terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Rosa Branca Corrêa Gutierrez Nascida a 1 de janeiro de 1858 (sexta-feira) - Montevideo, Montevideo, Uruguay Baptizada a 18 de abril de 1858 (domingo) - San Isidro Labrador, Las Piedras, Canelones, Uruguai Falecida a 1 de novembro de 1920 (segunda-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 62 anos

  Rosa Branca Corrêa Gutierrez Nascida a 1 de janeiro de 1858 (sexta-feira) - Montevideo, Montevideo, Uruguay Baptizada a 18 de abril de 1858 (domingo) - San Isidro Labrador, Las Piedras, Canelones, Uruguai Falecida a 1 de novembro de 1920 (segunda-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 62 anos

Rosa Branca Corrêa Gutierrez: Entre Dois Mundos, Uma Vida de Maternidade e Resistência
Montevidéu, 1º de janeiro de 1858 – Curitiba, 1º de novembro de 1920


Nascida no primeiro dia do ano de 1858, em plena Montevidéu — então uma capital sul-americana em ebulição política e cultural —, Rosa Branca Corrêa Gutierrez veio ao mundo com um nome poético, quase profético: Rosa Branca, flor delicada, mas de raízes firmes; símbolo de pureza, mas também de resistência. Sua vida, que se desenrolaria entre o Uruguai e o sul do Brasil, tornou-se um testemunho silencioso da força das mulheres que, no século XIX, atravessaram fronteiras, perderam entes queridos e criaram famílias numerosas em tempos de incerteza.

Aos três meses de vida, em 18 de abril de 1858, foi batizada na Igreja de San Isidro Labrador, em Las Piedras, Canelones, região próxima à capital uruguaia. Esse vínculo com a fé católica, tão presente na América Latina da época, seria um pilar que a sustentaria por toda a existência.

Uma infância marcada pela perda

Filha de Alexandre Gutierrez, falecido em Montevidéu em 1868, quando Rosa tinha apenas 10 anos, e de Guilhermina Correia (1837–1926), mulher que sobreviveu à viuvez por mais de cinquenta anos, Rosa cresceu em um lar agora liderado por uma mãe viúva — figura comum, mas hercúlea, na América do Sul do século XIX. Embora os registros sobre seus irmãos sejam escassos, sabe-se que teve ao menos um: João Carlos Gutierrez (nascido em 1855), cujo destino posterior permanece parcialmente nebuloso.

A morte precoce do pai certamente acelerou sua entrada na vida adulta. E assim foi: com apenas 14 anos, em 1872, Rosa deixou o Uruguai e foi para Paranaguá, no litoral do Paraná, onde, em circunstâncias que os arquivos não esclarecem — talvez por laços familiares, redes de imigração ou arranjos matrimoniais —, casou-se com Francisco Machado da Cunha Beltrão, um homem 13 anos mais velho, nascido em 1845.

Francisco era brasileiro, provavelmente ligado à elite agrária ou administrativa da Província do Paraná — uma figura estável, talvez com propriedades rurais ou envolvimento no comércio do porto de Paranaguá. O casamento uniu duas culturas: a uruguaia, ainda marcada pela influência hispânica e europeia, e a brasileira do sul, fortemente moldada por luso-brasileiros, açorianos e, posteriormente, imigrantes europeus.

Uma maternidade monumental

Rosa Branca não apenas casou cedo — ela gerou, criou e, muitas vezes, enterrou. Ao longo de 31 anos, deu à luz 14 filhos, dos quais 11 chegaram à vida adulta — um feito notável em uma era de alta mortalidade infantil.

