FÁBRICA DE MÓVEIS BIANCO, LUCAS & CIA.
fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado
segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
FÁBRICA DE MÓVEIS BIANCO, LUCAS & CIA.
Assim era a Avenida Guaíra — Atual Presidente Kennedy—Década de 40. E a imponente Casa Manoel Schier já marcava presença.
Assim era a Avenida Guaíra — Atual Presidente Kennedy—Década de 40. E a imponente Casa Manoel Schier já marcava presença.
A Residência dos Irmãos Franco Chaves: Um Fragmento Perdido da Arquitetura Familiar em Curitiba (1939)
Denominação inicial: Maria Helena, Roberto, Isabel e Regina Franco Chaves
Denominação atual:
Categoria (Uso): Residência
Subcategoria: Informações incompletas
Endereço: Rua Alferes Ângelo Sampaio
Número de pavimentos: 2
Área do pavimento:
Área Total:
Técnica/Material Construtivo: Alvenaria de Tijolos
Data do Projeto Arquitetônico: 23/5/1939
Alvará de Construção: Nº 3852/1939
Descrição:
Situação em 2012: Demolido
Imagens
1 - Corte, garagem e muro.
2 - Alvará de construção.
Referências:
1 - CHAVES, Eduardo Fernando. Projeto para residência de propriedade de Maria Helena, Roberto, Isabel e Regina Franco Chaves. Corte, garagem e muro apresentado em duas pranchas. Microfilme digitalizado.
2 - Alvará n.º 2767
Acervo: Arquivo Público Municipal de Curitiba; Prefeitura Municipal de Curitiba.
A Residência dos Irmãos Franco Chaves: Um Fragmento Perdido da Arquitetura Familiar em Curitiba (1939)
Projeto coletivo para quatro irmãos revela laços familiares e urbanos na Rua Alferes Ângelo Sampaio
Introdução
Em 23 de maio de 1939, o arquiteto Eduardo Fernando Chaves registrava um projeto incomum: uma residência destinada não a uma única pessoa, mas a quatro irmãos — Maria Helena, Roberto, Isabel e Regina Franco Chaves. Localizada na Rua Alferes Ângelo Sampaio, em Curitiba, a casa projetada em alvenaria de tijolos representava uma solução habitacional compartilhada, provavelmente pensada para preservar a unidade familiar em um contexto de crescimento urbano e mudanças sociais.
Infelizmente, a edificação não sobreviveu até os dias atuais. Demolida antes de 2012, deixou apenas vestígios documentais — entre eles, desenhos de corte, garagem e muro — que nos permitem entrever seu traçado e sua inserção no tecido urbano da época.
Ficha Técnica da Edificação
- Denominação inicial: Maria Helena, Roberto, Isabel e Regina Franco Chaves
- Denominação atual: Não atribuída (edificação demolida)
- Categoria de uso: Residência
- Subcategoria: Informações incompletas
- Endereço: Rua Alferes Ângelo Sampaio, Curitiba – PR
- Número de pavimentos: 2
- Área do pavimento: Não informada
- Área total: Não informada
- Técnica construtiva: Alvenaria de tijolos
- Data do projeto arquitetônico: 23 de maio de 1939
- Alvará de construção: nº 3852/1939 (embora uma referência mencione o nº 2767, o documento oficial vinculado ao projeto é o 3852)
- Situação em 2012: Demolido
Uma Casa para Quatro Donos: O Arranjo Familiar
O fato de quatro irmãos figurarem conjuntamente como proprietários de uma única residência é notável. Na Curitiba dos anos 1930, era comum que filhos permanecessem na casa dos pais após a maioridade, especialmente as filhas solteiras. No entanto, um projeto arquitetônico novo, encomendado coletivamente por irmãos — incluindo homens e mulheres — sugere uma decisão deliberada de viver juntos, talvez por razões econômicas, afetivas ou de cuidado mútuo.
A existência de dois pavimentos reforça a hipótese de uma ocupação multifamiliar ou de espaços distribuídos para garantir privacidade entre os moradores. A presença de garagem nos desenhos originais também indica certa modernidade: o automóvel, ainda um bem de luxo, já fazia parte da realidade de algumas famílias da classe média alta curitibana.
