhes.
Reunidos no restaurante Ile de France, Munir estabeleceu as cifras com Wander e disse que viajaria no dia seguinte para São Paulo e na volta mandaria fazer o contrato. O jogador argumentou: "Olha seu Munir, não é por nada não, confio na sua palavra, porém não tem nada assinado e agora estou sem gravador..."Só começou a treinar na volta do dirigente, com contrato assinado.
Carneiro Neto é jornalista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário