Lydia Sprenger Nascida a 1 de novembro de 1884 (sábado) - Curitiba, Brasil Baptizada a 30 de novembro de 1884 (domingo) - Catedral, Curitiba, Parana, Brazil Falecida a 25 de junho de 1952 (quarta-feira) - Curitiba, Brasil, com a idade de 67 anos
Lydia Sprenger: Uma Vida Tecida em Fé, Família e Resiliência
Curitiba, 1º de novembro de 1884 – 25 de junho de 1952
Nascida sob um sábado outonal em Curitiba, então uma cidade em plena efervescência de imigração europeia e construção de identidade regional, Lydia Sprenger veio ao mundo em 1º de novembro de 1884, filha de Franz (Francisco) Koepfle Sprenger (1851–1918), comerciante e descendente de colonos alemães, e de Margarete (Margarida) Froech (Frek) (1855–1907), mulher devota e dedicada ao lar. Apenas 29 dias após seu nascimento, em 30 de novembro de 1 884, foi batizada na Catedral Metropolitana de Curitiba, gesto que refletia o profundo enraizamento católico da família em meio à comunidade germânico-brasileira da capital paranaense.
Uma infância entre irmãos e lutos
Lydia cresceu em uma casa repleta de vozes, risos e também de ausências precoces. Era parte de uma fratria de oito filhos, numa família marcada tanto pela vitalidade quanto pela fragilidade da vida no final do século XIX:
- Roberto João Sprenger (1872–1928), o irmão mais velho, que viveu até a maturidade e faleceu em Curitiba aos 56 anos.
- João Sprenger (1872–?), gêmeo de Roberto, cujo destino permanece parcialmente oculto nos registros, mas que provavelmente seguiu os passos da família na vida urbana curitibana.
- Idalina Margarida Sprenger (1881–1944), irmã mais próxima em idade, com quem Lydia certamente compartilhou confidências da juventude e do início da vida adulta.
- Angelica Sprenger (1884–1952), sua irmã gêmea, nascida no mesmo ano — talvez no mesmo parto, talvez com poucos dias de diferença. A existência de Angelica dá à história de Lydia uma dimensão ainda mais poética: duas vidas paralelas, nascidas juntas, que caminharam lado a lado por 67 anos, até que Angelica partiu em 7 de maio de 1952 — e Lydia a seguiu apenas 49 dias depois, como se não conseguisse permanecer muito tempo sem sua outra metade.
- Cidália Sprenger (1889–1896), a irmã mais nova, cuja vida foi breve: nasceu em 10 de junho de 1889, foi batizada na Igreja Nossa Senhora da Luz, mas faleceu em 28 de agosto de 1896, com apenas sete anos, deixando um vazio precoce na família.
- Waldemar Sprenger (1895–1964) e Edmundo Sprenger (1896–?), os caçulas, que ainda eram crianças quando a mãe faleceu — Lydia, já casada, provavelmente assumiu com eles um papel de tutela afetiva típico das irmãs mais velhas em famílias numerosas da época.
Essa estrutura familiar — grande, unida, mas atravessada por perdas — moldou Lydia como mulher sensível, responsável e profundamente ligada aos laços de sangue.
O casamento: união entre duas tradições
Em 14 de dezembro de 1901, aos 17 anos, Lydia contraiu matrimônio com Joaquim Roberto Carneiro Lobo (1872–1934), um homem 15 anos mais velho, pertencente a uma família tradicional paranaense, talvez com raízes luso-brasileiras — um contraste simbólico com sua origem germânica. O casamento, celebrado em Curitiba, uniu duas linhagens distintas: a dos Sprenger, imigrantes trabalhadores e com forte identidade comunitária, e os Carneiro Lobo, cujo sobrenome evoca elites locais ligadas à política, ao comércio ou à terra.
Joaquim, aos 29 anos no momento do casamento, já era um homem estabelecido. Embora não haja registros profissionais detalhados, o contexto sugere que fosse alguém de posição social respeitável — suficiente para formar aliança com uma das famílias mais ativas da comunidade alemã de Curitiba.