O Projeto e Seus Fragmentos
O acervo preservado contém apenas dois elementos gráficos:
- Desenhos de corte, garagem e muro (apresentados em duas pranchas)
- Cópia do alvará de construção nº 3852/1939
Embora incompleto — sem plantas dos pavimentos ou fachadas detalhadas —, esse material revela a intenção de integração entre a casa e o lote, com atenção aos elementos periféricos: muros de fechamento e área de estacionamento. Isso demonstra que, mesmo em residências particulares, o arquiteto considerava a relação entre edificação e espaço público.
A escolha da alvenaria de tijolos, padrão na produção de Chaves, reforça a busca por durabilidade e solidez — qualidades associadas à estabilidade social e familiar.
Desaparecimento e Ausência
A demolição da residência antes de 2012 representa a perda de mais um exemplar do patrimônio arquitetônico doméstico de Curitiba. Diferentemente de edifícios monumentais, casas como esta raramente são protegidas por lei, mesmo quando carregam histórias significativas sobre estruturas familiares, gênero e habitação coletiva.
A ausência de dados sobre a área construída e a planta completa dificulta uma análise mais aprofundada, mas não anula o valor simbólico do empreendimento: quatro irmãos, unidos não apenas pelo sangue, mas por um teto comum — um arranjo que desafia a narrativa convencional da casa nuclear e revela caminhos alternativos de convivência no espaço urbano.
Conclusão
A residência de Maria Helena, Roberto, Isabel e Regina Franco Chaves pode ter desaparecido fisicamente, mas sua existência documental nos convida a refletir sobre as múltiplas formas de habitar a cidade. Ela não era um palacete, nem uma casa de veraneio — era um lar construído para compartilhar, proteger e, possivelmente, resistir às pressões de um mundo em rápida transformação.
Seu legado, embora fragmentado, permanece nos arquivos como um lembrete: a história urbana de Curitiba também foi feita por famílias comuns, cujas escolhas cotidianas moldaram, silenciosamente, o rosto da cidade.
Fontes Consultadas
- CHAVES, Eduardo Fernando. Projeto para residência de propriedade de Maria Helena, Roberto, Isabel e Regina Franco Chaves. Corte, garagem e muro apresentados em duas pranchas. Microfilme digitalizado.
- Alvará de Construção nº 3852/1939. Prefeitura Municipal de Curitiba.
O Bangalô de Brasil da Rocha Filho: Uma Residência Econômica que Não Resistiu ao Tempo
Denominação inicial: Projéto de Bungalow para o Snr. Brasil da Rocha Filho
Denominação atual:
Categoria (Uso): Residência
Subcategoria: Residência Econômica
Endereço: Rua Campo Salles
Número de pavimentos: 1
Área do pavimento: 80,00 m²
Área Total: 80,00 m²
Técnica/Material Construtivo: Alvenaria de Tijolos
Data do Projeto Arquitetônico: 01/07/1935
Alvará de Construção: Nº 1325/1935
Descrição: Projeto Arquitetônico para construção de bangalô e Alvará de Construção.
Situação em 2012: Demolido
Imagens
1 - Projeto Arquitetônico.
2 - Alvará de Construção.
Referências:
1 – CHAVES, Eduardo Fernando. Projéto de Bungalow. Planta do pavimento térreo e de implantação; corte e fachada frontal apresentados em uma prancha. Microfilme digitalizado.
2 – Alvará n.º 1325
Acervo: Arquivo Público Municipal de Curitiba; Prefeitura Municipal de Curitiba.
O Bangalô de Brasil da Rocha Filho: Uma Residência Econômica que Não Resistiu ao Tempo
Projeto de 1935 na Rua Campo Salles, em Curitiba, ilustra as aspirações habitacionais da classe média emergente
Introdução
Em julho de 1935, o arquiteto Eduardo Fernando Chaves entregava um projeto modesto, mas cuidadosamente elaborado: um bangalô de 80 m² destinado ao senhor Brasil da Rocha Filho, na Rua Campo Salles, em Curitiba. Classificado como residência econômica, o imóvel representava uma solução habitacional acessível, funcional e moderna para famílias da classe média em expansão na capital paranaense.