Seus filhos nasceram em cidades que marcam a migração da família:

  • Paranaguá: onde nasceram os primeiros — Francisco (1875), Laura (1878) e Osman (1879).
  • Antonina: cidade vizinha, onde vieram ao mundo Silvio (2 de julho de 1887) e Gilberto (12 de dezembro de 1887) — gêmeos, provavelmente.
  • Florianópolis: onde a família viveu por um tempo, e ali nasceram Ismar (1889), Maria (1890), Guilhermina (1892), Leonor (1894) e Ana (1895).
  • Curitiba: onde se estabeleceram definitivamente, e onde nasceram Alexandre (1896), Estella (1898), Lina (1900) e Elisa (1901).

Mas sua maternidade foi também uma via crucis de perdas:

  • Guilhermina, batizada com o nome da avó, faleceu em 4 de maio de 1893, com 4 meses de vida.
  • Ana, nascida em 26 de julho de 1895, morreu ainda em 1896, com menos de um ano.
  • Osman, seu terceiro filho, faleceu jovem, em 2 de março de 1910, aos 30 anos, deixando um vazio na família.
  • Mais tarde, ela também conheceria o luto como avó: enterrou netos recém-nascidos, como Paulo Beltrão Pernetta (1904) e Ary Francisco Trevisani Beltrão (1908), além da pequena Iris Trevisani Beltrão (1913) e da bebê Eunice Gutierrez Beltrão, falecida em 31 de março de 1920 — apenas sete meses antes da própria Rosa.

Avó atenta, matriarca presente

Rosa Branca não foi apenas mãe — foi arquiteta de uma dinastia. A partir de 1900, os registros mostram um florescimento de netos, noras e genros. Seus filhos mais velhos casaram-se cedo:

  • Laura, com João David Perneta, em Curitiba (1900).
  • Francisco, com Lavínia Santos Trevisani, em Palmeira (1900).

Ela acompanhou de perto os primeiros netos: Jacyra, Augusto, Francisco, Haroldo, Paulo — este último, tragicamente breve. Seus olhos viram nascer ao menos 18 netos, e ela os batizou, acalentou e, em muitos casos, enterrou.

Seu lar em Curitiba, onde a família se radicou por volta de 1898, tornou-se o centro nervoso da linhagem Beltrão-Gutierrez. Ali, ela recebeu genros e noras, celebrou casamentos e rezou pelos doentes. Quando Francisco Machado da Cunha Beltrão faleceu em 18 de março de 1903, aos 58 anos, Rosa tinha 45 anos — e, viúva, assumiu o papel pleno de matriarca, orientando os filhos mais jovens e sustentando a unidade familiar.

Últimos anos e legado

Rosa Branca viveu até os 62 anos, falecendo em 1º de novembro de 1920Dia de Todos os Santos — em Curitiba. Sua mãe, Guilhermina Correia, ainda viva, sobreviveu-lhe por seis anos, falecendo em 1926, aos 89 anos.

É impossível não notar o simbolismo de sua partida: no mesmo dia em que a Igreja Católica celebra todos os santos, ela, que nunca buscou santidade nos altares, mas a viveu nos berços, nas rezas ao pé da cama, nas cartas aos filhos distantes e nas lágrimas pelos que se foram cedo, foi chamada.

Seu nome, Rosa Branca, permanece nos registros paroquiais, nos livros de família e na memória dos descendentes. Mas sua verdadeira herança está em cada neto que carregou seu sangue, em cada bisneto que herdou sua força silenciosa, em **cada mulher da família que, ao enfrentar a dor, lembrou-se da avó uruguaia que atravessou o Rio da Prata com 14 anos e construiu uma nação dentro de quatro paredes.


“Ela não escreveu livros, mas escreveu vidas.
Não governou cidades, mas governou corações.”

Rosa Branca Corrêa Gutierrez foi muito mais que uma mulher do século XIX.
Foi a raiz de uma árvore cujos galhos ainda se espalham pelo Paraná, Santa Catarina e além —
fortes, porque foram regados com amor, luto e coragem.

