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sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio

 

Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio


Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio

Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio
Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio

  A Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio está localizada na Rua Desembargador Clotário Portugal. A sede atual, inaugurada em 1955, é uma Unidade de Interesse de Preservação.

A primeira reunião da sociedade foi “… realizada no dia 3 de maio de 1888 na casa do sócio João Batista Gomes de Sá, apenas alguns dias antes de ser abolida a escravidão. …”. Mas a fundação com ata oficial é 6 de junho de 1888, poucos dias após a abolição da escravidão.

A comissão de sócios que elaborou o primeiro estatuto era formada por “João Batista Gomes de Sá, Manoel dos Santos, Miguel de Paula, Izidoro Mendes, Vicente Moreira e Norberto Garcia”.

Fundada por negros libertos, desde o início admitiu brancos como sócios. Leôncio Correia (1865-1950) e Ildenfonso Pereira Correia (1849-1894), o Barão do Serro Azul, foram sócios.

Como muitas outras sociedades da época – uma época em que não existia ainda a previdência social – o objetivo era o auxílio mútuo e atividades educativas, recreativas e beneficentes.

Procurando em jornais, a publicação mais antiga que encontrei foi no jornal “A Ideia” (“orgam do club dos estudantes”) de 01 de outubro de 1888, que escreveu uma nota sobre a “passeiata” realizada pela sociedade no dia 28 de setembro (comemoração da Lei do Ventre Livre) e que comentariam em outro número.

Na edição seguinte, de 16 de outubro de 1888 (jornalzinho era quinzenal) escreveram o seguinte:

“28 DE SETEMBRO
Esta gloriosa data da história americana não passou desapercebida este anno entre nós, graças unicamente ao povo. A Sociedade 13 de Maio, composta de libertos, que sentem seus corações repletos de gratidão para com os grandes patriotas que trabalharam gloriosamente para a consecução do brilhante triumpho popular, que permitte hoje á nossa Patria apresentar se altiva ante o mundo civilisado, soube celebrar com toda a força do seu patriotismo, o grande acontecimento, sem o qual não seria ainda possivel eliminar d’entre as nefandas instituições que nos envergonham, a mais nefanda de todas — a escravidão dos negros.
Para expandir livremente seus sentimentos, os libertos, tendo à frente uma banda de musica, percorreram, na noite de 28 passado, as ruas da cidade, saudando a imprensa e as diversas associações, e prestando digna homenagem á memoria do immortal Paranhos.
Passando pela rua do Aquidaban, parou o prestito e a frente ao edificio do Instituto Paranaense, dirigindo então em nome do povo, uma saudação á mocidade, o brilhante orador Sr. Leoncio Correia, instigando-a a continuar a obra gloriosa encetada por nossos predecessores, áfim de elevar a nossa Patria á altura da livre America.
Das janelas do estabelecimento, responderam em brilhantes palavras de saudação á raça redimida e de gratidão ao heroico Paranhos, que também não morreu para o coração dos moços, os Srs. Silveira Netto, pelo Club dos Estudantes, e Saldanha Sobrinho, pelo Club Dr. Pedrosa. A mocidade confraternisou-se sublimemente com os sentimentos populares: ella se sente sempre animada ao sopro salutar da liberdade.
E nós levantamos d’aqui um novo bravo á patriotica Sociedade 13 de Maio.”

Referências: