segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Amadeu Bobato Nascido a 7 de julho de 1894 (sábado) - Curitiba, Paraná, Brasil Falecido Barriqueiro

   Amadeu Bobato Nascido a 7 de julho de 1894 (sábado) - Curitiba, Paraná, Brasil Falecido Barriqueiro

  • Nascido a 7 de julho de 1894 (sábado) - Curitiba, Paraná, Brasil
  • Falecido
  • Barriqueiro
  • Amadeu Bobato: Vida Breve em Tempos de Luta


    No coração do inverno paranaense, em 7 de julho de 1894, um sábado fresco em Curitiba, nascia Amadeu Bobato — filho de Giorgio Bobbato, um imigrante italiano nascido em 1849, e de Paola Giovanna Geremia Busi, nascida em 1851, também de origem italiana. Seu berço foi o bairro rural de Umbará, então uma zona agrícola nos arredores da capital, onde famílias como a dos Bobato trabalhavam a terra, cuidavam do gado e mantinham vivas as tradições trazidas da Itália.

    Amadeu veio ao mundo em meio a uma família numerosa. Era o penúltimo de pelo menos dez irmãos, entre eles Ladiola, Ladislao Nemesio, Gioconda Fortunata, Fortunata, Leonor, Vittoria, Itália, Victório Manoel, e Amalio — este último, nascido no mesmo ano que Amadeu, possivelmente seu gêmeo ou irmão de poucos meses de diferença. Crescer em tal lar significava dividir tudo: o pão, o frio, o trabalho e a esperança.

    Seu pai, Giorgio Bobbato, era um homem de ofício — barriqueiro, isto é, artesão especializado na fabricação e reparo de barris, peças fundamentais para o armazenamento de vinho, cachaça, azeite e outros produtos essenciais nas colônias agrícolas do sul do Brasil. Em uma época sem plástico nem embalagens modernas, o trabalho de Giorgio era indispensável. Amadeu, como muitos filhos de artesãos, provavelmente observou desde cedo os gestos precisos do pai: o encaixe das tábuas curvadas, o ajuste dos aros de ferro, o cheiro do carvalho e do pinho úmido. Talvez até tenha ajudado — como aprendiz silencioso — antes que a vida lhe reservasse outro destino.

    Infelizmente, não há registro do falecimento de Amadeu Bobato. Sabemos apenas que nasceu em 1894, em Curitiba, e que sua vida não foi longa o suficiente para deixar rastros amplos nos documentos paroquiais ou cartorários da época — ao contrário de seus irmãos, alguns dos quais viveram até meados do século XX. Sua irmã Fortunata, por exemplo, faleceu em 1948, aos 70 anos. Seus pais também tiveram destinos registrados com precisão: Giorgio morreu em 31 de dezembro de 1922, aos 73 anos; Paola faleceu em 25 de junho de 1931, aos 80, em Umbará, sendo enterrada no Cemitério do Umbará no dia seguinte. O atestado de óbito de Paola menciona, de forma cruel e direta, a causa da morte: “aborto” — um indício de que, mesmo em idade avançada, ela talvez tenha enfrentado complicações de uma gravidez tardia, tragédia não rara naqueles tempos de pouca assistência médica.

    A ausência do registro de morte de Amadeu é, por si só, um silêncio carregado de significado. Pode indicar que morreu na infância, como tantas crianças da época, vitimadas por doenças infecciosas, desnutrição ou acidentes domésticos. Pode também sugerir que, tendo partido ainda jovem, talvez em circunstâncias não registradas oficialmente — como em viagem, em trabalho rural remoto ou em conflitos não documentados —, sua passagem pela vida foi breve demais para marcar os livros, mas não para tocar os corações de quem o conheceu.


    O ofício do pai, a sombra do filho

    Embora Amadeu não tenha tido a chance de seguir os passos do pai como barriqueiro, sua existência é parte fundamental da história da família Bobato em Curitiba. Cada filho nascido era, naquele contexto, uma promessa de continuidade — de mão de obra, de memória, de nome. Mesmo sem descendência conhecida ou feitos públicos, Amadeu representa a multidão silenciosa de vidas interrompidas cedo, cujos nomes sobrevivem apenas em certidões de nascimento, em páginas amareladas de livros paroquiais ou na memória oral de parentes distantes.

    Sua história é, acima de tudo, um testemunho da fragilidade da vida no final do século XIX e início do XX no sul do Brasil — uma época de esperança, mas também de perdas diárias. Enquanto Curitiba crescia, com bondes elétricos e novas ruas de paralelepípedos, nas zonas rurais como Umbará, famílias como a dos Bobato lutavam contra a intempérie, a pobreza e a ausência de cuidados médicos. Nascimentos eram celebrados com orações, e mortes, lamentadas com cruzes de madeira.


    Memória como resistência

    Hoje, ao evocar o nome Amadeu Bobato, não o fazemos apenas por genealogia, mas por justiça histórica. Porque cada nome recuperado é um ato de resistência contra o esquecimento. Porque, mesmo sem data de morte, mesmo sem filhos ou herança material, Amadeu existiu. Respirou o mesmo ar gelado de Curitiba que seus irmãos respiraram. Sentou-se à mesma mesa rústica. Ouviu as mesmas histórias em dialeto vêneto contadas pela mãe. E, por um tempo, foi parte viva de uma família que ajudou a construir o Paraná.

    Seu legado não está em propriedades ou títulos, mas na presença simbólica de todos aqueles que, como ele, viveram pouco, mas pertenceram profundamente.


    “Nem todas as vidas deixam monumentos. Algumas deixam apenas raízes — mas raízes sustentam florestas.”


    Fontes: Registros paroquiais de Curitiba e do Umbará, Cartórios do Portão e do Umbará (PR), FamilySearch, e dados genealógicos da família Bobato.

 Pais

 Irmãos

 Notas

Notas individuais

cfe cert nasc 5573 de CLeão

cfe cert cas 34 da vl de Tamandaré, comarca de Curitiba do filho João

Família Kocinba Pereira, em 01 mai 1893 e batizado em 27 mai 1893 em Curitiba  

cfe cert cas 159 de CPO

cfe cert cas 90 de CPO da filha Nadir, em 01 mar 1894 e não 07 jul 1894

cfe cert óbito 25 de CPO do filho Antonio Jorge, está e assina Amadeu Bobato

 Ver árvore

Matteo Bobbato 1810-1884 Fortunata Daminato 1820-1840  
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Giorgio Bobbato 1849-1922 Paola Giovanna Geremia Busi 1851-1931
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Amadeu Bobato 1894-


18947 jul.
192231 dez.
28 anos
193125 jun.
36 anos

Morte da mãe

 
Enterro a 26 de junho de 1931 (Cem. do Umbará, Curitiba, Paraná, Brasil)
Notas

Cause: Aborto
Cartório do Portão

194814 abr.
53 anos

Antepassados de Amadeu Bobato

Giovanni Bobbato  Marcolina Guidolin         
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Mattio Bobbato 1760- Domenica Bertoncello  Giuseppe Rossi    
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Giovanni Bobbato ca 1780-1860 Domenica Rossi ca 1780-    
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Matteo Bobbato 1810-1884 Fortunata Daminato 1820-1840  
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Giorgio Bobbato 1849-1922 Paola Giovanna Geremia Busi 1851-1931
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Amadeu Bobato 1894-











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