terça-feira, 10 de janeiro de 2023

A Santa Casa de Curitiba foi instituída em 9 de junho de 1852. A sua primeira sede foi na Rua Direita, atual Rua Treze de Maio.

 A Santa Casa de Curitiba foi instituída em 9 de junho de 1852. A sua primeira sede foi na Rua Direita, atual Rua Treze de Maio.

https://www.fotografandocuritiba.com.br/2015/08/





A Santa Casa de Curitiba foi instituída em 9 de junho de 1852. A sua primeira sede foi na Rua Direita, atual Rua Treze de Maio.
No início foi mais conhecida como “Hospital de Caridade”. O hospital era o local de tratamento dos pobres, os ricos eram tratados nas suas casas.

A construção do prédio que vemos nas fotos, localizado no Campo do Olho D’Água (atual Praça Rui Barbosa) foi iniciada em 1868 e terminou em 1880, tendo sido inaugurada pelo Imperador D. Pedro II no dia 22 de maio de 1880.

D. Pedro II escreveu o seguinte no seu diário: “Inauguração do hospital novo da Misericórdia, entre a visita da primeira aula e o resto. Está bem situado. Ouvi missa na capela que é de bonitas madeiras das quais uma é o lindo cipó florão. Bom relógio de torre e necrotério demasiado grande para o resto. As enfermarias são boas e têm bastante espaço para aumentar o edifício, que aliás devia ser construído conforme os hospitais modernos. Tem pára-raios e um deles foi fulminado durante a trovoada de Paranaguá. O Dr. Murici foi quem mais concorreu para a construção do hospital. O provedor, Dr. Pires Albuquerque, seu genro, leu um discurso bem feito em que recordou comovido os serviços de Murici. É cirurgião militar. A enfermaria militar com bonita botica, acha-se no hospital que tem diversos quartos e alguns com grades para alienados.”
O Dr. Muricy (o nome passou a ser escrito assim, com “y”, no século XX) havia morrido um ano antes da conclusão da obra.

O hospital recebeu uma nova visita imperial em 3 de dezembro de 1884, quando foi visitado pela Princesa Isabel e pelo Conde d’Eu.

O responsável pela obra foi o alemão Gottlieb Wieland, autor da igreja gótica luterana (não existe mais, pois foi atingida por um raio). Ele contratou os também alemães Frederico Warnecke, responsável pelos trabalhos em alvenaria e Christian Strobel, incumbido das partes em madeira. Pouco antes do término do prédio contratou Henrique Henning, mestre-de-obras alemão recém-instalado em Curitiba, que teria um papel fundamental na construção da Catedral de Curitiba.

O prédio é no estilo eclético, i. é, uma mistura de diversos estilos arquitetônicos, muito usado na época, principalmente pelos que queriam fazer algo diferente do estilo colonial. O prédio é muito bonito, está bem conservado e é uma Unidade de Interesse de Preservação.

Quando falamos da Santa Casa, destaque especial deve ser dado ao trabalho árduo das Irmãs de São José de Moutiers, que chegaram a Curitiba, em 1896.
O jornal “A República” publicou na primeira página de sua edição de 29 de setembro de 1896, dois meses após a chegada das irmãs, o seguinte: “O Hospital de Caridade de Curityba como que resurge agora do abandono e abatimento a que há tempos atraz havia cahido, não que a benefica interferencia dos governos republicanos houvesse abandonado, mas porque esses mesmos recursos eram mal empregados, e fazendo-se sobre tudo sentir a falta de pessoal habilitado para o desempenho da dificil missão de tratar dos enfermos. Devemos porém accentuar bem claramente, que o aceio e ordem, conforto e carinho que hoje se notam, só poderiam encontrar os infelizes enfermos nessas mulheres de sublime abnegação, que, como um raio de luz, illuminão com a affeição maternal de sua santa missão, até o resgate da saúde ou até o dia da morte, os que ali pedem guarida. Nem os recursos avultados que o Estado dispensa, nem a solicitude do digno provedor e do não menos esforçado thesoureiro da Irmandade da Santa Casa, nem os desvelos dos medicos internos, poderiam valer, se não fôra a lembrança de uma bôa hora, buscar o auxilio das Irmãs de S. José.”