Embora a edificação tenha sido demolida antes de 2012, seu projeto permanece como um documento valioso da arquitetura doméstica do período — um retrato das escolhas técnicas, sociais e urbanas de uma cidade em transformação.
Ficha Técnica da Edificação
- Denominação inicial: Projéto de Bungalow para o Snr. Brasil da Rocha Filho
- Denominação atual: Não atribuída (edificação demolida)
- Categoria de uso: Residência
- Subcategoria: Residência Econômica
- Endereço: Rua Campo Salles, Curitiba – PR
- Número de pavimentos: 1
- Área construída: 80,00 m²
- Técnica construtiva: Alvenaria de tijolos
- Data do projeto arquitetônico: 1º de julho de 1935
- Alvará de construção: nº 1325/1935
- Situação em 2012: Demolido
O Conceito do Bangalô na Curitiba dos Anos 1930
O termo “bangalô”, de origem anglo-indiana, foi amplamente adotado no Brasil a partir do início do século XX para designar casas térreas, de planta simples, com telhado inclinado e, muitas vezes, varanda frontal. Na Curitiba da década de 1930, o modelo tornou-se popular entre famílias de renda modesta a média, por oferecer boa ventilação, iluminação natural e custo de construção reduzido.
O projeto de Chaves para Brasil da Rocha Filho seguiu essas diretrizes. Em uma única prancha, apresentou:
- Planta do pavimento térreo
- Implantação no lote
- Corte transversal
- Fachada frontal
A distribuição interna era racional: provavelmente composta por sala, dois dormitórios, cozinha, banheiro e área de serviço — suficiente para uma família nuclear em ascensão social. A escolha da alvenaria de tijolos, embora mais cara que a madeira, indicava intenção de durabilidade e certo grau de estabilidade financeira do proprietário.
Brasil da Rocha Filho: Um Cidadão da Nova Curitiba
Pouco se sabe sobre a vida de Brasil da Rocha Filho, mas seu nome — comum na tradição republicana brasileira, que frequentemente homenageava o país em registros civis — sugere um cidadão integrado aos ideais da época: trabalho, família e progresso.
O fato de ter solicitado um projeto arquitetônico formal, acompanhado de alvará de construção nº 1325/1935, demonstra que estava inserido no sistema urbano regulamentado, distanciando-se das construções informais ainda comuns nas franjas da cidade. Ele era, muito provavelmente, um funcionário público, comerciante ou artesão em busca de um lar próprio — símbolo máximo de estabilidade naquele contexto.
Desaparecimento e Memória
Apesar de construído com tijolos e planejado com rigor técnico, o bangalô de Brasil da Rocha Filho não resistiu às pressões do tempo e da especulação imobiliária. Até 2012, já havia sido demolido, cedendo lugar, talvez, a um edifício mais denso ou a um estacionamento — destino comum a tantas residências econômicas do centro histórico.
Ainda assim, sua memória sobrevive nos documentos arquivísticos. O microfilme do projeto e o alvará original, preservados em acervos municipais, permitem reconstituir não apenas a forma da casa, mas também o modo de vida aspirado por milhares de curitibanos na primeira metade do século XX.
Conclusão
O bangalô de Brasil da Rocha Filho talvez nunca tenha chamado atenção por sua estética ou dimensões. Mas, como tantas outras residências econômicas de sua época, foi palco de vidas comuns: primeiros passos, refeições compartilhadas, planos para o futuro. Sua existência — embora breve — faz parte da trama urbana de Curitiba.
Sua demolição é um lembrete da fragilidade do patrimônio cotidiano. Por isso, projetos como o de Eduardo Fernando Chaves são mais do que plantas arquitetônicas: são testemunhos sociais, que nos ajudam a compreender quem morava, como vivia e o que sonhava a cidade de ontem — para que possamos pensar com mais cuidado a cidade de amanhã.
Fontes Consultadas
- CHAVES, Eduardo Fernando. Projéto de Bungalow. Planta do pavimento térreo e de implantação; corte e fachada frontal. Microfilme digitalizado.
- Alvará de Construção nº 1325/1935. Prefeitura Municipal de Curitiba.