O matrimônio durou 33 anos, até a morte de Joaquim em 27 de abril de 1934, em Curitiba. Durante esse tempo, o casal construiu um lar sólido, marcado por dois nascimentos e uma perda devastadora:
- Achilles Carneiro Lobo, nascido em 26 de abril de 1903, em Curitiba, foi batizado no mesmo dia — prática comum na época, dada a alta mortalidade infantil. A família deve ter celebrado com alívio e fé a chegada desse primeiro filho. Mas a alegria durou pouco: Achilles faleceu em 29 de dezembro de 1909, aos 6 anos, em Ponta Grossa. Não se sabe se a família estava de passagem, se buscavam tratamento médico ou se residiam temporariamente na cidade. O enterro de uma criança era, naquele tempo, um luto coletivo — e Lydia, aos 25 anos, carregou esse peso por toda a vida.
- Orlando Sprenger Lobo, nascido em 3 de agosto de 1911, em Curitiba, foi o filho que sobreviveu à infância. Seu nome híbrido — Sprenger Lobo — revela o orgulho de Lydia por suas raízes maternas, algo incomum na época, quando os filhos geralmente levavam apenas o sobrenome paterno. Esse detalhe sugere que Lydia, mesmo em um contexto patriarcal, manteve viva a memória da família Koepfle Sprenger. Orlando viveu até 1974, casou-se, teve descendentes, e foi o elo direto entre o século XIX de Lydia e o mundo moderno.
Anos de luto e de resistência
A vida adulta de Lydia foi uma sucessão de despedidas:
- 1907: perde a mãe, Margarete, em Bacacheri, aos 52 anos.
- 1918: perde o pai, Franz, em Curitiba, aos 67 anos.
- 1928: despede-se do irmão Roberto.
- 1934: enviuva-se, aos 49 anos, após mais de três décadas de matrimônio.
- 1944: enterra Idalina, sua irmã confidente.
- 1952: vê partir Angelica, sua gêmea — e, semanas depois, fecha os olhos para sempre, como se sua alma finalmente estivesse pronta para reencontrar todos aqueles que amara.
Legado de uma mulher silenciosa
Lydia Sprenger jamais ocupou cargos públicos, jamais assinou artigos ou liderou movimentos. Sua grandeza está na constância do cuidado — na forma como segurou as rédeas da família diante das tempestades, como manteve viva a memória dos que partiram, como criou um filho em meio à dor, como honrou os nomes dos pais mesmo após sua morte.
Hoje, ao pesquisar seus registros — batismo na Catedral, casamento em 1901, filhos nascidos em Curitiba, irmãos enterrados em cemitérios da capital —, vemos mais do que datas: vemos a arquitetura invisível de uma vida comum feita de amor extraordinário.
Lydia foi irmã, filha, esposa, mãe, tia, viúva, gêmea — e, acima de tudo, guardiã da memória familiar. Sua história, agora resgatada com detalhes, serve como tributo a tantas mulheres do passado cujos nomes quase se apagaram, mas cujo sangue, valores e coragem ainda pulsam nas gerações que vieram depois.
"Não foram suas palavras que ecoaram, mas seus atos. Não foram seus títulos que perduraram, mas seu amor."