Igreja do Senhor Bom Jesus do Cabral

 

Igreja do Senhor Bom Jesus do Cabral






Havia neste mesmo lugar uma capela, que em 1912 foi concedida aos Passionistas, padres da Congregação da Paixão de Jesus Cristo.
A igreja atual teve a construção iniciada em 1914, conforme projeto do imigrante italiano Pedro José Maria Bianco e em 1918 passou a ser utilizada pelos fieis.
Em 1955 foi iniciada a construção das naves laterais e em seguida foi construída a segunda torre.
O altar principal, todo em madeira entalhada é muito bonito, foi construído por uma empresa italiana.
A imagem original do Senhor Bom Jesus (no altar) foi roubada. A atual é de gesso.
A igreja é uma Unidade de Interesse de Preservação.

O avô de minha esposa, Pedro Pessine (1896-1979), era pedreiro e trabalhou na construção da torre dessa igreja. Ele parece que não tinha problemas com alturas, pois trabalhou na construção de diversas torres de igrejas. Na torre dessa igreja ela tem certeza que ele trabalhou, pois lembra ter visto fotos quando era pequena.

Tentei encontrar alguma coisa sobre Pedro José Maria Bianco, o responsável pelo projeto da igreja. A única referência do nome que encontrei, que parece ter alguma relação, foi na Lei Municipal 223/1907 que “Orça a Receita e fixa a Despeza da Municipalidade de Curytiba para o exercício de 1908”. Na “tabella n. 6”, que trata das despesas com aposentados, foi autorizada a verba de 859$960 com Pedro José Maria Bianco, Ajudante de Engenheiro.

Gosto quando consigo informações adicionais, principalmente sobre as pessoas ligadas as obras que fotografo.

Em outubro de 2018 Josilene Barão Kummer entrou em contato. Ela é trineta de Pedro José Maria Bianco e escreveu o texto abaixo:

“Pedro José Maria Bianco, imigrante italiano, era engenheiro formado na Itália e falava seis línguas. Chegou ao Brasil em 1885. Casou-se em 1890 com a também imigrante italiana Adriana Marianna Dal Lin (*1871 +1952), filha de Domingos Dal Lin e Helena Dal Lin, professora, que sempre trabalhou muito pela Igreja.
Moraram muitos anos no Cabral, onde está o Country Club. Tiveram seis filhos:
Duzolina Bianco Kummer, (1891-1966), minha bisavó, que casou-se com Júlio Kummer, Adélia Bianco Daros (1893) casada com Augusto Daros, Maria Luiza Bianco Smolka (1895-1938), casada com Bernardo Smolka, José Felix Maria Bianco (1899-1971), casada com Emília Bertolini Bianco, Elvira Bianco Pereira Jorge e Vitória Bianco (1902).
Antes, no local só havia uma pequena capelinha, pertencente a Anna Cabral, que doou o terreno.
Foi em um dia de chuva que meu trisavô decidiu, após a missa, construir uma nova igreja. Ele queria uma igreja moderna e que coubesse mais pessoas. Então foi Pedro José Maria Bianco quem fez o projeto da nova matriz e o desenho da planta ficou por conta de José Felix, seu filho.
A construção iniciou após uma semana, mas para angariar recursos para a construção da nova matriz, todos os meses eram realizadas as famosas festas do Cabral.                      
No dia 24 de maio de 1914, o padre Modesto de Santo Estanislau benzeu a pedra fundamental da nova igreja na presença dos padres Candido das Cinco Chagas e Eduardo Maria de Jesus, passionistas, além do superior da congregação, Dâmaso do Santíssimo Rosário.”

