Denominação inicial: Projéto de Bungalow para o Snr. Carlos Moura de Vasconcellos
Denominação atual:
Categoria (Uso): Residência
Subcategoria: Residência Econômica
Endereço: Rua Campos Salles
Número de pavimentos: 1
Área do pavimento: 92,00 m²
Área Total: 92,00 m²
Técnica/Material Construtivo: Alvenaria de Tijolos
Data do Projeto Arquitetônico: 08/02/1935
Alvará de Construção: Nº 988/1935
Descrição: Projeto Arquitetônico para construção de bangalô e Alvará de Construção.
Situação em 2012: Existente
Imagens
1 - Projeto Arquitetônico.
2 - Alvará de Construção.
Referências:
1 – CHAVES, Eduardo Fernando. Projéto de Bungalow. Planta do pavimento térreo e de implantação; corte e fachada frontal apresentados em uma prancha. Microfilme digitalizado.
2 - Alvará n.º 988
1 - Projeto Arquitetônico.
2 - Alvará de Construção.
2 - Alvará de Construção.
2 - Alvará de Construção.
Acervo: Arquivo Público Municipal de Curitiba; Prefeitura Municipal de Curitiba.
O Bangalô do Senhor Carlos Moura de Vasconcellos: Uma Presença Viva na Rua Campos Sales
Denominação Inicial: Projéto de Bungalow para o Snr. Carlos Moura de Vasconcellos
Denominação Atual: Residência Econômica na Rua Campos Sales
Categoria (Uso): Residência
Subcategoria: Residência Econômica
Uma Casa que Resistiu ao Tempo
Enquanto muitas edificações do início do século XX desapareceram sob o avanço do concreto e da especulação imobiliária, o bangalô projetado para Carlos Moura de Vasconcellos permanece de pé — ainda existente em 2012, mais de 97 anos após seu projeto ser assinado. Localizado na Rua Campos Sales, no coração de Curitiba, esse modesto lar de 92,00 m² é um raro testemunho físico da arquitetura residencial econômica dos anos 1930 que sobreviveu à passagem do tempo.
Projetado em 8 de fevereiro de 1935 pelo arquiteto Eduardo Fernando Chaves, o bangalô foi concebido como uma solução habitacional prática, funcional e acessível — mas também com sensibilidade estética característica do estilo bangalô, então em voga nas cidades brasileiras.
Características Arquitetônicas: Simplicidade com Identidade
Erguido em alvenaria de tijolos — material durável e comum na época —, o bangalô de um único pavimento apresenta um programa espacial eficiente para as necessidades de uma família de classe média:
- Planta racional, com áreas bem definidas: sala de estar integrada à sala de jantar, cozinha, dois ou três quartos e sanitário;
- Fachada frontal marcada pelo beiral saliente, elemento típico do bangalô que protegia as janelas da chuva e do sol forte;
- Telhado de duas águas, com inclinação suave, coberto provavelmente por telhas cerâmicas;
- Implantação cuidadosa no lote, respeitando recuos e orientação solar.
O projeto completo, reunido em uma única prancha, inclui planta do pavimento térreo, planta de implantação, corte arquitetônico e fachada frontal — tudo com a clareza técnica e o traço limpo que marcaram o trabalho de Eduardo Fernando Chaves.
O Alvará de Construção nº 988/1935, emitido poucos dias após o projeto, atestou a conformidade da obra com as normas urbanísticas da época, selando a legalidade do empreendimento e, simbolicamente, a realização do sonho de um lar próprio.
Carlos Moura de Vasconcellos: O Homem por Trás da Casa
Embora sua biografia pessoal permaneça envolta em escassos registros públicos, o nome Carlos Moura de Vasconcellos carrega a nobreza de quem, em plena década de 1930 — marcada pela recuperação pós-Crash de 1929 e pelo crescimento urbano acelerado —, investiu em propriedade, estabilidade e pertencimento.
Seu sobrenome sugere raízes em famílias tradicionais do sul do Brasil, possivelmente ligadas à burocracia, ao comércio ou à pequena indústria. Ter encomendado um projeto arquitetônico — e não apenas uma construção informal — indica certo grau de instrução e valorização do espaço habitado.
Um Patrimônio Vivo na Rua Campos Sales
Diferentemente de outras residências econômicas da mesma época — como o bangalô de Henrique Piefert, demolido, ou a casa de madeira de Frederico Nemes, não localizada —, esta edificação ainda existe.
Mesmo que tenha sofrido modificações ao longo das décadas (pinturas renovadas, troca de esquadrias, acréscimos discretos), sua estrutura original provavelmente permanece, integrada ao tecido urbano do bairro São Francisco ou Mercês, regiões próximas à Rua Campos Sales.
Sua preservação — ainda que não oficialmente tombada — é um ato coletivo de memória: cada tijolo, cada telha, cada canto mantido é um gesto contra o esquecimento.
Valor Histórico e Urbano
Este bangalô não é apenas uma casa. É um documento construído da história social de Curitiba. Representa:
- A expansão residencial do centro da cidade nos anos 1930;
- A democratização da arquitetura projetada, antes restrita às elites;
- A transição entre técnicas construtivas, com a alvenaria substituindo progressivamente a madeira;
- E, sobretudo, a busca universal por um lugar chamado lar.
Documentação Preservada
- Imagem 1: Projeto Arquitetônico – planta, corte, fachada e implantação (microfilme digitalizado)
- Imagem 2: Alvará de Construção nº 988/1935
Referências:
- CHAVES, Eduardo Fernando. Projéto de Bungalow. Planta do pavimento térreo e de implantação; corte e fachada frontal apresentados em uma prancha. Microfilme digitalizado.
- Alvará n.º 988/1935 – Arquivo Histórico Municipal de Curitiba.
📌 Conclusão: A Casa que Conta Histórias
Enquanto passamos pela Rua Campos Sales, talvez sem perceber, uma casa de 1935 ainda respira. Ainda guarda memórias, risos antigos, cheiros de cozinha, e o eco de passos de gerações.
Eduardo Fernando Chaves desenhou linhas sobre papel.
Carlos Moura de Vasconcellos transformou essas linhas em vida.
E a cidade, ao permitir que ela permaneça, honra seu próprio passado.
#PatrimônioVivo #ArquiteturaCuritibana #Bangalô1935 #CarlosMouraDeVasconcellos #ResidênciaEconômica #EduardoFernandoChaves #RuaCamposSales #MemóriaConstruída #HistóriaUrbana #CuritibaPatrimônio




Nenhum comentário:
Postar um comentário