  • Nascida a 1 de janeiro de 1858 (sexta-feira) - Montevideo, Montevideo, Uruguay
  • Baptizada a 18 de abril de 1858 (domingo) - San Isidro Labrador, Las Piedras, Canelones, Uruguai
  • Falecida a 1 de novembro de 1920 (segunda-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 62 anos

 Pais

 Casamento(s) e filho(s)

 Irmãos

 Notas

Notas individuais

 Fontes

  • Pessoa: FamilySearch Family Tree
    FamilySearch Family Tree (https://www.familysearch.org) - "FamilySearch Family Tree," database, FamilySearch  - The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints - accessed 16 Nov 2025), entry for Francisco Gutierrez Beltrã - o, person ID 9WD4-BNS. - 3
  • Nascimento, baptismo, morte: FamilySearch Family Tree (https://www.familysearch.org) - "FamilySearch Family Tree," database, FamilySearch  - The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints - accessed 16 Nov 2025), entry for Francisco Gutierrez Beltrão, person ID 9WD4-BNS.
  • Casamento: FamilySearch Family Tree (https://www.familysearch.org) - "FamilySearch Family Tree," database, FamilySearch  - The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints - accessed 22 Sep 2023), entry for Francisco Machado da Cunha Beltrão, person ID LCYW-P7X.


18756 nov.
17 anos
187931 dez.
21 anos
1884
26 anos

Nascimento de uma filha

18872 jul.
29 anos

Nascimento de um filho

188712 dez.
29 anos
1889
31 anos
189526 jul.
37 anos
18988 dez.
40 anos
19009 jan.
42 anos
190027 out.
42 anos

Casamento de uma filha

19012 fev.
43 anos
190129 set.
43 anos

Nascimento de uma neta

 
Baptismo a 29 de setembro de 1904 (Curitiba, Paraná, Brasil)
19022 nov.
44 anos
190326 ago.
45 anos
190430 ago.
46 anos
1904out.
46 anos
19046 dez.
46 anos
190611 abr.
48 anos
190623 maio
48 anos
190611 nov.
48 anos

Nascimento de um neto

 
Baptismo a 28 de dezembro de 1910 (Curitiba, Paraná, Brasil)
190724 jul.
49 anos
cerca1908
~ 50 anos

Nascimento de um neto

190916 dez.
51 anos
19102 mar.
52 anos

Morte de um filho

191123 maio
53 anos
19127 abr.
54 anos
19126 out.
54 anos
191323 mar.
55 anos
1913
55 anos
191318 nov.
55 anos
191431 mar.
56 anos
191410 jun.
56 anos
19162 set.
58 anos

Nascimento de uma neta

1918
60 anos

Nascimento de uma neta

191820 jan.
60 anos

Nascimento de uma neta

 
Baptismo a 9 de março de 1918 (Curitiba, Paraná, Brasil)
19194 jan.
61 anos

Morte de uma neta

191927 jun.
61 anos
191915 out.
61 anos
192031 mar.
62 anos
19201 nov.
62 anos

Antepassados de Rosa Branca Corrêa Gutierrez

          Domingos Gonçalves Sanábio ca 1690- Bárbara Machado ca 1695- Francisco Da Silva Freire 1700-1759 Josefa Rodrigues De França 1700-1762
          | | | |
          


 


          | |
          Raimundo José Sanábio †1801 Eufrosina Da Silva Freire 1740-1827
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          |
    Urbano José Corrêa ca 1750- Maria Francisca Da Silva 1755- Francisco Ferreira De Oliveira †1822 Eufrosina Da Sillva Freire ca 1781-1844
    | | | |
    


 


    | |
Juan Gutierrez  Lourenza Mujica  Manoel Francisco Correia 1783-1849 Joaquina Maria Da Ascenção †1849
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Alexandre Gutierrez †1868 Guilhermina Correia 1837-1926
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Rosa Branca Corrêa Gutierrez 1858-1920


Descendentes de Rosa Branca Corrêa Gutierrez

  
































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