Em fevereiro de 2016 o Sr. Amadeu Luiz De Mio Geara publicou em seu perfil em uma rede social, onde divulgou informações sobre seu avô João de Mio, o seguinte texto sobre a igreja:

“IGREJA DO CABRAL.
“Esqueci de contar que em Curitiba existe a Paróquia de Bom Jesus do Cabral. A matriz é de 1914. Tinha só uma nave, eu a transformei em três. A grande remodelação inaugurou-se em Maio de 1958”
João De Mio escreveu esse adendo em carta a um amigo em novembro de 1962, depois de contar sobre suas principais obras. De fato o templo original tinha apenas a nave central e uma torre. Por solicitação do Arcebispado de Curitiba o arquiteto preparou projetos que modificavam totalmente aquela igreja, que era considerada simples, singela mesmo, como lembrou anos mais tarde. Aprovada a remodelação, João De Mio foi encarregado também da construção.”

Temos assim um pouco mais de informação dos dois responsáveis pela construção da igreja como a conhecemos hoje.

Pedro José Maria Bianco. Foto: acervo da família

João De Mio. Foto: acervo da família

Texto alterado em 27 out. 2018

Referências:

1968 Casa Erailto Thiele

 1968 Casa Erailto Thiele

https://arquivoarquitetura.com/093

Situação atual:Existente e preservada.
Autor:Leo Linzmeyer.
Período:1968.
Endereço:Rua Cândido Xavier, 552.
Bairro:Água Verde.
Uso Atual:Residencial.
Área:300 m².
Técnica Construtiva:Concreto armado.
Linguagem FormalMorderno.

Histórico e Curiosidades

Com beirais em concreto e grandes esquadrias de madeira – características da arquitetura de Linzmeyer, o projeto da Casa Erailto Thiele conta com um grande aproveitamento do desnível do terreno. O arquiteto opta por posicionar estrategicamente a garagem no nível inferior, fazendo uso da massa de terra restante para embasar o térreo da casa, onde está localizado o restante de seu programa. O acesso ao térreo da casa é feito por duas escadas: uma aos fundos do terreno, mais discreta; e outra logo na parte frontal da casa, junto a uma parede de pedra que compõe com a volumetria da fachada.

Na planta, com o encontro da área social, à esquerda (tomando a elevação frontal como base), e a área privada à direita – quase como perpendiculares entre si – é formado um leve recuo, que possibilita a mais uma face da sala de estar a incidência de luz solar (do sol norte/nordeste), local onde Linzmeyer usa estrategicamente suas grandes esquadrias em madeira para que o cômodo receba a maior quantidade de luz natural possível.





1964 Casa Mário Petrelli

 1964 Casa Mário Petrelli

https://arquivoarquitetura.com/099

Situação atual:Existente e preservada.
Período:1964.
Endereço:Rua Carmelo Rangel, 400.
Bairro:Batel.
Uso Atual:Residencial.
Área:600 m².
Proprietário Inicial:Mário Petrelli.
Sistema Estrutural:Concreto Armado.
Linguagem FormalModerno.

Histórico e Curiosidades

Situada no meio do lote com leve declive longitudinal, a residência de grande porte projetada pelo escritório Forte Gandolfi localiza-se em uma das ruas mais nobres da cidade. A solução do projeto para a acomodação ao terreno foi a criação de três níveis organizados em torno de um pátio central. O apoio da cobertura em poucos pontos permite uma maior liberdade espacial, liberando o solo para: mezaninos, desníveis, paredes independentes, murais e integração com o ambiente.






1958 Casa Nelson Imthon Bueno

 1958 Casa Nelson Imthon Bueno

https://arquivoarquitetura.com/091

Situação atual:Existente e preservada.
Autor:Leo Linzmeier.
Período:1958.
Endereço:Rua Itupava, 1155.
Bairro:Hugo Lange.
Uso Atual:Comercial.
Área:462 m².
Técnica Construtiva:Concreto armado.
Linguagem FormalModerno.

