Rua Riachuelo
A rua liga a antiga prefeitura - atual Paço da Liberdade - até a Praça 19 de Dezembro
No ano de 1857, Curitiba tinha 12 vias importantes, pelas quais a população passava diariamente. Eram elas a Rua do Fogo, Rua Direita, Rua da Entrada, Rua da Carioca, Estrada da Marinha, Rua Fechada, Rua do Rosário, Rua do Nogueira, Rua das Flores, Rua do Comércio, Rua do Saldanha e Rua da Assembleia.
A antiga “Rua Carioca do Campo” é hoje a Riachuelo, que fica no centro da cidade e liga a antiga prefeitura – atual Paço da Liberdade – até a Praça 19 de Dezembro. Servia de ligação para o litoral do estado – na época “Província”. Além disso, ligava o Caminho da Marinha, como era conhecida a atual Av. João Gualberto, ao centro da cidade.
Ao longo da história, a via teve ainda mais denominações, como Rua Lisboa, Rua dos Veados e Rua do Campo. O “dom” para o comércio nasceu cedo na região, aproximadamente em 1850. Os principais comerciantes eram portugueses, que vendiam propriedades, ferragens e secos e molhados. Foi essa vocação que fez surgir um maior interesse da Prefeitura pela região. Com o fluxo de pedestres aumentando cada vez mais, a via foi pavimentada.
Em 1871, a via passou a se chamar Riachuelo, entre a Rua Direita e o Largo da Carioca. O nome é referente a uma lembrança da Batalha do Riachuelo, na Guerra do Paraguai. Nos anos seguintes, a proximidade com o Mercado Municipal da época; a inauguração da Estrada de Ferro, em 1885; e do Passeio Público, em 1886, deixaram a região ainda mais movimentada, definindo a Riachuelo como uma importante região comercial da cidade.
Com a inauguração dos bondes, em 1887, a rua começou a ter traços mais modernos. Posteriormente, a influência de imigrantes europeus também mudaria a cara da região, tornando-a “cosmopolita”. Na metade do século XX, uma nova mudança étnica aconteceu na região. Os sírios-libaneses começaram a comprar os estabelecimentos de italianos, alemães e portugueses, que começaram a se agrupar em regiões periféricas da cidade – como no caso do bairro italiano de Santa Felicidade.
Nos últimos 40 anos, a Riachuelo foi perdendo seu brilho. O descuido das autoridades, somadas a desvalorização dos imóveis, deixou a região abandonada. Uma revitalização se fazia cada vez mais necessária, e há poucos anos isso começou. As vias da região foram consertadas, as calçadas reconstruídas, a iluminação ampliada e a polícia voltou a frequentar mais a região. As ações ainda não trouxeram o glamour de tempos anteriores, mas já deram uma nova cara a região.
Alguns destaques da Rua: Palácio Riachuelo e o Relógio Centenário.
Referências:BOLETIM INFORMATIVO DA CASA ROMÁRIO MARTINS. Cores da Cidade: Riachuelo e Generoso Marques. Curitiba: FCC. 1996. 90p.HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.
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