- Nascida a 1 de novembro de 1884 (sábado) - Curitiba, Brasil
- Baptizada a 30 de novembro de 1884 (domingo) - Catedral, Curitiba, Parana, Brazil
- Falecida a 25 de junho de 1952 (quarta-feira) - Curitiba, Brasil, com a idade de 67 anos
Pais
Franz (Francisco) Koepfle Sprenger 1851-1918
Margarete (Margarida) Froech (Frek) 1855-1907
Casamento(s) e filho(s)
- Casada a 14 de dezembro de 1901 (sábado), Curitiba, Paraná, Brasil, com Joaquim Roberto Carneiro Lobo 1872-1934 tiveram
Achilles Carneiro Lobo 1903-1909
Orlando Sprenger Lobo 1911-1974
Irmãos
Roberto João Sprenger 1872-1928
Joao Sprenger 1872-
Idalina Margarida Sprenger 1881-1944
Angelica Sprenger 1884-
Lydia Sprenger 1884-1952
Cidalia Sprenger 1889-1896
Waldemar Sprenger 1895-1964
Edmundo Sprenger 1896-
| (esconder) |
Acontecimentos
| 1 de novembro de 1884 : | Nascimento - Curitiba, Brasil |
| 30 de novembro de 1884 : | Baptismo - Catedral, Curitiba, Parana, Brazil |
| 1884 : | Residência Address: |
| 14 de dezembro de 1901 : | Casamento (com Joaquim Roberto Carneiro Lobo) - Curitiba, Paraná, Brasil |
| 25 de junho de 1952 : | Morte - Curitiba, Brasil |
Fontes
- Pessoa:
- Lenita Dittrich Vieira - Dittrich Vieira Web Site
Árvores genealógicas do MyHeritage Site de família: Dittrich Vieira Web Site Árvore genealógica: 458637591-1 - Discovery - 458637591-1 - Lydia Carneiro Lobo - 7 MAR 2021 - Adicionado através de Person Discovery - Discovery
- Erwin Rieblinger - Rieblinger Web Site (Smart Match)
- Árvore Genealógica do FamilySearch - Lydia Carneiro Lobo (nascida Sprenger)<br>Também conhecido como: Lydia Sprenger Lobo<br>Gênero: Feminino<br>Nascimento: 1884<br>Casamento: 14 de dez de 1901 - Curitiba, Paraná, Brasil<br>Pais: Francisco Sprenger, Margarida Sprenger<br>Esposo: Joaquim Roberto Carneiro Lobo<br>Filhos: Achilles Carneiro Lobo, Orlando Sprenger Lobo<br>Irmão: Arthur Sprenger - Record - 40001:279008498:
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Nascimento
Baptismo
Residência
Address:
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Nascimento de uma irmã
Morte da avó paterna
Nascimento de um irmão
Nascimento de um irmão
Morte de uma irmã
Casamento
Nascimento de um filho
Morte da mãe
Morte de um filho
Nascimento de um filho
Morte do pai
Morte de um irmão
Morte do cônjuge
Morte de uma irmã
Morte de uma irmã
Morte
Antepassados de Lydia Sprenger
| Matthias Sprenger ca 1702-1782 | Gertrud Pogner 1704-1766 | Joseph Wilhelm 1691-1753 | Katharina Wanner 1695- | Jean (Joannes) KLOTZ-GLOTZ 1693-1768 | Anna-Maria MATZ | Bartholamaeus Koch | Maria Maldaner ? | Johann Koepfle | Elisabeth Pradler | Johann Koech | Maria Bader | |||||||||||||||||
| | | - 1729 - | | | | | | | | | - 1720 - | | | | | | | | | | | | | | | |||||||||||||||
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| Thomas Sprenger 1734-1805 | Anna Maria Wilhelm 1733-1777 | Joseph Glotz (Klotz) 1746..1748- | Maria Veronika Koech 1741-1815 | Martin Koepfle 1749..1751- | Agnes Koech 1753- | Karl Werner 1808-1808 | Maria Bader 1790-1828 | |||||||||||||||||||||
| | | - 1773 - | | | | | - 1772 - | | | | | - 1775 - | | | | | | | ||||||||||||||||||
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| Franz Sprenger 1777-1849 | Maria Therezia Glotz (Klotz) 1774-1842 | Andreas Koepfle 1780-1860 | Regina Werner 1800/- | |||||||||||||||||||||||||
| | | - 1803 - | | | | | - >1808 - | | | |||||||||||||||||||||||
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| Joseph R Sprenger 1812-1870 | Maria Krescenz Koepfle 1817-1890 | |||||||||||||||||||||||||||
| | | - 1840 - | | | ||||||||||||||||||||||||||
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| Franz (Francisco) Koepfle Sprenger 1851-1918 | Margarete (Margarida) Froech (Frek) 1855-1907 | |||||||||||||||||||||||||||
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| Lydia Sprenger 1884-1952 | ||||||||||||||||||||||||||||
Descendentes de Lydia Sprenger
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