Rua São Francisco
A via era chamada de "Rua do Fogo" e em 2013 foi restaurada
No ano de 1857, Curitiba tinha 12 vias importantes, pelas quais a população passava diariamente. Eram elas a Rua do Fogo, Rua Direita, Rua da Entrada, Rua da Carioca, Estrada da Marinha, Rua Fechada, Rua do Rosário, Rua do Nogueira, Rua das Flores, Rua do Comércio, Rua do Saldanha e Rua da Assembleia.
A longo da sua história a Rua São Francisco já se chamou Rua do Hospício; do Riachuelo; do Terço; e a mais antiga denominação – datada de 1786 – Rua do Fogo. O nome atual é de 1867.
O nome de Rua do Fogo não veio em vão. Antes de se tornar a tradicional São Francisco, a via tinha seu cenário marcado por uma legião de senhoras que se aproveitavam das pensões ou “casas de cômodo” próximas com o intuito de ganhar a vida através do que viria a ser chamado de lenocínio, ou mesmo, cafetinagem.
Por muito tempo a Rua do Fogo acabou esquecida dos projetos urbanos de Curitiba, causando uma debandada de comerciantes e moradores. A primeira grande preocupação aconteceu com a proibição de concessões para novas instalações na região, o que gerou a mudança das “profissionais” para a Rua Ratcliff, atual Westphalen.
As perturbações da Rua do Fogo não tiveram fim. Após pressão da Câmara e de políticos, a via passaria a se chamar Rua São Francisco, em homenagem ao das Chagas, e que no imaginário da época traria um conceito mais moral e de respeito ao local. Localizada no coração de Curitiba, a Rua São Francisco é uma das mais tradicionais e antigas da cidade. Atualmente, mesmo após uma revitalização recente, ainda é possível contemplar aspectos históricos como a antiga calçada e a argola usada para prender animais. Segundo Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba, esta argola se localiza em frente à antiga Ferraria dos Tod, estabelecimento que daria outra hipótese para o nome de Rua do Fogo em função do forno no local.
A revitalização recente da Rua São Francisco, além de preservar a história, trouxe importantes melhorias para a região. As calçadas foram alargadas, passando em um dos lados de 2 metros para cerca de 3,5 metros com implantação de placas de concreto de alta resistência na cor vermelha, e a iluminação pública ganhou o reforço de mais de 30 postes e arandelas com o intuito de destacar a fachada dos imóveis da região.
Referências:HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.
Nenhum comentário:
Postar um comentário