Histórico e Curiosidades

Primeiro projeto residencial de Linzmeyer, requisitado por Nelson Bueno. A proposta parte do uso da topografia do terreno, utilizando o desnível a favor do projeto, usando pilotis, e não indo pelo caminho mais “simples”, que seria um aterro. No pavimento térreo – porção mais baixa da construção, estão localizados o terraço coberto, a adega, a garagem, depósito e lavanderia. Através da escada, acessível pela garagem ou porção externa da casa, é possível chegar até pavimento superior. No entanto, quem chega direto da rua, sem carro, pode acessar o interior da casa através da porta principal. No pavimento superior, a área social da casa se encontra na porção esquerda da implantação, recebendo a luz da tarde, do sol noroeste/oeste; enquanto os quartos estão à direita, com janelas voltadas a norte/nordeste.






Localizado em uma das principais ruas da cidade – a rua XV de Novembro, o Edifício Tijucas foi um dos pioneiros entre os prédios em altura de Curitiba. Sua galeria, inaugurada em 1958 (antes da parte residencial, inaugurada somente 5 anos depois)

 


 Localizado em uma das principais ruas da cidade – a rua XV de Novembro, o Edifício Tijucas foi um dos pioneiros entre os prédios em altura de Curitiba. Sua galeria, inaugurada em 1958 (antes da parte residencial, inaugurada somente 5 anos depois)

https://arquivoarquitetura.com/090

Situação atual:Existente e preservada.
Período:1958-1973.
Endereço:Av. Luiz Xavier, 68.
Bairro:Centro.
Uso Atual:Comercial e residencial.
Área:44.000 m².
Autor:Paulo Augusto Wendler (Construtora Excelsior).
Técnica Construtiva:Concreto armado.
Linguagem FormalModernista.

Colaboradores: Beatriz Muraki.

 
 Histórico e Curiosidades

Localizado em uma das principais ruas da cidade – a rua XV de Novembro, o Edifício Tijucas foi um dos pioneiros entre os prédios em altura de Curitiba. Sua galeria, inaugurada em 1958 (antes da parte residencial, inaugurada somente 5 anos depois), faz parte do percurso de milhares de pessoas todos os dias, sendo assim um dos pontos comerciais mais conhecidos pelos curitibanos. Possui 20 lojas na galeria térrea, 398 salas comerciais e 168 apartamentos, divididos entre suas duas torres.



Após 22 anos, Vilanova Artigas volta a projetar em Curitiba, em 1975, projeta a residência de sua sobrinha Márcia Artigas, a qual, deu liberdade ao tio, gerando uma residência repleta de críticas e dicotomias.

 Após 22 anos, Vilanova Artigas volta a projetar em Curitiba, em 1975, projeta a residência de sua sobrinha Márcia Artigas, a qual, deu liberdade ao tio,  gerando uma residência repleta de críticas e dicotomias.

https://arquivoarquitetura.com/073

Situação atual:Existente e preservada.
Período:1981.
Endereço:R. Lourenço Mourão, 44.
Bairro:Seminário.
Uso Atual:Residencial.
Área:620 m².
Proprietário Inicial:Márcia Vilanova Artigas.
Proprietário Atual:Marcos Bertoldi.
Sistema Estrutural:Concreto Armado.
Linguagem FormalModenista.

Histórico e Curiosidades

Após 22 anos, Vilanova Artigas volta a projetar em Curitiba, em 1975, projeta a residência de sua sobrinha Márcia Artigas, a qual, deu liberdade ao tio,  gerando uma residência repleta de críticas e dicotomias.

Famosa por suas empenas cegas em concreto, que fecham a residência a rua, e abre a si mesma com panos de vidro, ao mesmo tempo que não possuía portão, dando continuidade do passeio da rua à residência.

Hoje, pertence ao arquiteto Marcos Bertoldi, que restaurou  residência que atualmente reside o arquiteto, e seu escritório, desde 2005.