A casa mal-assombrada de Curitiba: o mistério das “pedras voadoras” conheça o caso do Capão da Imbuia que atiçou a curiosidade da população, em 1974.
por Fernanda Foggiato | Revisão: Vanusa Paiva
As reportagens começaram a ser publicadas pelo “Diário do Paraná” em 5 de janeiro de 1974. (Montagem: Carol Periard/CMC)
Havia quem jurasse se tratar de assombração, de um fato sobrenatural. Para outras pessoas, não passava de vandalismo, vingança — caso de polícia mesmo. “Pedras, mistério na casa de Ildefonso.” Essa foi a manchete que o jornal “Diário do Paraná”, naquela época em circulação há quase duas décadas, estampou na capa da edição de sábado, dia 5 de janeiro de 1974.
Foi o começo, ali, da maratona de notícias até o desfecho daquela incógnita. História que a Diretoria de Comunicação Social (DCS) da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) resgata, a partir deste domingo (31), na primeira temporada da série “Curitiba Horror Stories”, mais um projeto do Nossa Memória.
— Eu vou embora. Isto não é caso para a polícia. O dono da casa que chame um padre — disse, segundo o “Diário do Paraná”, um dos oficiais designados para investigar o caso, ao ver uma pedra, “aparentemente saída do nada”, atingir uma das vidraças da casa de número 1.366, na rua Professor Nivaldo Braga, no bairro Capão da Imbuia, zona leste da capital paranaense. O fenômeno, relatava o repórter, já se repetia há três noites.
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Na avaliação das autoridades, não existia uma explicação plausível para o caso. O cerco ao imóvel, em busca da origem das pedras, reunia unidades da Companhia de Operações Especiais e da Radiopatrulha, ambas da Polícia Militar do Paraná (PM-PR), além de investigadores da Polícia Civil.
Inicialmente, afirmava o jornal, eles pensavam ser obra de algum atirador escondido entre as árvores do Instituto de Defesa do Patrimônio Natural (hoje chamado de Museu de História Natural do Capão da Imbuia), que fica em frente ao imóvel. Só que a área teria sido “vasculhada palmo a palmo” pelos policiais, com o uso de potentes lanternas e até de holofotes, e nada foi encontrado.
A reportagem do dia 5 de janeiro de 1974, que revelou o mistério da casa mal-assombrada de Curitiba, também contava que as senhorinhas da região, “desfiando as contas do rosário”, não tinham dúvida: o caso seria, sim, de assombração. Enquanto as pedras voavam, destruindo as vidraças da residência de madeira, e os policiais buscavam o culpado, já irritados com a “perseguição inútil”, a população se aglomerava, curiosa, para acompanhar a movimentação. Tanto que as autoridades teriam até desistido de tentar dispersar a multidão.
Só que o proprietário da residência, Ildefonso Till, não concordava com a tese de fenômeno sobrenatural. Casado com Irene de Oliveira Till, o homem dizia ser vítima de uma vingança dos rapazes do bairro. “Contam [os moradores] que há mais de duas semanas pediram que a polícia prendesse uma menor, empregada da casa, que vinha praticando atos indecorosos com uma turma de jovens do bairro”, escreveu o repórter.
Na próxima reportagem da série, que a CMC publica no próximo domingo (7), saiba qual foi a estratégia adotada pelo padre da comunidade. Enquanto isso, a Radiopatrulha “abriu fogo” contra as árvores, em busca dos supostos atiradores. Será que o mistério foi resolvido? Confira!
Nossa Memória
Iniciado em 2009, pela Diretoria de Comunicação Social, o Nossa Memória é um projeto de resgate e valorização da história da Câmara Municipal e de Curitiba, já que ambas se entrelaçam. Além das reportagens especiais, a página reúne “Os Manuscritos”, com documentos desde a fundação da cidade, em 29 de março de 1693; e o “Livro das Legislaturas”, que mostra quem foram os vereadores da capital paranaense desde 1947. Também traz bancos de dados como o “Aconteceu” e o “Rua & História”, entre outros materiais com fatos marcantes da cidade, todos disponíveis para a consulta da população.
** Confira AQUI as referências da pesquisa histórica para as matérias especiais "A casa mal-assombrada de Curitiba".
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